Terceira edição da Expo Internacional Dia da Consciência Negra bate recorde de público
Mais de 27 mil pessoas visitaram a mostra realizada entre os dias 18 e 21 de novembro no Memorial da América Latina
- Data: 24/11/2023 08:11
- Alterado: 24/11/2023 08:11
- Autor: Redação
- Fonte: Prefeitura de São Paulo
III Expo Internacional Dia da Consciência Negra
Crédito:Prefeitura de São Paulo
A Expo Internacional Dia da Consciência Negra, realizada no Memorial da América Latina entre 18 e 21 de novembro, encerrou sua terceira edição com recorde de público: mais de 27 mil visitantes. Foram quatro dias com dezenas de atrações, 16 painéis de debates, feira criativa de afroempreendedores e grandes shows para celebrar a luta e a cultura preta na cidade. A última terça-feira foi dedicada às escolas municipais: mais de 2 mil estudantes visitaram a mostra.
O evento contou com a apresentação do MC Don Juan no palco principal, Mumuzinho interpretando sambas e, no intervalo das apresentações, o baile black contou com os embalos da DJ Luciana. A cantora Vanessa da Mata, vencedora do Grammy Latino, fechou a programação.
“Foi uma grande festa da cultura negra de São Paulo. Um lugar para refletirmos sobre os problemas que ainda enfrentamos decorrentes do racismo, mas também para celebrarmos o orgulho da nossa cultura e da nossa ancestralidade”, resumiu o embaixador da Expo, o ator Aílton Graça.
Foram instalados cinco palcos no Memorial da América Latina, além de praça de alimentação – com destaque para os pratos da culinária afro-brasileira -, e feira de afroempreendedores, com mais de 180 expositores.
O resultado da III Expo foi comemorado pela secretária municipal de Relações Internacionais, Marta Suplicy. “Esse é um projeto pelo qual tenho um imenso carinho, o Brasil foi construído por mãos negras, em todos os seus ciclos econômicos. A questão é que nós não damos por terminado esse trabalho enquanto não eliminarmos a chaga do racismo estrutural de nossa cidade e de nosso país. Que sejamos o farol da mudança!”, afirmou.
Recorde de público
Esta terceira edição foi maior que as duas edições anteriores. “Estamos crescendo ano após ano e isso aumenta a nossa responsabilidade de entregar uma Expo cada vez melhor. Temos muito orgulho do nosso trabalho, que é construído durante em busca de uma sociedade menos racista. Agradeço a todos e todas que participaram de nosso aquilombamento”, comemorou Elaine Gomes, gerente da política pública São Paulo: Farol de Combate ao Racismo Estrutural e coordenadora da Expo 2023. “Consciência Negra não é só em novembro; além de toda organização, este ano pudemos oferecer à cidade vários ‘esquentas’, mobilizando a cidade em torno da pauta.”
Painéis e debates
Durante todos os dias painéis e debates foram realizados, sempre com temáticas que abordaram os problemas e as soluções para o fim do racismo estrutural, com destaque para a Lei 10.639/03, que tornou o ensino da história e da cultura africana e afro-brasileira obrigatório no currículo das escolas brasileiras. A lei, que completou 20 anos em 2023, foi a linha mestra do evento deste ano, sob o slogan “Uma Lei, Muitas Lutas”.
Na terça-feira, dia de encerramento da Expo, quatro debates versaram sobre “Quilombos e Tradição Oral”, “Vidas Cerceadas e o Encarceramento da População Negra”, “A Lei 10.639 e a Mídia: Possibilidade e Limitações”, e “Carnaval do Futuro: Novas Tecnologias, Avanços e Inovações”.
Beleza Negra
Em um palco especialmente criado para a Expo, a Revista Raça realizou uma série de desfiles e eventos de valorização da beleza negra, dos penteados afro e do trabalho dos afroempreendedores que expuseram sua moda e produtos no evento.
A Expo também contou com o trabalho e a transmissão da +Favela TV, que conversou com personagens durante os quatro dias do festival antirracista. Destaque para o estúdio montado ao lado do palco principal, onde os diversos artistas que se apresentaram também deram entrevista. “No total, foram mais de 60 episódios de podcasts ao vivo e dezenas de entrevistas”, afirmou Marx Rodrigues, CEO do +Favela TV.
De acordo com ele, foram mais de 120 entrevistados, entre artistas famosos como Liniker, MC Don Juan, Carlinhos Brown, BaianaSystem, Fat Family e outros, além de afroempreendedores e autoridades.
“Transmissões ao vivo, matérias jornalísticas e filmes – praticamente em tempo real – foram realizados para estimular mais visitas e informar a população que não teve a oportunidade de vir”, finalizou.
Ancestralidade
Quem chegava na Expo 2023 passava por dentro de uma exposição interativa, que contava a história de África e da diáspora preta, valorizando os griôs (guardiões da memória da história oral de um povo ou comunidade) do passado e do presente da cultura negra brasileira. Dividida em eixos que abordam “A Luta dos Negros no Brasil”, “A Cultura Negra Brasileira”, “Os Griôs” e “O Negro na Formação da Sociedade Nacional”, o espaço divertiu, informou e empoderou os visitantes.
“Esperamos que a experiência tenha sido transformadora e que as propostas sirvam de reflexão e de exaltação do nosso povo e da nossa cultura. Todos somos parte disso”, celebrou o curador da mostra, Éder Augusto Marcos.
Espaço Erê
A área dedicada às crianças foi outro destaque do último dia de festival, com a visita dos alunos de escolas municipais, que acompanharam a apresentação teatral “Criança Sob Nossa Guarda” e a “Contação de Histórias Pretinhas”. Os estudantes ainda participaram da competição Vivência – Jogo: Mancala Awelé.
Sobre a Expo
A Expo Internacional Dia da Consciência Negra é uma iniciativa da política pública São Paulo: Farol de Combate ao Racismo Estrutural, criada na gestão Ricardo Nunes e conduzida pela Secretaria Municipal de Relações Internacionais (SMRI) em parceria com a Secretaria de Educação (SME).