Tensão cresce na Venezuela às vésperas de posse presidencial de Maduro
Protestos da oposição e repressão estatal marcam o cenário político; líderes enfrentam ameaças e prometem ações decisivas nos próximos dias
- Data: 09/01/2025 10:01
- Alterado: 09/01/2025 10:01
- Autor: Redação
- Fonte: ABCdoABC
Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro
Crédito:Ricardo Stuckert/PR
No dia anterior à posse presidencial na Venezuela, um clima de tensão se intensifica em todo o país, com convocações para protestos tanto da oposição quanto do regime chavista. Os atos estão agendados para esta quinta-feira, 9 de janeiro, e visam contestar a situação política atual sob o governo de Nicolás Maduro.
Mobilização liderada por María Corina Machado
María Corina Machado, uma das principais vozes da oposição, lidera a mobilização e prometeu que os opositores marcharão a partir das 11h (10h horário local) em Caracas e nas capitais estaduais. Apesar de estar foragida devido a ameaças de prisão por parte do governo, Machado reafirma sua determinação em estar nas ruas: “Não tenho outra opção”, declarou.
Em resposta às crescentes manifestações, o presidente Maduro ativou nesta quarta-feira (8) o que denomina Órgão de Direção de Defesa Integral, que implica no fortalecimento das forças de segurança e das milícias civis armadas para atuarem em conjunto durante este período crítico.
Oposição desafia repressão e busca apoio internacional
Edmundo González, um opositor que concorria contra Maduro nas eleições de 28 de julho, também figura como parte central deste cenário. Ele alega ter conquistado mais de 60% dos votos, segundo verificações independentes. Atualmente, encontra-se na República Dominicana após uma série de encontros com líderes de outros países da América Latina, incluindo Panamá, Estados Unidos, Uruguai e Argentina, onde recebeu apoio e reconhecimento como presidente eleito.
González anunciou planos de retornar à Venezuela nesta sexta-feira (10) para assumir a presidência. Contudo, sua afirmação é considerada otimista por muitos analistas políticos, e a oposição optou por não divulgar detalhes sobre sua segurança durante essa transição. Ex-presidentes da região expressaram disposição para acompanhar González em sua jornada. Por outro lado, o governo já avisou que prenderá o opositor e qualquer pessoa que tentar entrar no país com essa intenção.
O aumento da repressão sob o regime madurista já levou à prisão de vários políticos e ativistas nos últimos dias. Em meio a essa turbulência política, os movimentos sociais como PT e MST também planejam enviar representantes para a posse presidencial prevista.
Machado não hesitou em comparar a situação venezuelana com os horrores do regime sírio, enfatizando as semelhanças entre os métodos repressivos utilizados pelo governo atual e aqueles observados em regimes totalitários ao redor do mundo.