Técnico da seleção paralímpica de judô defende esporte como meio para quebrar preconceitos
Jaime Bragança vai para a sua quinta Paralimpíada e está confiante de que o judô brasileiro voltará de Paris com mais algumas medalhas na bagagem
- Data: 30/08/2024 11:08
- Alterado: 30/08/2024 11:08
- Autor: Redação
- Fonte: Agência SP
Jaime Bragança apresentou recentemente uma oficina de judô na etapa de Carapicuíba do Programa de Desenvolvimento Paralímpico
Crédito:Governo de SP
O esporte é fundamental em várias frentes. Ele ajuda a ter ganhos físicos e mentais, a disciplinar e a sociabilizar. E é um importante aliado na quebra de preconceitos. Técnico da seleção brasileira paralímpica de judô, Jaime Bragança, 46 anos, deu os primeiros golpes nos tatames bem cedo e logo aprendeu que o esporte é, acima de tudo, inclusivo.
“Comecei no judô com apenas quatro anos. Ainda criança, tive contato com alunos deficientes visuais. Em 2003, já trabalhando como professor, dei aulas para deficientes visuais. O que me levou ao esporte paralímpico foi o contato com PCD’s. É importante essas pessoas estarem incluídas na sociedade. Precisamos ter contato com eles, só assim perdemos qualquer tipo de preconceito”, diz Jaime, que na última semana ministrou uma oficina de judô na etapa de Carapicuíba do Programa de Desenvolvimento Paralímpico.
Ao contrário do que acontece com outras modalidades mais populares, como futebol, basquete e vôlei, o judô paralímpico requer poucos ajustes em relação ao convencional. “Na forma de ensinar, é necessário que o professor crie estratégias para situar o aluno dentro do espaço, além de ser muito importante falar sobre todos os movimentos. O judô é das modalidades mais inclusivas que existe, totalmente adaptável, o que falta é mais divulgação e informação para atrair interesse.”
O Brasil é uma potência no judô. Nas Olimpíadas, é o esporte que mais trouxe medalhas para o país. Nas Paralimpíadas, é o terceiro, com 25 pódios, sendo cinco ouros. Jaime acredita que essa força brasileira nos tatames se justifica por uma antiga relação que cruza os oceanos.
“A influência do Japão é um dos motivos para o Brasil ser uma potência no judô. Somos o país com mais japoneses residentes fora do Japão, e isso foi importante para o desenvolvimento da modalidade por aqui. Além disso, o brasileiro se identifica com lutas”, explica.
Em sua quinta Paralimpíada, a quarta como técnico principal – em Pequim-2008 foi auxiliar-técnico -, Jaime está confiante de que o judô brasileiro voltará de Paris com mais algumas medalhas na bagagem. “Estamos indo aos Jogos com a maior equipe de judô da nossa história, com 15 atletas. O otimismo é grande, temos grandes atletas e chances de ouro.”
As disputas de judô nas Paralimpíadas de Paris acontecem de 5 a 7 de setembro.
Programa de Capacitação Paralímpica
O Programa de Desenvolvimento Paralímpico, lançado em 2021, já capacitou 6,7 mil profissionais de educação física em mais de 50 cidades do Estado de São Paulo. Com um desempenho notável no ano passado, onde 3,8 mil profissionais foram capacitados, a iniciativa está passando por 36 cidades neste ano, e já contou com a participação de mais de 3 mil participantes, até o momento.
Tem como meta descentralizar o conhecimento e oferecer oportunidades para conhecer o esporte paralímpico em todas as regiões do estado de São Paulo. O programa proporciona aos profissionais de educação física uma capacitação técnica abrangente, com conhecimentos teóricos e práticos sobre oito modalidades do esporte paralímpico.