Taxas de juros recuam com dólar abaixo de R$ 6

Movimentação no câmbio e juros reflete postura moderada dos EUA e recesso político no Brasil, gerando ajustes no mercado financeiro

  • Data: 22/01/2025 18:01
  • Alterado: 22/01/2025 18:01
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Banco Central
Taxas de juros recuam com dólar abaixo de R$ 6

Crédito:Valter Campanato/AgêncIa Brasil

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Na quarta-feira, as taxas dos Depósitos Interfinanceiros (DIs) registraram uma queda acentuada, acompanhando o recuo do dólar, que se estabeleceu abaixo da marca de 6 reais. Esse movimento foi impulsionado pela percepção de que a administração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, adotará uma abordagem cautelosa em relação à implementação de novas tarifas sobre produtos importados.

O ambiente político no Brasil, marcado pelo recesso do Congresso, também influenciou a diminuição das taxas. A falta de novidades significativas no noticiário político permitiu que os investidores ajustassem suas expectativas em relação aos prêmios na curva a termo.

Movimentação das taxas no mercado financeiro

No final da tarde, a taxa do DI para julho de 2025, um dos contratos mais líquidos em prazos curtos, foi registrada em 14,04%, ligeiramente acima do ajuste anterior de 14,039%. Para janeiro de 2026, a taxa caiu para 14,915%, uma redução de 3 pontos-base em comparação ao fechamento anterior de 14,946%.

Em relação aos contratos com prazos mais longos, a taxa projetada para janeiro de 2031 alcançou 14,94%, apresentando uma diminuição de 9 pontos-base em relação ao ajuste anterior de 15,029%. Já para janeiro de 2033, a taxa era de 14,85%, abaixo da marca de 14,964% observada anteriormente.

Impacto da postura dos EUA e cenário local

A movimentação do dólar teve início com uma tendência de baixa assim que os investidores tomaram conhecimento da postura menos agressiva do governo Trump em relação às tarifas. Apesar das ameaças contra a China e os planos de imposição de tarifas ao México e ao Canadá até fevereiro, o cenário global contribuiu para um otimismo moderado quanto à inflação americana e suas implicações para a política monetária do Federal Reserve.

Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, comentou sobre essa situação ao afirmar que, embora exista uma retórica agressiva por parte da administração Trump, a materialização das tarifas não está se mostrando tão severa. Ele destacou ainda que havia uma “gordura” nos preços no Brasil devido ao fim do ano passado, o que permitiu ao mercado diminuir os prêmios de risco na curva de juros e no câmbio.

Nos últimos meses de 2024, tanto o dólar quanto as taxas dos DIs foram afetados pela desconfiança em relação à política fiscal brasileira. Apesar da aprovação recente por parte do governo Lula de um pacote voltado para o controle dos gastos públicos, a inatividade do Congresso durante o recesso tem contribuído para um ambiente menos volátil nos ativos financeiros locais.

Às 14h53 desta quarta-feira, a taxa do DI para janeiro de 2033 registrou uma mínima de 14,76%, marcando uma queda significativa de 20 pontos-base em comparação ao fechamento anterior.

Embora as taxas dos Treasuries norte-americanos estivessem em alta – com o rendimento do título a dez anos subindo para 4,601% – o movimento na curva brasileira permaneceu contido. Os investidores mantiveram suas apostas na possibilidade de um aumento na taxa Selic na próxima semana. No fechamento do dia, as expectativas indicavam uma probabilidade de 90% para um aumento de 100 pontos-base na Selic, atualmente fixada em 12,25% ao ano.

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  • Data: 22/01/2025 06:01
  • Alterado:22/01/2025 18:01
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