Taxa de analfabetismo em terras indígenas apresenta queda significativa, segundo o IBGE
Taxa caiu de 32,3% em 2010 para 20,8% no Censo 2022
- Data: 19/12/2024 11:12
- Alterado: 19/12/2024 11:12
- Autor: Redação
- Fonte: Agência Brasil
Indígenas
Crédito:Marcelo Camargo/Agência Brasil
Uma pesquisa recente divulgada nesta quinta-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou uma redução notável na taxa de analfabetismo entre os habitantes de terras indígenas com 15 anos ou mais. O levantamento, que compara dados do Censo de 2010 com os do Censo de 2022, mostrou que a taxa de analfabetismo caiu de 32,3% para 20,8% ao longo da última década.
De acordo com as definições do IBGE, considera-se alfabetizado aquele que possui a habilidade de ler e escrever um bilhete simples, independentemente do idioma utilizado, incluindo línguas e dialetos indígenas. Embora a diminuição da taxa represente um avanço significativo em um período de 12 anos, o panorama ainda é preocupante, pois indica que um em cada cinco indivíduos que residem em terras indígenas continua sem acesso à alfabetização.
A discrepância entre a taxa de analfabetismo nas terras indígenas e a média nacional é alarmante. Enquanto o Brasil apresenta uma taxa geral de analfabetismo de 7%, quase três vezes inferior àquela observada nas terras indígenas, essa diferença pode estar diminuindo caso a tendência de queda continue. A redução na taxa indígena representa uma diminuição de 11,4 pontos percentuais desde 2010, enquanto a taxa nacional caiu apenas 2,6 pontos percentuais no mesmo período.
Quando se considera todos os indígenas no Brasil, a taxa de analfabetismo também apresentou um recuo considerável, passando de 23,4% para 15,05%. Embora essa queda seja menos acentuada do que a verificada entre os residentes das terras indígenas, ainda representa uma diminuição expressiva de 8,35 pontos percentuais.
O Censo Demográfico é reconhecido como a única pesquisa domiciliar abrangente que abrange todos os municípios brasileiros. Os dados coletados são fundamentais para o desenvolvimento de políticas públicas e decisões sobre a alocação de recursos financeiros. O Brasil realiza censos populacionais a cada dez anos; o Censo de 2022 deveria ter ocorrido em 2020, mas foi adiado duas vezes devido à pandemia de covid-19 e problemas orçamentários.
Além das questões relacionadas à alfabetização, os novos dados do IBGE também destacam desafios enfrentados por indígenas em áreas urbanas. Eles frequentemente lidam com deficiências nos serviços públicos e infraestrutura. No que diz respeito ao acesso à água potável, aproximadamente 10,08% dos indígenas urbanos encontram-se em situação precária, uma taxa significativamente superior à média nacional urbana, que é de apenas 2,72%. Em relação ao esgotamento sanitário, a precariedade afeta 40,76% dos indígenas que vivem em ambientes urbanos—duas vezes mais do que a média nacional estabelecida em 16,95%.