Tarcísio Critica PM-SP em Meio a Aumentos Alarmantes na Letalidade Policial
Letalidade em alta destaca urgência de reformas nas práticas de segurança pública.
- Data: 03/12/2024 22:12
- Alterado: 03/12/2024 22:12
- Autor: redação
- Fonte: Assessoria
Crédito:Marcello Casal Jr/Agência Brasil
A recente série de eventos violentos envolvendo a Polícia Militar de São Paulo gerou uma mudança no discurso do governador Tarcísio de Freitas. Diante de casos chocantes como o do homem arremessado de uma ponte por um policial e a execução de Gabriel da Silva Soares, Tarcísio criticou as ações dos policiais, marcando um ponto de virada em sua postura pública sobre a violência policial.
A crescente letalidade policial, com 580 mortes em 2024, torna-se um tema de preocupação pública e acadêmica. Especialistas afirmam que, embora o governo critique ações individuais dos policiais, essa abordagem não considera o problema sistêmico da violência institucionalizada. Pablo Almada, do Núcleo de Estudos da Violência da USP, aponta que criticar apenas agentes isolados desvia o foco das centenas de mortes causadas pela polícia.
Apesar das críticas, não há indícios claros de reformas estruturais por parte do governo estadual. O secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, defendeu a instituição policial ao mesmo tempo que afastou os policiais envolvidos no caso do homem jogado da ponte. Essa postura reforça a ideia de que os problemas são individuais e não institucionais.
Casos recentes, como a morte do estudante Marco Aurélio Cardenas Acosta, destacam a necessidade urgente de revisão das práticas policiais. Para Camila Vedovello, pesquisadora da Unicamp, tais eventos fazem parte da sociedade questionar posturas agressivas da polícia.
O ouvidor Claudio Aparecido Silva vê a mudança no discurso governamental como uma reação necessária a uma situação agravada por declarações anteriores. As operações Escudo e Verão evidenciam uma estratégia mais agressiva que tem gerado muitas mortes. O aumento da violência e a repercussão internacional pressionam o governo paulista a reconsiderar suas políticas de segurança pública.