SPCD completa 15 anos e anuncia Temporada 2023
Dia 28 de janeiro marca a data oficial da criação da Companhia, que debuta em 2023 e promete um ano repleto de dança e movimento
- Data: 26/01/2023 11:01
- Alterado: 26/01/2023 11:01
- Autor: Redação
- Fonte: SPCD
Cena de Giselle – Ato II
Crédito:Nanah D’Luize
A São Paulo Companhia de Dança (SPCD) – corpo artístico da Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, gerida pela Associação Pró-Dança e dirigida por Inês Bogéa – completa 15 anos de existência em 28 de janeiro. Para celebrar a ocasião, a Companhia anuncia programação especial para marcar o início das comemorações, que prometem se estender até o final de 2023.
As ações começam na semana que antecede a data, quando o público poderá conferir, diariamente, nos perfis e páginas da SPCD nas redes sociais (Facebook, Instagram, LinkedIn e YouTube) depoimentos enviados pelo público, crítica especializada e artistas sobre a importância da Companhia em suas vidas e no cenário da dança nacional e internacional.
No sábado, dia 28, tem início às 10h, a transmissão ao vivo da Aula Aberta ministrada pela professora-ensaiadora Aline Campos – que foi bailarina da SPCD – para os bailarinos da Companhia, atividade que marca o começo da rotina diária na sede. O público terá a oportunidade de acompanhar, de qualquer lugar, um pouco da preparação dos artistas para os ensaios e apresentações. O streaming da aula acontece no canal da São Paulo no YouTube de forma gratuita. Na sequência, a diretora artística e executiva Inês Bogéa fará o anúncio oficial da Temporada 2023 – Labirintos em Movimento, assim como do início do período de renovação do Programa de Assinaturas, que completa 10 anos em 2023.
“É um orgulho imenso poder celebrar os 15 anos da São Paulo Companhia de Dança! Um marco na história da dança brasileira. Ao longo destes anos, a Companhia se manteve firme em seu propósito de difundir a dança para diferentes público, em diversos palcos, sejam eles físicos ou virtuais, por meio de apresentações, streamings, ações educativas e de formação de plateia, webséries, podcasts, livros, documentários, entre tantos outros. Para mim é um privilégio enorme estar à frente desta Companhia e ser nos fazer desta história. Que venham muitos mais!”, celebra Inês.
Temporada 2023
Intitulada Labirintos em Movimento, a criação desta temporada foi inspirada pelo poema Desenho, de Cecília Meireles (1901-1964) e será composta por 10 obras, sendo três delas inéditas, totalizando cinco programas que serão apresentados ao longo do ano em diferentes teatros da capital paulista.
“Labirintos em Movimento é especial. São 15 anos de vida da São Paulo Companhia de Dança e 10 anos do Programa de Assinaturas. As obras que compõem a temporada se inspiram no poema Desenho, de Cecília Meireles. São clássicos que marcaram a trajetória da companhia e criações de artistas nacionais e internacionais, alguns já conhecidos do nosso público e outros amigos novos que vêm traçar conosco esta história. Nesta temporada, comemoramos com entusiasmo e coragem o presente, sonhamos com o futuro e reverenciamos a nossa memória”, revela Inês.
A temporada tem início em junho, no Teatro Sérgio Cardoso, com três programas diferentes. De 8 a 11 de junho, a SPCD inclui pela primeira vez na temporada Giselle – Ato II (2021), de Lars Van Cauwenbergh, inspirada livremente no original de 1841 de Jules Perrot (1810-1892) e Jean Coralli (1779-1854). Apontada por estudiosos como o ápice do romantismo na dança clássica, Giselle vem recebendo inúmeras releituras ao longo dos séculos e integra o repertório da São Paulo com cenário original de Vera Hamburger, que incorpora imagens de florestas brasileiras retratadas por Debret, De Clarac, Von Martius e Cássio Vasconcellos. A iluminação é assinada por Wagner Freire, enquanto os figurinos são de autoria de Marilda Fontes. Também passa a figurar na temporada Umbó (2021), de Leilane Teles, que se baseia em uma premissa batizada por ela como “a criação do desejo”, que fala sobre o desejo de se tornar quem se quer ser e como isso reverbera no corpo de cada um. O cantor e compositor Tiganá Santana, a cantora Virginia Rodrigues e o coreógrafo Matias Santiago são o ponto de partida de Umbó, que convida o público a apreciar e reverenciar as artes e trajetórias dessas personalidades, bem como os bailarinos em cena e todos os artistas envolvidos na concepção da obra. Esta criação de 2021, agora em 2023 tem novo formato, pois passa a contar com 14 bailarinos e isso reconfigura a cena e a própria maneira da coreógrafa olhar para sua obra.
Na semana seguinte, de 15 a 18 de junho, o público confere Les Sylphides (Chopiniana) (2021), primeira remontagem de Ana Botafogo. Coreografada originalmente em 1909 por Michel Fokine (1880-1942), a partir de composição de Frédéric Chopin (1810-1849), esta é uma obra que evoca a era romântica. A noite conta também com Partita (2022), a terceira criação de Stephen Shropshire para a SPCD, que passa a integrar a temporada. É inspirada na pintura do artista renascentista Pieter Bruegel (1525-1569) “Landscape with the Fall of Icarus” (1555), em diálogo com o poema homônimo escrito, em 1939, por William Carlos Williams (1883-1963). Com um figurino minimalista, os bailarinos exploram o espaço cênico e reescrevem cada letra dos versos do poeta, em diálogo com os gestos dos outros intérpretes.
Entre 22 e 25 de junho, é a vez do público conferir a Suíte de Paquita (2022), de Diego de Paula – que também é bailarino da Companhia -, remontada a partir da obra de 1847 de Marius Petipa (1818-1910). Paquita conta a história de uma jovem órfã criada por ciganos que salva a vida do filho de um general francês, Lucien. Eles se apaixonam, mas precisam enfrentar desafios para viver esse amor. A suíte assinada por Diego de Paula se concentra na cena final do balé, quando o casal comemora a possibilidade de estar junto em um baile alegre e enérgico. O programa traz também Ibi – da Natureza ao Caos, de Gal Martins. Da palavra tupi-guarani Ibi, que significa terra, chão que se pisa, nasce a criação de Gal, que reflete sobre a questão do pós-isolamento da sociedade e sobre a falta de conexão do homem com a natureza, inspirada em “O Amanhã Não Está a Venda”, de Ailton Krenak. O destaque da noite fica por conta da criação inédita do israelense Shahar Binyamini. “Eu quero fazer algo novo a fim de dizer algo sobre o nosso futuro. Minhas criações são sempre sobre quem somos como humanos, animais, almas e entidades. Evoluímos constantemente e é isso que quero expressar fisicamente. Esta é a história que conto ao meu público.”, conta o coreógrafo.
Já em agosto, entre os dias 17 e 20, a Companhia sobe ao palco do Theatro São Pedro para apresentar a inédita Le Chant Du Rossignol, de Marco Goecke. Segundo ele, “os ingredientes desta peça são: um canto, um pássaro, a urgência de voar, a natureza que vive e morre, a fragilidade que é leve como uma pluma. Uma peça que está no ar, que é um sopro. Se pudéssemos segurar um pássaro na mão, sentiríamos o seu tremor, sua vontade de fugir, sua fragilidade aliada a um poder que nos permite ter vontade de voar também”. O Canto do Rouxinol traz a assinatura do coreógrafo, com movimentos rápidos que somem no espaço escuro do palco. Completa a noite a obra Di (2022), de Miriam Druwe, a primeira criação da coreógrafa para a Companhia, na qual ela mergulha nas cores, texturas, sensações e imagens que povoam o universo do pintor Di Cavalcanti (1897-1976), ao som dos Choros nº 6, de Heitor Villa-Lobos (1887-1959), acentuando os traços modernistas em cena. Telas icônicas do artista, como Cinco Moças de Guaratinguetá (1930), Favela (1958), São João (1969) e Mulheres Protestando (1941), foram cedidas gentilmente para esta criação por sua filha, Elisabeth Di Cavalcanti, e ecoam tanto nos movimentos dos 14 bailarinos em cena quanto na iluminação de Wagner Freire e no videocenário e nos figurinos elaborados por Fábio Namatame.
Para finalizar, entre os dias 6 a 8 de outubro, a SPCD apresenta a inédita Petrushka, do coreógrafo espanhol Goyo Monteiro, em teatro ainda a definir. Um dos balés mais populares do cenário mundial, estrelado por Vaslav Nijinsky, em 1911, ‘’Petrushka’’ conta a história de amor e ciúme de três bonecos que ganham vida. Este é o tema da mais nova criação de Goyo Montero para a São Paulo Companhia de Dança, para quem já criou ‘Anthem’ (2019). Nesta releitura inédita, bonecos infláveis gigantes ganham novos contornos – Petrushka, Boneca e Lutador – e contam esta história de amor, morte, alegria, tristeza, rejeição e manipulação. Petrushka ama a Boneca, mas ela prefere o Lutador, que mata Petrushka, cujo fantasma aparece quando a noite cai. “É um teatro dentro de outro teatro, para que eu possa contar essa história de diferentes perspectivas”, fala o coreógrafo.
Turnê Internacional
Em 2023, a São Paulo Companhia de Dança embarca rumo à Europa para suas já tradicionais turnês internacionais. A primeira parada será em maio, na Alemanha, na cidade de Baden-Baden. Já no último trimestre do ano, a Companhia desembarca na Rússia, na cidade de Moscou, em outubro e, na sequência, volta para a Alemanha, agora nas cidades de Fürth, Wolfsburg, Colônia. O ano se encerra na França, nos palcos das cidades de Saint-Etiénne e Mérignac. No repertório, estão obras assinadas por coreógrafos brasileiros e internacionais. As turnês da SPCD são pagas integralmente pelos teatros que contratam os espetáculos e, além de contribuírem para a difusão da arte produzida em São Paulo no exterior, geram receitas para que a Companhia realize muitas outras atividades no Brasil.
Serviço:
Programação São Paulo Companhia de Dança: 15 anos
Data: 28 de janeiro de 2023 (sábado)
Aula Aberta, com Aline Campos e bailarinos da SPCD
Horário: 10h
Local: Transmissão ao vivo no canal da SPCD no