SP: Visita no quilombo mais antigo da cidade inspira ações antirracistas na Rede Municipal
Excursão à Ivaporunduva, em Eldorado Paulista, fez parte do Projeto Especial de Ação (PEA) de professores de duas escolas da DRE Campo Limpo
- Data: 01/04/2023 09:04
- Alterado: 01/04/2023 09:04
- Autor: Redação
- Fonte: Prefeitura de São Paulo
Visita no quilombo mais antigo da cidade inspira ações antirracistas na Rede Municipal
Crédito:Prefeitura de SP
Para a construção dos momentos de Jornada Especial Integral de Formação (JEIF) e do Projeto Especial de Ação (PEA), professores, membros da gestão e convidados das EMEFs Jardim Mitsutani I – Jornalista Paulo Patarra e CEU EMEF Cantos do Amanhecer, ambas da DRE Campo Limpo, foram à uma excursão de ecoetnoturismo no Quilombo de Ivaporunduva, no município de Eldorado Paulista.
A ação foi vinculada às propostas antirracistas da Secretaria Municipal de Educação (SME). Antes da visita foram promovidos debates e estudos para oferecer um repertório mínimo para os participantes. Eles foram apresentados a algumas noções sobre o quilombo com dados, citações e anexos, tudo com o objetivo de propiciar um melhor aproveitamento do passeio.
“Escolhemos o Quilombo de Ivaporunduva porque, além de ser o mais antigo de São Paulo, é um dos mais antigos do Brasil. Muita gente de lá percorre o País para auxiliar outros quilombolas com os direitos sobre suas terras”, disse Fábio Barreto, professor de Língua Portuguesa nas duas EMEFs.
Acolhidos pelas lideranças quilombolas, os visitantes tiveram a oportunidade de assistir à uma palestra sobre a história do quilombo, participaram de um almoço com produtos da agricultura local e fizeram uma trilha. Ainda puderam participar de oficinas de tear com palhas de bananeira, mostrando o aproveitamento de 100% da planta; e sobre plantas medicinais.
A excursão ecoenoturística também contou com uma visita ao centro da vila e a igreja construída no século 17, além da demonstração de como os ancestrais caçavam e armavam as armadilhas para caça e subsistência; e sobre a gestão da terra, agricultura familiar em harmonia com a mata atlântica e como é feito o plantio da banana.
“Foi impactante. Primeiro porque a cultura negra é coisa do presente, e não do passado; segundo porque no Brasil existem várias culturas negras e a gente desconhece”, disse Fábio sobre o passeio. “A maneira que eles têm uma relação de respeito com a terra é uma perspectiva diferente do agronegócio”, finalizou.
Os docentes e gestores que foram à excursão serão multiplicadores dos ideais expostos. No CEU EMEF Cantos do Amanhecer acontecerá mais uma edição da Semana Literária, dessa vez na temática antirracista; na EMEF Jardim Mitsutani I – Jornalista Paulo Patarra será a primeira vez que o evento irá acontecer, idealizado pelas professoras da Sala de Leitura. Em ambas as escolas, o evento seguirá o mesmo tema, com produções autorais dos estudantes que dialoguem com a literatura negra, ainda serão apresentados autores negros e seus contos e Histórias em Quadrinhos (HQs).