SP: UBSs trabalham tema da saúde mental por meio de atividades em grupo
Durante a campanha Janeiro Branco os serviços de saúde da capital enfatizam programação voltada ao tema, que também integra rotina das equipes multidisciplinares
- Data: 22/01/2024 13:01
- Alterado: 22/01/2024 13:01
- Autor: Redação
- Fonte: Prefeitura de São Paulo
Janeiro Branco
Crédito:Reprodução
A campanha Janeiro Branco visa alertar a população para os cuidados com a saúde mental e emocional, a partir da prevenção das doenças decorrentes do estresse, como ansiedade, depressão e pânico, além de transtornos de humor, esquizofrenia e bipolaridade. As doenças mentais podem ser causadas por uma série de fatores, como genética, estresse, abuso de substâncias e traumas.
A vivência do sofrimento emocional pode tomar diferentes formas e é influenciada pela história de vida, cultura, relações sociais e o contexto de vida. Algumas vezes, esse sofrimento pode ser percebido mais por outros ao nosso redor do que por si mesmo. Dessa forma, é fundamental que cada um esteja atento para observar alterações de comportamentos, emoções e padrões de pensamento que não são saudáveis e perturbam a vida cotidiana e o alcance dos objetivos pessoais.
Na atenção às pessoas com transtornos mentais, o município de São Paulo oferece atendimento de forma multidisciplinar ao longo de todo o ano. As demandas em saúde mental são recebidas nas 470 Unidades Básicas de Saúde (UBSs), nos 102 Centros de Atenção Psicossocial (Caps), Centros de Convivência e Cooperativa (Cecco), Residências Terapêuticas (RT) e Unidades de Acolhimento (UA).
Unidades possuem ações voltadas a vários públicos
Além da rede de equipamentos, durante este mês, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) realiza ações em seus equipamentos para conscientizar e reforçar a importância do autocuidado e tratamento. Integram as iniciativas do Janeiro Branco atividades como rodas de conversa, exposições, oficinas, entre outras ações com o objetivo de informar, conscientizar ou mesmo realizar encaminhamentos em saúde mental.
Um exemplo é a UBS Parque Novo Mundo II, na zona norte da capital. Inserida em uma área de vulnerabilidade social com uma grande presença de imigrantes, ao longo deste mês a unidade promove uma programação voltada especialmente a mulheres e adolescentes, com atividades como meditação, rodas de conversa e dinâmicas. “A vulnerabilidade reflete na saúde mental, por isso promovemos espaços de escuta e diálogo para o autoconhecimento e autocuidado da nossa população”, explica Viviane Agari, gerente da unidade.
Já a UBS Dr. Manoel Joaquim Pera, na Vila Madalena, zona oeste da capital, criou em 2022 o grupo Fazendo as Pazes com a Comida, que aborda questões como compulsões, transtornos alimentares e distúrbios de imagem. Coordenado pela nutricionista Patrícia Peixoto e pela psicóloga Cecilia Hitomi Myamoto, o grupo tem como público-alvo pessoas acima de 16 anos com alterações de peso (desnutrição e obesidade) e também quem deseja fazer reeducação alimentar ou possui doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs).
Na UBS Novo Jardim, na região de M’Boi Mirim, zona sul, um dos focos deste Janeiro Branco está em ações envolvendo a família, em grupos de pais e filhos, adolescentes, jovens, adultos e idosos. “A atenção básica tem papel primordial nesta campanha, levando às famílias reflexão sobre a promoção da saúde mental e prevenção do adoecimento emocional ao longo de todos os ciclos de vida, além da interrelação no lar, na comunidade e em todos os espaços compartilhados”, destaca o psicólogo Márcio Nunes. Segundo ele, as dinâmicas em grupos ajudam a perceber que sempre é possível o fechamento e a abertura de novos ciclos, em busca de bem-estar e felicidade.
Além da programação que abre o ano, a cada trimestre os grupos, que já são estabelecidos na UBS, participam também de atividades como sarau e show de talentos, que proporcionam momentos de integração, fortalecimento de vínculos e estímulo ao desenvolvimento de habilidades.
Cuidados com a saúde mental
Veja o que pode acontecer quando uma pessoa está em sofrimento psíquico:
- alterações do padrão de sono/apetite;
- uso abusivo/nocivo de substâncias psicoativas, tais como álcool, cigarro, bebidas estimulantes como café ou energéticos, psicofármacos ou substâncias ilícitas;
- alterações do humor, como irritabilidade excessiva ou tristeza intensa sem motivação aparente;
- falta de confiança em si, sensação de falta de propósito e de pouca satisfação com seu cotidiano, falta de projetos futuros;
- ideias de que a vida não vale a pena, que o sofrimento atual nunca irá passar, que não se tem meios para construir novas coisas na vida;
- medos e temores excessivos (que impedem, por exemplo, de executar tarefas que antes eram simples);
- dificuldades de relacionamento, incluindo conflitos interpessoais ou mesmo sensação de “cabeça cheia” e pensamentos desencontrados;
- mudanças bruscas do comportamento, como explosões de raiva e irritação constante.
- redução do cuidado consigo, desde a aparência até a saúde geral;
- retraimento, pensamentos intrusivos, sensação de perseguição e de escuta de vozes ou visão de coisas que outras pessoas falam que não existem.
Preservar a saúde mental envolve alguns cuidados, como:
- cuidar de sua alimentação;
- procurar, na medida do possível, dormir bem e o suficiente;
- fazer atividades físicas ou, se não for possível, ser fisicamente ativo;
- fazer atividades de lazer;
- manter relações com pessoas significativas para si;
- cultivar práticas comunitárias e espirituais, se fizerem sentido para cada um;
- traçar objetivos para sua vida, e persegui-los;
- procurar ajuda profissional se achar que seu sofrimento está grande demais.
Caso sinta necessidade, você pode buscar atendimento em qualquer equipamento de saúde da capital. A relação dos serviços de saúde pode ser consultada na plataforma Busca Saúde.