SP: Professora cria família de bonecos para estimular diferenças e empatia nos alunos

Projeto "Famílias sem Fronteiras" é desenvolvido no Centro Educacional Infantil Penha

  • Data: 12/09/2023 12:09
  • Alterado: 12/09/2023 12:09
  • Autor: Redação
  • Fonte: Prefeitura de São Paulo
SP: Professora cria família de bonecos para estimular diferenças e empatia nos alunos

CEI cria bonecos para trabalhar diversidade com as crianças

Crédito:Prefeitura de São Paulo

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Para promover mais empatia, cuidado e respeito às diferenças, o Centro de Educação Infantil (CEI) Penha está desenvolvendo o “Famílias sem Fronteiras”, formada por quatro bonecos de diversas etnias e com características dos alunos do Infantil B. O projeto, desenvolvido em fevereiro, começou quando a professora Silvia da Conceição Alonso, responsável pela classe, levou uma boneca para a sala de aula.

No início, a ideia era desenvolver nas crianças o cuidado com bebês. A turma ficou entusiasmada e deu à boneca o nome de Jade. Pouco tempo depois, as crianças perceberam que a boneca era parecida com uma colega da turma, pois era branca, loira e de olhos claros. Depois, Silvia providenciou outra boneca, a Nina, negra e nascida na África do Sul. “Falei para os alunos que Nina tem mãe branca, pai negro e é prima de Jade por parte de mãe”, explica a professora.

Nessa fase do projeto, as crianças podiam levar as bonecas para passar o dia em casa e, para que isso acontecesse, era feito um sorteio. “Criamos uma agenda e nela os pequenos podiam desenhar, colar fotos e escrever, com ajuda dos responsáveis, como foi o tempo que passaram com a boneca”.

Quando a turma recebeu uma criança boliviana que não falava português, a educadora sentiu necessidade de um boneco para representá-la também. Foi assim que Joselito entrou para essa família. Na história, esse boneco nasceu na Bolívia e é primo de Jade por parte de pai, tem dificuldades com o português e seu pai e seu avô usam óculos, como a professora e uma colega da classe.

O último integrante foi o Yan, que nasceu na China e é fruto do primeiro casamento do pai de Jade. Ele surgiu quando uma criança foi passear na Liberdade e ficou curioso sobre os chineses. Yan é o único boneco que não é um bebê, ele tem 5 anos, a idade média dos pequenos da turma.

Para batizar os bonecos, Silvia pesquisou nomes de origem do país e os pequenos escolheram, com exceção de Nina, que foi batizada pela educadora por questões fonoaudiólogas, a fim de estimular uma criança da turma com dificuldade nestas sílabas.

Os quatro representam a turma, pois possuem características dadas pelas próprias crianças, com base nos colegas. Jade é intolerante a ovo e a lactose, Nina é a mais baixa da família, Joselito é o mais gordo e Yan tem a idade deles. “Eu falei o país de nascimento e as crianças identificavam com os outros alunos, davam as características conforme eles achavam parecidos”, contou Silvia. A professora comenta que os alunos criaram muita identificação com suas famílias.

Visitas aos lares

Os quatro integrantes da família passam cada semana na casa de uma criança da turma. A professora levanta um boneco, pergunta quem quer levá-lo para casa e faz sorteio com quem se manifestou. Na outra semana eles trazem o boneco junto com sua agenda preenchida.

“Eles mesmos estão se organizando. Um aluno pediu para ficar com o Joselito no dia 13. Eu quis saber o motivo e ele disse que seu aniversário era no dia 14, que iriam viajar e o Joselito era um convidado da festa. Quando entrou uma criança nova na turma, os alunos deram a ideia de deixar ela escolher um para levar e sortear os outros três”, explicou a educadora.

Segundo ela, o “Família sem Fronteiras” tem trazido evolução em diversos quesitos. “A empatia deles aumentou muito. Eles também ficaram mais organizados, aprenderam o que é votar, se informaram sobre os países, suas características e culturas e, além de tudo, estão valorizando as diversidades”.

Para as crianças entenderem melhor essa família de bonecos, a educadora fez uma árvore genealógica, explicando sobre os graus de parentescos. Depois, os alunos fizeram as suas, colocando seus familiares e nacionalidades. “Pedi ainda que eles perguntassem aos responsáveis uma curiosidade sobre sua descendência para compartilhar com a turma”.

A experiência só cresceu: os alunos fizeram receitas, ouviram músicas, aprenderam sobre danças, vestimentas, entre outras expressões culturais dos países que essas crianças descendem. Também foram ensinadas algumas palavras e frases simples em espanhol para facilitar a adaptação da criança vinda da Bolívia.

A turma criou tanto afeto com a família de bonecos que fez até uma festa de aniversário para eles. “Eles mesmos confeccionaram bolos, docinhos, sanduíches com massinha de modelar e ainda decoraram a sala com bexigas”, finalizou a professora.

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  • Data: 12/09/2023 12:09
  • Alterado:12/09/2023 12:09
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  • Fonte: Prefeitura de São Paulo









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