‘Solução ideal’, Filipe Luís aumenta lista de ídolos e técnicos do Flamengo
Assim como Carpegiani, Andrade e Jayme de Almeida, Filipe Luís deixa os gramados para ser treinador e escrever uma nova história no clube
- Data: 02/10/2024 10:10
- Alterado: 02/10/2024 10:10
- Autor: Redação
- Fonte: Luiza Sá/UOL/Folhapress
Filipe Luís
Crédito:Alexandre Vidal/Flamengo
O ditado popular diz que santo de casa não faz milagre. No Flamengo, porém, já fez algumas vezes. Carlinhos, Carpegiani, Andrade e Jayme de Almeida foram exemplos de soluções de dentro que chegaram em um momento de alta pressão e deram resultados. É pensando nisso que o clube recorreu a Filipe Luís para substituir Tite como treinador da equipe com contrato até o fim de 2025.
ÍDOLOS VIRARAM TÉCNICOS
O roteiro de Paulo César Carpegiani é o que mais se assemelha ao de Filipe. Aos 31 anos, ele se aposentou e passou a comandar o sub-20. Logo em seguida, Dino Sani foi demitido, e Carpegiani assumiu como treinador. Foi campeão carioca, da Libertadores e do Mundial em cinco meses em 1981.
O substituto de Carpegiani foi o histórico Carlinhos Violino. Ele teve o primeiro trabalho como treinador do time profissional em 1983, quando assumiu como interino. A paixão pelo Fla o levou a voltar ao clube outras seis vezes. Em pouco tempo, saiu da condição de sempre ser interino para se tornar um dos grandes nomes da história do clube com títulos da Mercosul (1999), Brasileiro (1992 e 1987) e Carioca (1991, 1999 e 2000).
Há também outros dois nomes ainda bem vivos na mente do torcedor. Andrade foi auxiliar técnico durante boa parte da passagem pelo Flamengo, mas foi interino e posteriormente efetivado em 2009 após a demissão de Cuca. Ali, guiou o time à conquista do Brasileiro. Jayme de Almeida foi jogador nos anos 70 e voltou como auxiliar de Luxemburgo em 2010. Em 2013, assumiu de maneira interina após a saída de Mano Menezes e acabou efetivado depois. Naquele ano, livrou o Fla do rebaixamento e foi campeão da Copa do Brasil.
“Ser técnico de um time tem uma responsabilidade muito maior do que o jogador. Ele [Filipe Luís] tem uma experiência fantástica como atleta e conhece o clube, a torcida. Agora, a pressão é muito maior porque ele vai ser o responsável pelo time. Isso tem que ter uma certa dose de experiência para aguentar. Acredito na personalidade dele, na experiência que traz, estava trabalhando com as categorias de base, conhece os jogadores. São 21 jogadores que ele atuou junto. Espero que ele seja muito feliz”, afirma ao UOL.
“É a solução ideal. É um cara sério, competente. Torço para que dê tudo certo, vamos torcer para que ele consiga resolver o Flamengo na Copa do Brasil.”
QUER O TIME DELE
Filipe foi anunciado como interino inicialmente, mas o Fla se corrigiu. O clube acertou com o treinador até o final de 2025 de maneira definitiva. Ele deixa o comando do sub-20.
O ex-lateral não quer se apoiar na história que já construiu no Flamengo para a nova fase. Durante a entrevista de apresentação, ele frisou a todo momento a necessidade de deixar para trás o que passou e construir uma nova caminhada no comando do clube.
O Flamengo espera que a mudança dê a virada de chave que o elenco precisa. A escolha por ele passa por diversos motivos, entre eles o conhecimento que já tem sobre o que é o Fla e a pressão, a abertura com o elenco e a possibilidade de melhorar o ânimo no dia a dia. Os dois primeiros dias de trabalho foram promissores.
“A exigência aqui é máxima, tem que ganhar. E eu quero, como treinador, fazer uma nova história. Não quero que me comparem com nenhum outro treinador. Eu quero que todo mundo pense daqui para frente. Respeito e fico muito feliz por todos que conquistaram e escreveram seus nomes na história, mas agora quero ver o novo Flamengo, que é o meu Flamengo, o Flamengo do Filipe Luís. Respeito, admiro a todos, aprendi com muitos treinadores que trabalharam comigo aqui. Agradeço muito a todos que passaram antes, que fizeram história aqui e que ajudaram o nosso clube a crescer, mas agora é desse ponto para frente”, diz Filipe Luís
Mesmo assim, a expectativa da torcida é que ele escreva uma história vitoriosa como os outros exemplos que já passaram no Fla.
“Não vou dar conselhos, eu fiz pela minha cabeça. Quando fui treinador, ouvi muita gente, mas a minha cabeça é que me levou a escalar jogadores, modo de jogar. Tudo identificado com o clube que eu fui criado desde garoto. Essa maneira de ser Flamengo eu conheço bem, fui torcedor do Flamengo. Para mim, não foi tão difícil assim montar um time do jeito que o clube gosta de jogar. No momento difícil que assumi o time, acabou dando tudo certo. A torcida é o maior patrimônio que o Flamengo tem e nos ajudou muito na caminhada”, afirma Jayme.