Sesc Jazz começa hoje e vai até 23 de outubro
Sesc Jazz acontece em sete unidades do Sesc SP : Guarulhos, Jundiaí, Piracicaba, Pompeia, Presidente Prudente, Ribeirão Preto e São José dos Campos
- Data: 05/10/2022 14:10
- Alterado: 15/08/2023 21:08
- Autor: Redação
- Fonte: Sesc São Paulo
Dobet Gnahoré
Crédito:Jean Goun
Ao longo de três semanas, de 5 a 23 de outubro, o jazz ocupa sete unidades do Sesc SP: Guarulhos, Jundiaí, Piracicaba, Pompeia, Presidente Prudente, Ribeirão Preto e São José dos Campos. É o Sesc Jazz que chega à sua quarta edição, com 20 atrações nacionais e internacionais, atividades formativas e programação on-line, que exploram a diversidade musical da cena contemporânea ligada à memória afrodiaspórica, à tradição, à vanguarda e ao território.
A programação se abre para múltiplas escolas e tradições, com suas poéticas sonoras, conectando continentes, por meio de nomes consolidados no cenário artístico internacional, sem renunciar ao espaço para artistas de gerações mais recentes. Referências mundiais como a flautista norte-americana Nicole Mitchell, o pianista congolês Ray Lema, o trompetista Rob Mazurek com sua Exploding Star Orchestra (EUA), Estados Unidos, estão na grade de atrações com artistas jovens como o festejado coletivo londrino Kokoroko, liderado pela trompetista Sheila Maurice-Grey, o pianista sul-africano Nduduzo Makhathini e a cantora, percussionista e multiartista Dobet Gnahoré, (Costa do Marfim).
A presença feminina, se apresenta de forma bastante contundente nesta edição, que recebe vozes expressivas, como a da cantora peruana Susana Baca, ex ministra da cultura do Peru, e da brasileira Alaíde Costa, que dividirá o palco com sua conterrânea carioca Ilessi, em um encontro geracional voltado à música negra brasileira das últimas décadas, e Mariá Portugal, que apresenta seu disco solo, Erosão, lançado em 2021. As pianistas Macha Gharibian, armênia radicada na França, e Kathrine Windfeld, da Dinamarca, completam o time.
A tradição da música brasileira também tem grande visibilidade durante as três semanas do Sesc Jazz com projetos significativos, como a retomada do álbum Quarteto Negro, que completa 35 anos em 2022, com a presença de três de seus integrantes originais: Zezé Motta, Djalma Correa, Jorge Degas e do percussionista Rodrigo Maré, além do clarinetista Ivan Sacerdote completando a formação, que contava, em sua versão original, com Paulo Moura, falecido em 2010. Outro álbum lembrado nesta edição é Lágrima / Sursolide Suite, de Lelo Nazário, lançado há 40 anos.
Outro ponto de atenção desta edição são os concertos da Orquestra Afrosinfônica e da Orkestra Rumpilezz, ambas da Bahia, em um interessante contraponto aos projetos de Nicole Mitchell e de Rob Mazurek, ambos de Chicago, presentes nesta edição, com propostas estéticas similares de diálogo entre campos musicais distintos. A primeira, liderada pelo maestro Ubiratan Marques, apresenta repertório coadunando o conceito de música de concerto às expressões afro-brasileiras tradicionais e contemporâneas. A segunda celebra o legado de seu maestro fundador, Letieres Leite, falecido em 2021, por meio do universo artístico de outro valor da música brasileira: Moacir Santos, que neste espetáculo terá parte do repertório de seu álbum de estreia, Coisas, revisitado pelo grupo soteropolitano, por meio de seus arranjos singulares.
Ainda no campo das homenagens, a programação traz o Especial Laércio de Freitas Moderno e Eterno, com shows inéditos com a participação de sete pianistas convidados; um show com Maestro Pichu Borrelli e banda em reverência a Airto Moreira interpretando o álbum Fingers com a participação de Filó Machado e Tradição Improvisada, apresentação que une tradição e improviso em homenagem a Nelson da Rabeca, mestre da cultura popular brasileira falecido este ano, por Thomas Rohrer e Dona Benedita.
“Por meio de uma programação dedicada ao cenário contemporâneo do estilo musical, compreendido num sentido expandido, o Sesc Jazz 2022 destaca artistas provenientes, em sua maioria, do sul global. Ao realizar essa ação cultural o Sesc procura difundir e valorizar a música por meio de uma programação abrangente, o projeto visa ampliar repertórios ao compartilhar sonoridades que definem os timbres dos tempos em que vivemos, incluídas aí as reverberações que remontam mais de um século de permanente — e vigorosa — transformação”, explica Danilo Santos de Miranda, diretor do Sesc São Paulo.
Além dos espetáculos musicais, a programação do Sesc Jazz promove ações formativas presenciais e online gratuitas, que ampliarão referências, conhecimentos e pensamentos sobre a diversidade do jazz contemporâneo. Participam artistas que se apresentam no Sesc Jazz como o coletivo Abajur, formado por músicos brasileiros e franceses, em uma masterclass presencial, o bluesman André Christovam em uma oficina de guitarra e a dinamarquesa Katherine Windfeld com uma aula-show. No programa ainda, audições comentadas por pesquisadores e músicos convidados dos discos Obaluayê – Orquesta Afro-Brasileira (1957), Quarteto Novo (1967) e Elza Soares (1974).
Como nas edições anteriores, o Sesc Jazz conta com ilustrações exclusivas e neste ano o convidado é o artista Chico Shiko. Francisco José Souto Leite, mais conhecido como Shiko, é ilustrador, grafiteiro, roteirista, diretor de curta-metragem e autor de quadrinhos. Nascido e criado em Patos, sertão paraibano, mudou-se para João Pessoa aos 18 anos, quando começou a trabalhar com publicidade e a criar quadrinhos independentes, especialmente pela revista indie Marginal Zine. @chicoshiko
Confira a programação em: https://sescjazz.sescsp.org.br/ e nas redes sociais do @sescsp e unidades participantes