Serviço da Prefeitura de SP ajuda filho a achar a mãe 40 anos depois da separação

Trabalho da Divisão de Localização Familiar e Desaparecidos, da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania, já encontrou 6.796 pessoas desde 2007

  • Data: 13/04/2023 11:04
  • Alterado: 31/08/2023 22:08
  • Autor: Redação
  • Fonte: Prefeitura de São Paulo
Serviço da Prefeitura de SP ajuda filho a achar a mãe 40 anos depois da separação

Encontro

Crédito:Reprodução Youtube

Você está em:


Um filho separado da sua mãe ainda bebê voltou a encontrá-la, 40 anos depois, graças ao trabalho minucioso da Prefeitura de São Paulo, por meio da Divisão de Localização Familiar e Desaparecidos, da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC). 

Com apenas 1 ano e meio de idade, Carlos foi levado pelo pai de São Paulo para a Bahia. Há 41 anos ele procurava pela mãe, Maria Lucia Justino de Abreu, que ficou na capital paulista. Carlos Rodrigues da Silva gravou um vídeo e postou nas redes sociais, pedindo ajuda para encontrar sua mãe e ter o privilégio de abraçá-la. 

A agente comunitária de saúde Vaneide Teixeira Pessoa Flores encaminhou o vídeo para a Divisão de Localização Familiar e Desaparecidos, da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC) da Prefeitura de São Paulo. No mesmo dia, Darko Hunter, coordenador da Divisão, encontrou a mãe de Carlos. 

“O caso do Carlos foi a perda de contato com a família. Iniciamos as pesquisas com o nome da dona Maria, conseguimos localizá-la e acompanhamos o emocionante reencontro. Mais um caso de sucesso do trabalho da Divisão, que atua em três frentes: a busca de pessoas desaparecidas; a da família por perda de contato; e a de familiares em caso de pessoas que foram a óbito e estão no Instituto Médico Legal do Estado de São Paulo. É importante destacar que não é preciso esperar 24 horas para registrar um boletim de ocorrência de desaparecimento. Quando perceber que a pessoa saiu da rotina, inicie as buscas imediatamente”, explica Darko, que foi um dos pioneiros na área na cidade de São Paulo. 

A busca por pessoas desaparecidas na Prefeitura de São Paulo começou em 2007, na Central de Atendimento Permanente de Emergências da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (CAPE/SMADS), que ajuda no reestabelecimento do vínculo familiar e comunitário de pessoas em situação de rua. Darko viabilizou o trabalho em conjunto com a 4ª Delegacia de Investigação sobre Pessoas Desaparecidas, onde eram feitos os Boletins de Ocorrência de encontro de pessoa. Desde então, 6.796 pessoas foram encontradas na cidade. 

Em 2013, nasceu o Departamento Especializado em Localização Familiar e Desaparecidos (DELFD), no Centro de Referência Especializado de Assistência Social para População em Situação de Rua (CREAS-POP), na Barra Funda. Neste ano também foi criado o alerta de desaparecimento nos sistemas dos centros de acolhimento da SMADS, que foi ampliado, e hoje integra também os serviços de Saúde e de Direitos Humanos da Prefeitura de São Paulo. Hoje existem 3.564 alertas no sistema. 

Ainda em 2013, o Departamento fez parceria com o Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos do Ministério Público de São Paulo (PLID/MPSP). “A Divisão de Desaparecidos possui um banco de dados que realmente funciona, porque integra informações de três sistemas muito importantes para localizar pessoas desaparecidas: hospitais, albergues e abrigos e casas de passagem. Isso resolve boa parte dos nossos problemas. Há anos lutamos para ter isso em nível nacional. É importante ressaltar também o trabalho do Darko Hunter como gestor público. Ele vai para rua, sabe como e onde procurar e se empenha para encontrar a pessoa desaparecida”, disse Eliana Faleiros Vendramini Carneiro, promotora de Justiça e coordenadora do PLID/MPSP. 

O serviço da Prefeitura de São Paulo ganhou um posto avançado em 2015, no bairro da Luz, para atendimento prioritário a familiares de pessoas desaparecidas que fazem buscas na região conhecida como Cracolândia. Em 2016, o DELFD passou a receber dados do IML central e, em 2019, todos os IMLs do Estado de São Paulo foram integrados ao serviço. 

“Atendo em três Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) gerais e, graças ao trabalho da Divisão de Desaparecidos, temos inúmeros resultados positivos na busca por familiares ou conhecidos de pessoas que são internadas sem acompanhante e até mesmo como pessoas desconhecidas. Graças ao empenho do Darko, em pouco mais de 2 horas, localizamos familiares de paciente que estava evoluindo a óbito e com a confirmação da identificação e localização do irmão, foi possível fazer a doação de órgãos a outros dois pacientes”, conta Sandra das Graças Marcondes, médica do Hospital São Paulo. 

Intercâmbio 

Em 2018, o DELFD foi transferido para a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania e passou a se chamar Divisão de Localização Familiar e Desaparecidos, que também organiza oficinas e grupos de trabalho com membros de órgãos públicos e organizações da sociedade civil que atuam com familiares de desaparecidos. Com frequência, a Divisão é procurada por órgãos públicos de outros estados, para auxiliar na busca por pessoas. Nestes 16 anos de atuação, já recebeu solicitações de todos os Estados brasileiros, além de países como Bolívia, Venezuela, Canadá e Holanda. 

“Nesses dois anos que estou à frente da Divisão aqui de Minas Gerais, perdi a conta do número de pessoas desaparecidas que foram encontradas em São Paulo com a ajuda da Divisão de Desaparecidos da SMDHC. Sempre que entramos em contato para pedir ajuda, toda a rede a qual a Secretaria tem acesso foi acionada rapidamente”, disse a delegada Bianca Landau Braile, chefe da Divisão de Referência da Pessoa Desparecida (DRPD) de Minas Gerais. 

Por conta do grande fluxo de desaparecidos de Santa Catarina para São Paulo e vice-versa, a cooperação é constante com a Delegacia de Polícia da Pessoa Desaparecida daquele estado. “A colaboração da Divisão de Desaparecidos com nosso trabalho é fundamental. Quando a acionamos sabemos que haverá procura em hospitais, casas de acolhimento, lugares por onde a pessoa pode ter passado. Nós conseguimos acionar as nossas redes por aqui, mas a busca em São Paulo seria impossível sem essa colaboração”, conta o delegado Wanderlei Redondo, titular da Delegacia de Polícia da Pessoa Desaparecida de Santa Catarina. 

O Estado do Ceará criou, em setembro do ano passado, o Comitê Estadual de Enfrentamento ao Desaparecimento de Pessoas e no mapeamento de boas práticas na área e a Divisão da SMDHC foi uma referência na articulação das redes locais e localização de pessoas. “Nosso Comitê é novo e já estamos agendando uma reunião com o Darko para que compartilhe sua experiência conosco e apresente as ferramentas tecnológicas que são utilizadas no município de São Paulo. Gostaria de destacar também a celeridade no atendimento. Se tivéssemos um ponto focal como ele em cada estado, nossa rede seria muito fortalecida”, disse Lívia Maria Xerez de Azevedo, supervisora da equipe técnica do Comitê Estadual. 

Exemplo 

Para o delegado titular da 12ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil do Ceará, Augusto Soares Flávio, a rede integrada da Prefeitura de São Paulo e a experiência dos profissionais da Divisão de Desaparecidos são um exemplo para os outros Estados. “Na semana passada, tivemos um caso na cidade de Tamboril, interior do Ceará, de uma mãe que fez um boletim de ocorrência pelo desaparecimento da filha e, com a ajuda do Darko, localizamos a menina em São Paulo”, contou. 

“Em 2021, fui convidado a participar do grupo de trabalho da Política Nacional de Busca de Pessoas Desaparecidas, na área de investigação. Nesse grupo tive a honra de trabalhar com o especialista em desaparecimento de pessoas da Prefeitura de São Paulo, o Darko Hunter. Visitei as instalações da Divisão e tive o conhecimento in loco, de todo o trabalho que é desenvolvido em São Paulo”, disse Eliezer Fernandes Júnior, juiz da Infância e Juventude Infracional de Manaus e juiz de Direito do Amazonas. 

Além de integrar as bases de dados para buscar pessoas, a Divisão fez uma parceria com o Metrô de São Paulo, em 2021, para exibir fotos e informações de pessoas desaparecidas nas TVs dentro dos trens das linhas 3 (vermelha) e 1 (azul). Em dois anos de parceria, mais de 500 fotografias de desaparecidos foram exibidas. 

Serviço 

Posto Avançado 
Rua Mauá, 36, próximo à Estação Júlio Prestes (dentro do Centro Pop Santa Cecília) 
Funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h 

Whatsapp – (11) 97549-9770 

Formulário de cadastramento de pessoa desaparecida 

Ouvidoria de Direitos Humanos – Núcleo Central 
Rua Dr. Falcão Filho, 69 – Centro 
Atendimento de segunda à sexta-feira, das 10h às 16h 
Telefone de Contato: (11) 3104-0701 

Compartilhar:
1
Crédito:Reprodução Youtube Encontro

  • Data: 13/04/2023 11:04
  • Alterado:31/08/2023 22:08
  • Autor: Redação
  • Fonte: Prefeitura de São Paulo









Copyright © 2024 - Portal ABC do ABC - Todos os direitos reservados