Sepultura inicia turnê final em Belo Horizonte e mostra razão de sua longevidade
Banda fez o primeiro show com o novo baterista Greyson Nekrutman após a saída inesperada de Eloy Casagrande
- Data: 03/03/2024 16:03
- Alterado: 03/03/2024 16:03
Crédito:Divulgação
O Sepultura abriu a turnê mundial “Celebrating Life Through Death” com dois shows lotados em Belo Horizonte, na sexta-feira (1), e em Juiz de Fora, no sábado (2). Prevista para durar um ano e meio, a excursão marca o encerramento da carreira da banda, após 40 anos de atividades.
A escolha da capital mineira como ponto de partida não foi aleatória: a banda de heavy metal nasceu em 1984 no bairro de Santa Tereza, berço também do Clube da Esquina e do Skank. O público local não decepcionou, esgotando os 5.000 ingressos colocados à venda e cantando a plenos pulmões durante as quase duas horas de espetáculo.
Sepultura apresenta show da turnê ‘Celebrating Life Through Death’ em Belo Horizonte Divulgação Sepultura apresenta show da turnê ‘Celebrating Life Through Death’ em Belo Horizonte **** O quarteto formado por Andreas Kisser (guitarra), Paulo Jr. (baixo), Derrick Green (vocal) e Greyson Nekrutman (bateria) iniciou os trabalhos com uma trinca do álbum “Chaos A.D.” (1993), um dos preferidos dos fãs e que marcou uma virada na trajetória da banda por ser o primeiro a incluir instrumentos percussivos e ritmos brasileiros.
“Refuse/Resist”, “Territory” e “Slave New World” serviram para mostrar que Greyson não ficaria devendo nas batidas tribais nesta que foi sua primeira apresentação ao vivo com a banda. O americano entrou para o grupo dias antes do início da turnê e teve pouco tempo para aprender o repertório após a saída inesperada de Eloy Casagrande.
O novato foi bastante aplaudido e apoiado pelos fãs, que demonstravam certa expectativa e dúvidas sobre ele antes da abertura dos portões. Só deu uma escorregada, já nos momentos finais, durante a execução de “Ratamahatta”. Nada que tenha comprometido a apresentação.
Instagram https://www.instagram.com/p/C4BfsP0J7cU/?img_index=9 *** “Vocês já estavam gritando o nome desse grande camarada, que veio pegar as baquetas num momento muito difícil e está fazendo um trabalho maravilhoso”, declarou Kisser ao apresentar oficialmente o novo integrante no primeiro terço do show. “Obrigado pelo carinho nesse momento do Sepultura, aqui onde tudo começou. Isso vai ser inesquecível, é realmente um começo de turnê memorável”, completou.
O setlist não fugiu muito do esperado, tendo como base cinco canções de “Chaos A.D.” e mais cinco de “Roots” (1996), álbum mais vendido da banda. A ausência mais sentida foi a de canções do disco “Beneath the Remains” (1989), o primeiro lançado pela gravadora americana Roadrunner e que abriu as portas para as primeiras turnês internacionais.
O repertório revisitou quase todas as fases da banda. Pouco mais da metade foi dedicada ao período liderado pelo ex-vocalista Max Cavalera, com músicas dos discos “Morbid Visions” (1986), “Schizophrenia” (1987), e “Arise” (1991), além dos já citados anteriormente. O restante passeou pela era Derrick Green, com canções dos álbuns “Against” (1998), “Nation” (2001), “Roorback” (2003), “Dante XXI” (2006), “Kairos” (2011), “Machine Messiah” (2017) e “Quadra” (2020).
Ao se despedir, Derrick e Andreas não seguraram as lágrimas. O guitarrista ainda fez mais um rápido agradecimento ao público belo-horizontino –mais especificamente à parcela alvinegra da cidade– ao se enrolar em uma bandeira da Galo Metal, uma torcida organizada do Atlético formada por fãs do estilo.
No dia seguinte, a banda seguiu para Juiz de Fora, onde repetiu o setlist para cerca de 3.000 pessoas. A turnê segue para Brasília no próximo sábado (9) e ainda passará por Uberlândia, Porto Alegre, Curitiba e Florianópolis antes das primeiras apresentações internacionais, em países das Américas do Sul e Central. O grupo volta ao Brasil para três shows em São Paulo, nos dias 6 a 8 de setembro, e depois seguirá a excursão pela Europa.