Secretário do Clima da cidade de SP diz que ‘planeta se salva sozinho’; procuradora rebate
Georgia Sena Martins, doutora em Geociências pela Unicamp, o chamou de "negacionista"
- Data: 13/07/2023 13:07
- Alterado: 13/07/2023 13:07
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Secretário executivo de Mudanças Climáticas da cidade de São Paulo
Crédito:Divulgação
O secretário-executivo de Mudanças Climáticas do município de São Paulo, Antonio Fernando Pinheiro Pedro, afirmou durante fórum de discussão sobre mudanças climáticas que o “planeta se salva sozinho” do aquecimento global e que a Terra não será salva pelas pessoas. Ele foi rebatido pela procuradora federal Georgia Sena Martins, doutora em Geociências pela Unicamp, que o chamou de “negacionista”.
“O planeta não será salvo por nós. Ninguém salva o planeta Terra. Geralmente, ele se salva sozinho. Ele o faz a quatro bilhões e trezentos milhões de anos, e muda o clima em todo esse período. Quando o planeta se salva, ele geralmente se livra do que está na superfície dele. Já o fez várias vezes”, disse. “Nós somos parte do problema para a vida na Terra neste momento, mas a nossa solução é muito pequena. Os fatores são de ordem geológica, cósmica e solar”, disse.
A declaração do secretário foi feita no início de junho de 2023 durante lançamento do Fórum Permanente de Mudanças Climáticas e Desastres Ambientais na sede paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A fala de Pinheiro Pedro, entretanto, ganhou repercussão nas redes sociais nesta semana.
Durante discurso, o secretário foi interrompido pela procuradora federal. “Desculpa, mas o senhor está negando toda a existência deste fórum, toda a ciência, todos os relatórios do IPCC, todos os estudos feitos até hoje. O senhor é um negacionista”, disse Georgia Sena Martins. “O que o senhor está falando não tem qualquer fundamento científico. O senhor está falando com base em achismos. Estamos em um fórum de mudanças climáticas e o senhor está negando as mudanças climáticas e falando um rosário de besteiras.”
A reportagem acionou a assessoria da Secretaria de Mudanças Climáticas da cidade de São Paulo para se pronunciar sobre o assunto, mas não obteve retorno até o momento.