Secretaria de Educação de Diadema participa do Mandela Day
Departamento de Educação Popular do município esteve na mesa de debates em evento realizado pela UFABC que homenageou o líder sul-africano e discutiu questões étnico-raciais
- Data: 25/07/2023 20:07
- Alterado: 31/08/2023 21:08
- Autor: Redação
- Fonte: PMD
Crédito:Alvaro Bodas
O Departamento de Educação Popular da Secretaria de Educação de Diadema participou, na última sexta-feira (21), do evento “Mandela Day – Legados”. Sediado no campus de São Bernardo da Universidade Federal do ABC (UFABC), o evento anual é realizado em reconhecimento à contribuição do ex-presidente sul-africano para a cultura de paz e liberdade.
O Mandela Day fez parte da programação da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB) e integra as atividades promovidas ao redor do mundo no dia 18 de julho, dedicado a homenagear o ativista e líder sul-africano Nelson Mandela. No Brasil, oito estados e 17 cidades sediaram o Mandela Day.
A Secretaria de Educação de Diadema esteve presente no evento, representada pela diretora do Departamento de Educação Popular e coordenadora do Núcleo de Educação para as Relações Étnico-Raciais, Evelyn Cristina Daniel, que compôs a mesa junto com outros professores, estudiosos e representantes do movimento antirracista.
Evelyn apresentou os principais programas da Secretaria de Educação de Diadema, entre eles o Adolescente Aprendiz, falou sobre a política de educação étnico-racial do município e como ela permeia todas as iniciativas do Departamento de Educação Popular. “Precisamos trazer cada vez mais pessoas para essa luta, que é diária. Poder público, movimentos sociais e universidades têm que estar unidos e se fortalecendo”, afirmou. “Ser antirracista é um verbo. Não adianta apenas se dizer antirracista, é preciso incorporar o conceito em nossas ações e atitudes”, concluiu.
Professor do curso de Relações Internacionais da UFABC, Acácio Almeida destacou que um evento como o Mandela Day é importante para promover a discussão sobre as Leis 12.711 e 10.639, que estabeleceram as cotas para estudantes de baixa renda, negros, indígenas e pessoas com deficiência e incluíram no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”. Em Diadema, as leis de ensino sobre cultura e história afro-brasileira e indígena são cumpridas por meio do programa Diadema de Dandara e Piatã.
Acácio apontou que a lei de cotas já completou dez anos e que é o momento de avaliar seus efeitos. “A lei aumentou o efetivo de negros nas universidades federais, só que as instituições não se adequaram a esse novo contexto em relação ao currículo, disciplinas, didática etc. É preciso readequar essa universidade, que foi concebida para brancos”, defendeu, acrescentando que entre 3 e 6 de outubro a UFABC sediará o 3º Seminário Nacional de Políticas Afirmativas para a População Negra, evento que será aberto ao público.
O professor do Núcleo de Estudos Africanos e Afro-brasileiros da UFABC Ramatis Jacino ressaltou que o espaço universitário sempre foi um ambiente exclusivamente branco, e ainda é novo para os negros. “Não podemos deixar que a universidade nos ‘embranqueça’. É preciso nos organizar dentro desses espaços acadêmicos, fortalecer e manter a nossa cultura”, afirmou.
Junto com Evelyn, Acácio e Ramatis, compuseram a mesa o professor do Fórum Permanente de Educação e Diversidade Étnico-Racial do ABCDMRR “Carolina Maria de Jesus” Leon Padial, o estudante Paulo Henrique de Sousa Pinheiro, do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFABC e do Coletivo Negro Vozes, Jacques Mario Lé, estudante da Guiné-Bissau do Programa de pós-graduação em Relações Internacionais da UFABC, Jordana de Sena Campos, estudante do curso de Especialização em Estudos Africanos e Afro-brasileiros da UFABC e a professora do Núcleo de Estudos Africanos e Afro-brasileiros da UFABC Regimeire Maciel. O Mandela Day na UFABC terminou com a exposição fotográfica “Vertentes”, da fotógrafa Valu Ribeiro, e a apresentação do músico Vitor da Trindade.