Saúde SP chama atenção para a vacinação de bebês no mês da luta contra hepatites virais

Em alusão à campanha Julho Amarelo, voltada à conscientização sobre as hepatites virais, a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo (SMS) chama a atenção para a necessidade de vacinação contra a hepatite B em bebês. A imunização é a forma mais segura de prevenir a doença que, entre 2007 e junho de 2022, acometeu 18.618 pessoas na capital e pode ser a causa de transplante de fígado e até mesmo levar à morte.

Apesar da disponibilidade de vacinas para hepatite B na rede municipal, uma parcela da população ainda não aderiu à imunização. Em 2021, 77% dos bebês foram vacinados, e até junho deste ano, 79,90% receberam a vacina pentavalente.

De acordo com Célia Regina Cicolo da Silva, coordenadora do Programa Municipal de Hepatites Virais da SMS, esse número não é o ideal e a adesão à imunização é imprescindível.

“Estamos falando de uma doença que pode causar danos graves à saúde e para a qual temos vacina gratuita no SUS (Sistema Único de Saúde). Recém-nascidos devem receber a primeira dose de preferência nas primeiras 12 horas de vida ou na primeira visita ao centro de saúde em até 30 dias. O esquema vacinal terá continuidade com a aplicação da vacina pentavalente em três doses, com intervalo de 60 dias entre elas. Quem tiver idade a partir de cinco anos, e sem comprovação vacinal, terá que tomar três doses da vacina para hepatite B, com intervalo de 30 dias entre a primeira e a segunda dose e de 180 dias entre a primeira e a terceira dose”, explica.

No caso da hepatite C, os números são ainda mais preocupantes. Foram 26.813 casos notificados entre 2007 e junho de 2022. Apesar de não haver vacina para esse tipo de hepatite, a população pode contar com o tratamento realizado pelo SUS. De acordo com Celia Regina, desde 2021 esse tratamento chega mais rápido à população, com dispensação dos medicamentos no próprio serviço de atendimento.

“Agora, a pessoa diagnosticada com hepatite B ou C pode fazer o exame em qualquer unidade de saúde da rede municipal. Se for diagnosticado com hepatite, o paciente será encaminhado para o Ambulatório de Especialidade onde será acompanhado, pegará sua medicação na farmácia e começará o tratamento na sequência. De janeiro até junho deste ano foram entregues medicamentos para 613 pacientes com hepatite C e para 1.994 pacientes com hepatite B”, destaca.

A capital integra o Plano de Eliminação das Hepatites Virais, do Ministério da Saúde, que tem o desafio de reduzir, até 2030, em 90% as novas infecções dos tipos B e C e em 65% o número de mortes associadas. A SMS realiza, na rotina dos serviços, uma busca ativa de pessoas com as hepatites. Equipes de saúde das unidades detectam, entre os pacientes que estão em consulta ou durante um curativo, pessoas que epidemiologicamente têm maior possibilidade de ter adquirido essas infecções, como indivíduos com 40 anos de idade ou mais, ou que receberam transfusão de sangue e derivados antes de 1993, cidadãos que usam ou usaram drogas injetáveis, pessoas que moram, têm contato ou compartilham objetos como seringas e agulhas, lâminas de barbear com pacientes com hepatite B ou C, e para todas as gestantes a fim de prevenir a transmissão vertical. Após essa triagem, são oferecidos os exames necessários para identificação da hepatite B e C.

No caso de pessoas com diagnóstico positivo e que não voltam para o tratamento, as equipes de saúde entram em contato e fazem visitas em domicílio a fim de convencê-las sobre a importância do devido acompanhamento.

Para realizar os exames de hepatite B ou C, o munícipe deve procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS), Serviço de Assistência Especializadas (SAE) ou Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), que funcionam diariamente. É importante levar a carteira de vacinação para avaliação da vacina de hepatite B.