São Paulo tem cinco municípios com foco de incêndio nesta quarta
Com recordes nos pontos de fogo registrados por satélite, o estado tem adotado um modelo de força-tarefa no uso de efetivo e equipamentos
- Data: 18/09/2024 18:09
- Alterado: 18/09/2024 18:09
- Autor: Redação
- Fonte: Francisco Lima Neto e Claudinei Queiroz/Folhapress
Incêndios florestais no Estado de São Paulo
Crédito:Divulgação/Governo do Estado de SP
O estado de São Paulo tem cinco municípios com focos de incêndio nesta quarta-feira (18), de acordo com a Defesa Civil.
As cidades atingidas são: Bananal, Mococa, Santo Antônio de Posse, Nova Odessa e Cajuru. No total, quatro aeronaves são utilizadas no combate às chamas.
Em Nova Odessa, por exemplo, o fogo começou por volta das 20h de terça-feira (17), às margens da rodovia Anhanguera, no km 119, e atingiu uma área de vegetação natural e pastagem, próximo ao pedágio. Mas não houve a necessidade de bloqueio na via.
Em Bananal, no Vale do Paraíba, o dia amanheceu fechado nesta quarta, dificultando muito a visibilidade dos focos de incêndio na crista da montanha. Assim, as equipes ficaram de prontidão esperando a neblina baixara para entrar em ação.
Embora sob o alívio temporário de uma frente fria, São Paulo completa um mês com sua estrutura de combate a incêndios florestais posta mais uma vez à prova. Com recordes nos pontos de fogo registrados por satélite, o estado tem adotado um modelo de força-tarefa no uso de efetivo e equipamentos.
Segundo a Defesa Civil de São Paulo, que coordena o gabinete de crise do governo estadual para lidar com os incêndios, há 15,1 mil agentes em campo envolvidos nos combates. Deste a maior parte, 10 mil, composta por brigadistas voluntários, de empresas agrícolas e do DER (Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de São Paulo).
A outra porção desse efetivo é composta por 2.500 agentes de Defesa Civil, 2.200 bombeiros militares e 400 brigadistas da Fundação Florestal de SP.
Já os equipamentos se dividem em 2.500 veículos terrestres, como viaturas dos bombeiros, 29 helicópteros da Polícia Militar – as aeronaves disponíveis que não estejam em uso para ações de segurança – e oito aviões.
Na primeira quinzena de setembro, segundo o chefe da Defesa Civil de São Paulo, coronel Henguel Ricardo Pereira, foram 520 horas de voo, 2,4 milhões de litros de água usados para apagar as chamas e 20 aeronaves utilizadas, com 63 cidades assistidas no total.
Nesta terça (17), o governo Tarcísio divulgou ter prendido 23 pessoas por suspeita de envolvimento em ações de início intencional de fogo desde junho – nove estavam soltas até a última sexta (13). A gestão também informou ter aplicado mais de R$ 25 milhões em multas para crimes relacionados a queimadas criminosas desde janeiro.
Mas depois da frente fria, a temperatura volta a subir, e o estado tem alertas de emergência para incêndio com ápice entre a próxima sexta-feira (20) e o domingo (22).
O ápice da crise ocorreu entre os dias 22 e 24 de agosto, quando surgiram 2.621 novos focos, sendo 1.886 apenas no dia 23. Foi justamente naquela sexta-feira que a região metropolitana de São Paulo se cobriu de fuligem no meio da tarde e o sol virou um círculo vermelho no céu.
Segundo o capitão Roberto Farina, porta-voz da Defesa Civil estadual, dados de amostragem do Corpo de Bombeiros indicaram um aumento de 386% no número de focos de incêndio do ano passado para este.
Passada a fase mais difícil, Farina acredita que agora a tendência é os focos diminuírem. Principalmente, por causa da frente fria que chegou ao estado, trazendo chuva para a região metropolitana de São Paulo, litoral e leste do estado. Ele enfatiza, no entanto, que os municípios que não tiveram precipitação nos últimos dias pelo menos estão com a umidade do ar mais alta, o que diminui o risco de novos focos.
Barretos, a 420 km da capital, por exemplo, vinha com taxas mínimas de umidade relativa do ar por volta dos 9%. Nesta terça (17), o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) apontava 25% no horário mais crítico na estação meteorológica de Bebedouro, na mesma região.
“Tudo indica que quando sair a frente fria, depois desta quarta, vai ficar uma umidade no ambiente. Quando chegar o calor de novo e se juntar à umidade, tende a chover no interior, nessa faixa mais crítica. Até o fim da semana vai chover em todo o estado e a vegetação vai ficar mais molhada. Aí, na última semana de setembro, existe a possibilidade de nova frente fria, o que favorecerá um cenário positivo. A pior parte da estiagem possivelmente já tenha passado”, afirma o capitão.