São Paulo rejeita a desobrigação do uso de máscaras mencionada por Bolsonaro
Acompanhando decisão dos EUA, presidente Jair Bolsonaro anunciou que a mesma decisão poderia ser aplicada ao Brasil e amplia ainda mais a recomendação americana
- Data: 12/06/2021 10:06
- Alterado: 12/06/2021 10:06
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Bolsonaro
Crédito:Alan Santos / PR
O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender nesta sexta-feira (11) a desobrigação do uso de máscaras para vacinados e recuperados da Covid, mas acrescenta que a decisão final será de governadores e prefeitos. “Eu não apito nada“, ironizou. Na quinta-feira, 10, Bolsonaro pediu ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, um “parecer” para desobrigar o uso de máscaras por quem estiver vacinado contra a Covid ou por quem já tiver contraído a doença. “Acabei de conversar com um tal de Queiroga — não sei se vocês sabem quem é —, nosso ministro da Saúde. Ele vai ultimar um parecer visando a desobrigar o uso de máscara por parte daqueles que estejam vacinados ou que já foram contaminados. Para tirar esse símbolo, que obviamente tem a sua utilidade para quem está infectado“, declarou ao discursar durante solenidade de lançamento de programas do Ministério do Turismo.
SÃO PAULO JÁ RESPONDEU
O governo do Estado de São Paulo e prefeitos dos municípios paulistas rejeitaram ontem a possibilidade de abdicar da obrigatoriedade do uso de máscaras de proteção facial como forma de prevenção da covid-19. Eles reafirmaram a importância do objeto, cujo uso deve ser exigido até que a população esteja totalmente vacinada.
O governo paulista se posicionou no sentido de fazer cumprir o decreto estadual 64.959/2020 que estabelece o uso geral e obrigatório de máscaras. O secretário de Desenvolvimento Regional do Estado, Marco Vinholi, disse que, independentemente de qualquer decisão federal, a orientação é para que os prefeitos paulistas continuem exigindo o uso da proteção facial. “Nós aqui vamos pela medicina e pela ciência. Nossa orientação aos prefeitos é que preservem a vida da população e sigam com a utilização da máscara”, disse.
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), participou ontem de evento com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, na capital paulista. Ao lado do auxiliar do governo Jair Bolsonaro, Nunes descartou a possibilidade de liberar a circulação da população sem máscaras. “Em hipótese nenhuma o uso da máscara será desobrigado na cidade de São Paulo. A máscara, está cientificamente comprovado, ajuda a reduzir a transmissão”, afirmou.
O prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos) disse que não vai suspender o uso de máscaras no município, mesmo que o governo federal decida nesse sentido. “Campinas tem decreto que obriga o uso de máscara e multa de R$ 100 pelo descumprimento. Esse decreto não será alterado, independentemente de qualquer posicionamento do governo federal”, afirmou.
A assessoria do prefeito de São José dos Campos, Felício Hamuth (PSDB), disse que a cidade segue a lei estadual que obriga todos a usarem máscara. “A proposta do presidente ainda é só uma proposta, não há nada de concreto. São José vai seguir o que o Estado (governo estadual) determinar”, disse, em nota.
Em Santos, nada vai mudar, informou o município em nota. “A prefeitura de Santos informa que o uso de máscaras em locais públicos é obrigatório desde 1º de maio de 2020. Não houve nenhuma flexibilização quanto a esta obrigatoriedade e a administração municipal prossegue com fiscalização em locais de maior trânsito de pessoas, sob pena de multa de R$ 300 no caso de recusa na utilização do acessório.”
São José do Rio Preto, Jundiaí e Limeira também se posicionaram pela continuidade do uso da proteção facial.
Serrana
Mesmo com praticamente toda a população maior de 18 anos vacinada contra a covid-19, com o projeto de avaliação da vacina Coronavac desenvolvida pelo Instituto Butantan, a prefeitura de Serrana vai continuar exigindo o uso de máscara. “Como as cidades vizinhas não estão com a vacinação bastante avançada, nós aqui no município continuamos orientando e fiscalizando quanto ao uso de máscara e o distanciamento social”, disse o prefeito Léo Capitelli (MDB).
Já a prefeitura de Botucatu, cidade que também vacinou toda a população adulta com a vacina Oxford/Astrazeneca, mantém a obrigatoriedade no uso da máscara, mas afirma que essa medida pode ser revista posteriormente.