São Paulo anuncia 600 novos ônibus elétricos até 2025

São Paulo investe em 600 novos ônibus elétricos até 2025, mas enfrenta desafios na infraestrutura e na substituição da frota antiga.

  • Data: 23/01/2025 18:01
  • Alterado: 23/01/2025 18:01
  • Autor: redação
  • Fonte: Assessoria
São Paulo anuncia 600 novos ônibus elétricos até 2025

Crédito:Divulgação/ BYD

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Na última quinta-feira, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), anunciou a intenção da administração municipal de colocar em operação 600 novos ônibus elétricos até o ano de 2025. Esse número representa quase um aumento de três vezes em relação à atual frota de 328 veículos. No entanto, essa meta ainda está distante da necessidade urgente de substituição de 3.400 ônibus que, por lei municipal, devem ser retirados de circulação devido ao limite de idade de dez anos.

Durante um evento realizado no Anhembi, onde foram apresentados 100 novos ônibus elétricos, Nunes defendeu uma decisão tomada no final do ano passado que permite a operação de veículos com até 13 anos de idade. Essa mudança visa atender à demanda financeira e ambiental, permitindo a continuidade do uso desses ônibus mais antigos enquanto se planeja a sua substituição por veículos elétricos mais modernos.

“Consideramos que é vantajoso manter um ônibus em operação por mais tempo se isso resulta na introdução de um modelo elétrico mais eficiente. A média nacional é que os ônibus têm uma vida útil média de 15 anos. Portanto, optar por manter veículos um pouco mais antigos enquanto garantimos a entrada dos novos ônibus elétricos é uma estratégia válida”, afirmou o prefeito.

Na semana anterior ao anúncio, Nunes vetou uma proposta que permitia que as empresas de transporte renovassem suas frotas com até 50% de veículos movidos a combustíveis fósseis. Essa proposta havia sido aprovada pela Câmara Municipal e foi sancionada pelo prefeito com o veto na última quinta-feira.

A partir de outubro de 2022, uma norma da SPTrans estabeleceu que não seriam mais adquiridos ônibus a diesel para renovação da frota, mas essa determinação tem enfrentado desafios significativos. A administração municipal aponta para duas questões principais: a escassez de oferta de veículos pelas montadoras e a falta de infraestrutura adequada para recarga dos ônibus elétricos. Essa situação tem gerado tensões entre a prefeitura e a Enel, empresa responsável pela distribuição de energia na cidade.

“Chegamos a um ponto em que tínhamos recursos disponíveis, mas faltavam ônibus produzidos e condições para abastecimento devido à ausência da infraestrutura necessária. A Enel chegou a nos cobrar R$ 1,6 bilhão para implementar essa infraestrutura. Estamos discutindo alternativas com eles para melhorar o abastecimento nos terminais”, comentou Nunes.

Ilan Cuperstein, representante da Iniciativa Zebra — um projeto promovido pelo C40 Cities e pelo ICCT (Conselho Internacional de Transporte Limpo) — destacou que as adequações na rede elétrica representam um desafio significativo para São Paulo. Ele sugeriu que a implementação de eletroterminais em locais estratégicos poderia facilitar a recarga das frotas e distribuir melhor a demanda energética na cidade.

A prefeitura também está em busca de financiamento para acelerar a transição da frota a diesel para elétrica, buscando garantir economia no longo prazo. Segundo Nunes, enquanto um ônibus elétrico custa em média R$ 2,2 milhões, um veículo movido a diesel tem um custo aproximado de R$ 700 mil. Contudo, os gastos com combustível para os ônibus elétricos podem ser reduzidos em cerca de R$ 20 mil por mês, totalizando R$ 2,4 milhões ao longo de uma década por veículo.

Recentemente, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco Mundial disponibilizaram US$ 500 milhões (cerca de R$ 2,5 bilhões) para subsidiar a aquisição de 2.600 ônibus elétricos. Além disso, no final do ano passado, Nunes assinou um contrato com o BNDES no valor também de R$ 2,5 bilhões.

O prefeito enfatizou que as dificuldades na aquisição dos veículos se devem à limitação da capacidade industrial e à falta da infraestrutura necessária: “Estamos prontos para adquirir todos os veículos que forem disponibilizados pelo mercado assim que tivermos garantias sobre sua fabricação e entrega”.

Os novos ônibus apresentados nesta quinta-feira representaram um investimento total de R$ 213 milhões por parte da prefeitura. Com essa adição, a frota elétrica da cidade agora conta com 428 unidades operacionais e mais 201 trólebus.

A zona oeste da cidade será uma das mais beneficiadas com essa nova frota, recebendo 47 veículos operados pela Transcap. A zona leste contará com mais 40 ônibus operados pela Express; a zona norte terá 12 novos veículos sob responsabilidade da NorteBuss; enquanto a zona sul receberá um único ônibus operado pelo Consórcio KBPX. Todos os novos modelos vêm equipados com ar-condicionado, Wi-Fi gratuito e tomadas USB para carregamento celular.

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  • Data: 23/01/2025 06:01
  • Alterado:23/01/2025 18:01
  • Autor: redação
  • Fonte: Assessoria









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