Rumos Itaú Cultural: Saberes ancestrais de curandeiras são registrados em livro
Eu mais velha – cura, fé e ancestralidade, de Bianca Sevciuc e Lais Araújo, mapeia conhecimentos tradicionais da cultura caiçara e dos Guaranis M’by
- Data: 26/03/2021 13:03
- Alterado: 26/03/2021 13:03
- Autor: Redação
- Fonte: Rumos Itaú Cultural
Leontina - Superagui
Crédito:Giorgia Prates
No Dia Internacional da Mulher, 8 de março, começa a pré-venda do livro Eu mais velha – cura, fé e ancestralidade, de Bianca Sevciuc e Lais Araújo, sobre saberes tradicionais de sete curandeiras, benzedeiras, parteiras e raizeiras do litoral do Paraná, detentoras de conhecimentos sobre processos de cura. O valor arrecadado nas vendas será revertido para as senhoras participantes do projeto, selecionado pelo Rumos Itaú Cultural 2017-2018. Os 130 primeiros exemplares custam o valor promocional de R$60 e podem ser adquiridos em https://pag.ae/7WVEhRmG8. Depois, o preço passa para R$80.
Em 17 e 24 (quartas-feiras) de março, às 20h, a equipe do projeto realiza live no perfil @eumaisvelha. Na primeira, com participação de Diego Zanotti, idealizador do projeto Cine Invisível. Na segunda, com Isadora Carneiro, do projeto Mulheres da Terra. As conversas discorrem, respectivamente, sobre a sabedoria sutil das anciãs e a sabedoria do passado, que pode curar o futuro.
No dia 27 (sábado), às 18h, acontece o lançamento do livro Eu mais velha – cura, fé e ancestralidade, com apresentação de fotos e depoimentos de algumas das senhoras participantes. A mediação é da jornalista Silvia Valim. O encontro é no Zoom, com inscrições gratuitas via Sympla. A transmissão também é feita pelo Youtube. Todos os links estarão disponíveis no Instagram do projeto. Será um momento para o público e a equipe conversarem sobre as experiências e processos vivenciados durante a pesquisa.
“Eu mais velha foi sentido como um meio de manter vivos os saberes, as pessoas e a memória, como um espaço para que a história seja contada por outros protagonistas”, explica Bianca. “Também como possibilidade de resgate e de algum modo perpetuação dos saberes tradicionais, passados de geração a geração nesse local por centenas de anos, mas que vêm sendo apagados em função de diversos desafios da contemporaneidade.”
Ela e Lais circularam, por quase dois anos, por dezenas de comunidades pelo litoral do Paraná, na região do Parque Nacional do Superagui e Área de Proteção Ambiental de Guaraqueçaba, um dos mais importantes ecossistemas costeiros do mundo. Encontraram, em seis dessas comunidades – Barbados, Vila das Peças, Vila de Superagui, Saco do Morro, Saco da Rita e Aldeia Kuaray Guata Porã –, Joventina Wariju, Mariquinha, Leontina, Nilse, Cesarina, Cleonice e Alzira, esta já falecida, que compartilharam saberes sobre benzimentos, orações, simpatias, batismo, defumações, dietas, remédios, por exemplo. Desta forma, tornaram-se as narradoras e representantes da cultura local, compondo as histórias presentes no livro.
A cultura caiçara e dos Guaranis M’bya passa por uma série de desafios. Muitos dos filhos e netos dessas pessoas nunca viram uma roça, não bailam mais fandango como antes e estranham os remédios naturais. Entretanto, os conhecimentos ancestrais existentes nas ilhas ainda estão vivos. Por isso a importância de relembrar como os mais velhos realizavam a cura nessa região e refletir sobre a relação dessas tecnologias ancestrais de cura e a contemporaneidade.
Com essa intenção, de estimular a partilha e o intercâmbio de gerações entre as senhoras escolhidas e os jovens das suas famílias, o projeto criou quintais medicinais próximos às suas casas, que foram construídos ao longo dos meses, para serem locais de afirmação destes conhecimentos. Também, para que as plantas utilizadas estivessem mais próximas, visto que algumas delas, já com idade avançada, possuem certas limitações na busca por remédios na mata. Recorrer à ancestralidade, permite lembrar que a cura está na natureza.
SERVIÇO:
Rumos Itaú Cultural 2017-2018
Eu mais velha – cura, fé e ancestralidade
Pré-venda: a partir de 8 de março
Preço: R$60, os primeiros 130 volumes
Lives:
Sabedoria sutil das anciãs
Dia 17 de março, às 20h
Participação de Diego Zanotti, idealizador do projeto Cine Invisível
Em @eumaisvelha
Sabedoria do passado pode curar o futuro
Dia 24 de março, às 20h
Participação de Isadora Carneiro, idealizadora do projeto Mulheres da Terra
Em @eumaisvelha
Lançamento do livro
Dia 27 de março, às 18h
Pelo Zoom, com inscrições gratuitas via Sympla, e transmissão no Youtube.
Links disponíveis em @eumaisvelha