Rock in Rio: PCDs terão cadeiras de rodas para empréstimo e oficina de suporte

Para a 40ª edição do festival, organização prepara também kits para TEA, vans de acessibilidade e plataformas em frente aos palcos

  • Data: 12/09/2024 16:09
  • Alterado: 12/09/2024 16:09
  • Autor: Redação
  • Fonte: Assessoria
Rock in Rio: PCDs terão cadeiras de rodas para empréstimo e oficina de suporte

Os influenciadores PCDs Amanda Valente, Felipe do Carmo e Gabriel Tarobinha estarão na edição de 40 anos do Rock in Rio

Crédito:Arquivo Pessoal/Montagem ABCdoABC

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A influenciadora digital Amanda Valente fará sua estreia no Rock in Rio, que começa nesta sexta-feira (13). Será a primeira vez que ela vai acompanhar os shows de um dos maiores eventos musicais do mundo. Com altas expectativas para acompanhar o primeiro final de semana do festival, ela também espera por algo essencial e que faz a diferença para ela e para 18 milhões de brasileiros: a acessibilidade. Por isso, o festival monta uma estrutura com equipamentos de mobilidade, suporte a diferentes tipos de deficiência e até uma oficina de reparos e assistência a pessoas com deficiência.

Amanda sofreu um acidente em maio de 2022. Ela foi atropelada por um ônibus em São Paulo. Devido às complicações geradas pelo trauma, foi necessário amputar a perna direita. Desde então, a influenciadora usa próteses para se locomover. Mesmo com toda a tecnologia de perna mecânica que ela possui, Amanda admite que precisará de equipamentos que garantam mais conforto para todas as horas de duração do festival e os trajetos que serão necessários percorrer. “Por mais que exista uma prótese no lugar do membro, que faça a gente caminhar, temos uma limitação de condicionamento físico. É muito cansativo andar quilômetros e ficar muito tempo em pé”, comenta.

Com o pensamento na diversidade de pessoas com deficiência que estarão no Rock in Rio nesta que será a 40ª edição do festival, a organização preparou uma série de medidas e parcerias para que a acessibilidade e o conforto desse público seja garantido. Alguns dos serviços incluem kit sensorial para atendimento a pessoas com TEA (Transtorno do Espectro do Autismo), vans para acessibilidade, intérprete de libras e plataformas em frente aos palcos para PCDs. A ideia da organização é o atendimento a pessoas com deficiência visual, física, auditiva, intelectual, mobilidade reduzida, espectadores com síndromes variadas ou com algum tipo de comorbidade.

Felipe do Carmo, de 36 anos, também é influenciador e estará pela primeira vez no Rock in Rio. Ele, que é carioca, teve parte da perna direita amputada em 2010, precisou usar próteses desde então. “Eu sofri um acidente em uma plataforma de exploração de petróleo e sofri a amputação traumaticamente. Hoje com a prótese consigo ter independência”, afirma. Sobre o festival, ele está ansioso para conhecer o que a organização do evento preparou para pessoas com mobilidade reduzida. “Vai ser minha primeira vez. Eu acho que um festival desse tamanho passa uma mensagem muito boa para pessoas com deficiência que vão poder se divertir em um ambiente com adaptação e acessibilidade, da mesma forma que outras pessoas”, afirma.

Serviço de assistência

O festival contará com uma central de acessibilidade, logo na entrada da Cidade do Rock, na qual as pessoas com deficiência receberão as pulseiras, além de todo o atendimento e suporte que necessitarem. Além disso, o Rock in Rio também terá empréstimos de cadeiras de rodas e scooters, bem como uma oficina para o suporte a PCDs e para reparos nos equipamentos.

Uma das empresas que estará envolvida neste trabalho, a Ottobock, deve disponibilizar cerca de 200 peças para manutenção, além de uma equipe técnica especializada na manutenção de tecnologias assistivas para pessoas com mobilidade reduzida. A empresa trabalhou durante as Paralimpíadas de 2024 em Paris com uma oficina semelhante destinada aos atletas que participaram da competição.

O diretor de academy da empresa na América Latina, Thomas Pfleghar, fala que é fundamental não somente ter um equipamento, mas estar pronto para ajustá-lo às necessidades dos utilizadores. “Essa oficina que o Rock in Rio proporciona é uma síntese desse suporte especializado. Todo equipamento precisa, devido ao uso, de algum reparo. Em um evento como esse, a acessibilidade passa necessariamente por ter essa estrutura, com as peças certas e os profissionais qualificados”, comenta.

Equipamentos de ponta

Pfleghar explica que, assim como o exemplo de Amanda Valente, outras pessoas que possuem mobilidade reduzida podem, de alguma forma, necessitar de mais equipamentos, mesmo com uso de próteses. “Uma perna humana produz energia, por exemplo, quando se movimenta, em especial quando corre. Mas uma perna mecânica ou eletrônica, ou seja, uma prótese, precisa mais do esforço humano para o movimento, o que pode causar mais cansaço. Por isso, disponibilizar cadeiras e scooters é tão necessário”, afirma.

A empresa, por exemplo, vai disponibilizar dois tipos de equipamentos. Um deles é uma scooter que suporta utilizadores de até 136 quilos, alcança até 8 km/h e autonomia de 9 quilômetros com uma carga de bateria, além de possuir freio eletromecânico, que permite mais segurança para as pessoas. O outro é uma cadeira de rodas que suporta até 120 quilos, com velocidade máxima de 7,2 quilômetros, com cinto de segurança pélvico, e autonomia de bateria de até 25 quilômetros. “São equipamentos que serão disponibilizados como um suporte para quem tem mobilidade reduzida”, explica o diretor.

Amanda comenta que se sente confortável com toda essa estrutura e profissionais especializados. “Eu me sinto feliz por ter todo o respaldo que preciso, com componentes que me acompanham independente de onde eu estiver, como minha prótese. Nunca fui ao Rock in Rio, mas tenho altas expectativas. Espero que seja uma boa estrutura para PCDs, por ser um evento muito grande. Estou ansiosa para ver como vai ser”, diz.

Outro influenciador que estará na Cidade do Rock pela primeira vez é Gabriel Tarobinha. Ele nasceu com nanismo e, por conta de sua condição, teve problemas de saúde na coluna. Com o tempo, questões que envolvem sua postura se agravaram, o que o levou a uma cirurgia. “Apesar de a cirurgia ter resolvido os problemas na coluna, os danos já causados continuaram. Por isso, precisei recorrer a uma scooter, que me atende bem”, explica. Sua expectativa para o Rock in Rio também é alta. “Tenho certeza que com acessibilidade poderei acompanhar muitos shows e vai ser uma experiência incrível”, afirma.

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  • Data: 12/09/2024 04:09
  • Alterado:12/09/2024 16:09
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