Revista científica destaca projeto de confecção de máscaras desenvolvido em Ribeirão Preto

Artigo que mostra a ação do grupo ‘Máscaras do Bem’ já está disponível em plataforma de divulgação científica e teve apoio para publicação da Unimed Ribeirão Preto

  • Data: 13/07/2021 11:07
  • Alterado: 13/07/2021 11:07
  • Autor: Redação
  • Fonte: Unimed Ribeirão Preto
Revista científica destaca projeto de confecção de máscaras desenvolvido em Ribeirão Preto

Publicação científica destaca projeto de confecção de máscaras desenvolvido em Ribeirão Preto

Crédito:Divulgação/Unimed Ribeirão Preto

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A revista científica britânica Public Health in Practice volume 2, com previsão de lançamento para novembro de 2021, já contém uma série de artigos finais aprovados e disponibilizados na plataforma Science Direct. Entre eles, o texto “Máscaras do Bem: Uma análise do desempenho de máscaras faciais produzidas através de uma iniciativa voluntária em Ribeirão Preto, Brasil”, de autoria de Karina Leite, Kezi Cheng, Shailabh Kumar, Emilia Chayamiti, Márcia Costa, Maryann Tung, Karen Morejón, Cátia Salomão, Stella Lopes e Henrique Pacini. A Unimed Ribeirão Preto é apoiadora para a publicação do artigo no periódico.

O trabalho relata a iniciativa de um grupo de voluntários que, na chegada da pandemia de Covid-19 ao Brasil, em março do ano passado, se dedicou a confeccionar máscaras de proteção para utilização de profissionais de saúde da rede pública e para usuários dos serviços de saúde oferecidos pelo SUS. A ideia da ação, que depois seria batizada de “Máscaras do Bem”, partiu da infectologista Karen Mirna Loro Morejón, coordenadora do Serviço de Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde do Hospital Unimed de Ribeirão Preto.

“Logo no início da pandemia, fui convidada a participar do Comitê Municipal de Enfrentamento à Covid-19 e, em uma das primeiras reuniões, ouvi a preocupação de um colega sobre a iminente falta de máscaras de proteção para as equipes públicas de saúde. Aquilo me perturbou, não consegui dormir, pensando que seria preciso fazer algo para ajudar. No dia seguinte, enquanto me dirigia ao hospital, tive a ideia de costurar máscaras para serem doadas, então entrei em contato com uma amiga, Juliana Carielo, para tentar viabilizar a ação. E assim surgiu o movimento”, relembra Karen.

No mesmo dia, com o auxílio de uma dentista e artesã, Stella Lopes, foi produzido um primeiro modelo para uso de profissionais de saúde, mas que não se enquadrava nos requisitos técnicos de proteção, então o grupo procurou informações, por meio do Ministério da Saúde, Anvisa e Sociedade Brasileira de Infectologia, para chegar a uma máscara descartável compatível para o uso no atendimento público devido à escassez do material no início da pandemia.

Encontrado o modelo, o grupo foi em busca de doações de profissionais liberais e empresas e montou uma linha de produção na Escola Profissionalizante Dr. Celso Charuri. Durante três meses, trabalhando cinco dias por semana, cerca de 200 voluntários produziram 50 mil máscaras e 3 mil aventais descartáveis para o uso de profissionais de saúde e outro grupo de voluntários produziu 20 mil máscaras reutilizáveis para usuários do serviço público em Ribeirão Preto. “Foi o que ajudou a área pública de atendimento à saúde no município, até que se conseguisse a normalização da compra do material, o que só veio a ocorrer em junho, quando as atividades do voluntariado foram encerradas”, pontua Karen.

Testes nos Estados Unidos

Quando tomou conhecimento do movimento em sua cidade natal, o economista Henrique Pacini, que na época era pesquisador visitante em Harvard, entrou em ação. “Em conversas com colegas da universidade, uma delas, que estudava processos de descontaminação de máscaras, se interessou pela iniciativa de Ribeirão Preto, o que abriu a possibilidade de realizarmos testes do material produzido pelo ‘Máscaras do Bem’. Como consequência, essa colega de Harvard envolveu pesquisadores da Universidade de Stanford, onde as máscaras foram testadas em laboratório. Como parte desse processo, tivemos também boas discussões técnicas com a equipe do programa ‘Respira!’, uma iniciativa semelhante da Universidade de São Paulo”, relata Pacini.

De acordo com o artigo aceito pela Public Health in Practice, amostras das máscaras produzidas em Ribeirão Preto foram testadas quanto à eficiência de filtração e respirabilidade e, “embora tenham menor eficiência de filtragem do que as equivalentes industriais, o grupo de voluntários – como iniciativas semelhantes em todo o mundo – foi fundamental para proteger a saúde de funcionários essenciais dada a escassez de EPIs convencionais naquele momento. A experiência do grupo pode ajudar a melhorar as respostas em futuras emergências de saúde quando as cadeias de suprimentos normais forem interrompidas (…) Além disso, podem ser obtidos conhecimentos a partir das experiências em Ribeirão Preto em termos de como responder a futuras emergências de saúde.”

O texto completo do artigo pode ser acessado pelo link https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2666535221000197

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  • Data: 13/07/2021 11:07
  • Alterado:13/07/2021 11:07
  • Autor: Redação
  • Fonte: Unimed Ribeirão Preto









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