Respeito à cultura indígena se aprende desde cedo

Estudantes de escola da região de Pinheiros, em São Paulo, desenvolvem projeto com educadora indígena e terá evento especial na semana do Dia Internacional dos Povos Indígenas.

  • Data: 09/08/2022 14:08
  • Alterado: 09/08/2022 14:08
  • Autor: Redação
  • Fonte: Lumiar
Respeito à cultura indígena se aprende desde cedo

Crédito:Divulgação/Lumiar

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Estima-se que há entre 370 a 500 milhões de indígenas no mundo, vivendo em mais de 90 países. Apesar de serem menos de 5% da população mundial, representam 15% dos mais pobres e vulneráveis. Além disso, sofrem discriminação e violência, sendo que uma a cada três mulheres indígenas é agredida sexualmente ao longo da sua vida. Esses dados preocupantes são do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

Mas por outro lado, o levantamento aponta que as comunidades indígenas são líderes na proteção do meio ambiente, sendo que quase 70 milhões de indígenas dependem exclusivamente das florestas para sua subsistência. Eles lutam contra a mudança climática e suas florestas armazenam pelo menos um quarto de todo o carbono das florestas tropicais do mundo, cerca de 55 trilhões de toneladas métricas. Sem dúvida, os povos indígenas são fundamentais para a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

Por essas e uma série de outras razões, em 1995, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu que o Dia Internacional dos Povos Indígenas passaria a ser celebrado anualmente em 09 de agosto. A data comemorativa tem extrema relevância no Brasil visto que, segundo o Censo Demográfico do IBGE, realizado em 2010, vivem 896.917 pessoas que se declaram como indígenas no país. Desse total, 57,7% vivem em terras indígenas oficialmente reconhecidas. Com isso, existem atualmente 305 etnias e 274 línguas indígenas. A maioria dos indígenas brasileiros não falam a língua indígena (57%), pois a maioria já se comunica em português e é alfabetizada (77%).

Os caminhos da educação

Para garantir que os Direitos Humanos dos indígenas sejam respeitados e suas tradições continuem existindo, algumas instituições acreditam que o melhor caminho seja pela educação. É o caso da escola Lumiar que, desde 2003, vem transformando a maneira de educar crianças e adolescentes no Brasil, por meio de uma metodologia que prioriza a autonomia e a individualidade de cada estudante. Ao longo da formação do estudante, o ensino é promovido através de contextos específicos, de acordo com os interesses de cada turma e, com isso, a cada trimestre os próprios estudantes definem projetos.

Na unidade Pinheiros, em São Paulo -SP, vinte alunos da tutora Luciana Mendes Kim, que tem entre 6 e 8 anos e estão entre o 1º e o 3º anos do ensino fundamental, demonstraram interesse em aprender mais sobre a Amazônia. Ao pesquisar sobre a região, viram que haviam muitos indígenas e se surpreenderam ao descobrir que as etnias indígenas estavam espalhadas pelo Brasil – não somente na Amazônia.

Foi, então, que entraram em contato com a indígena Kuanadiki, da tribo in˜y (karajá), que mora na Ilha do Bananal, no Tocantins. E, para ampliar o conhecimento da turma sobre a cultura desses povos originários, a convidaram para exercer o para o papel de professora convidada do projeto.

Nos primeiros encontros com os alunos, Kuanadiki apresentou seu olhar sobre a cultura indígena e, para contextualizar, levou alguns objetos de sua tribo. Entre eles, haviam pequenas esculturas de animais feitas com um tipo específico de argila, que despertaram a curiosidade dos estudantes. Foi então que o projeto ganhou o nome de Argila Criativa, em razão do interesse dos alunos em aprender a técnica para fazer essas esculturas.

Assim como todos os projetos trimestrais das escolas Lumiar, trata-se de uma iniciativa transdisciplinar. No caso, os estudantes estão traçando um panorama geral das tribos e povos indígenas no Brasil e como cada fator influencia a cultura, a alimentação e o modo de vida deles. “Estudam biologia e geografia através da fauna e dos biomas das regiões indígenas. Aprendem artes por meio das tatuagens e das pinturas corporais dos indígenas e farão as esculturas, que depois serão pintadas com tintas feitas à base de jenipapo, urucum e açafrão. E, o mais bacana, agora sabem que os indígenas do nosso país não moram apenas na Amazônia”, aponta Luciana.

Para a Lumiar, essa proximidade com os assuntos de cada projeto é essencial para a educação e o desenvolvimento de crianças e adolescentes. “A ampliação da visão de mundo, conexão e interação com outras realidades e culturas são essenciais para uma educação integral. Humanizar esse conhecimento é uma forma autêntica de cultivar respeito e admiração”, aponta Dalila Parente, diretora pedagógica da Lumiar Pinheiros.

O Projeto Argila Criativa teve início em 20 de maio e será encerrado em 09 de setembro. Na semana do Dia Internacional dos Povos Indígenas, a escola fará uma celebração especial, em que a mestra apresentará músicas, danças e curiosidades acerca da sua tribo de origem, com o intuito de aproximar ainda mais os estudantes de sua cultura.

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  • Data: 09/08/2022 02:08
  • Alterado:09/08/2022 14:08
  • Autor: Redação
  • Fonte: Lumiar









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