Reclamação contra Correios cresce mais de cinco vezes em SP entre março e junho
Serviço não fornecido, não entrega ou demora para o recebimento do produto estão entre as principais queixas registradas no Procon
- Data: 03/07/2020 11:07
- Alterado: 03/07/2020 11:07
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Reprodução TV Globo
O estagiário de logística Matheus Fonseca, de 21 anos, morador de Campinas, vive uma situação inusitada. Fez uma encomenda de um tabaco importado em uma empresa em São Paulo. De carro, o pacote chegaria à sua casa em algo como duas horas. Mas o produto foi enviado pelos Correios. E Fonseca já espera por ele há mais de um mês.
Pior: segundo ele, o pedido já está no Centro de Distribuição dos Correios em Campinas, que fica muito perto da sua casa. Como é um produto perecível – tem prazo de vencimento de seis meses –, tentou retirá-lo pessoalmente. “Mas eles não me deixaram retirar. Não tive uma explicação muito clara, apenas me informaram que eu precisaria aguardar a entrega em casa.”
O caso de Fonseca é um entre muitos. Na pandemia da covid-19, houve um enorme crescimento de compras online, e os Correios são um elo importante nessa cadeia, os responsáveis por boa parte das entregas. Mas as reclamações em relação a essas entregas têm subido exponencialmente. De acordo com dados do Procon, no Estado de São Paulo, as reclamações por “serviço não fornecido, não entrega ou demora para o recebimento do produto” e, também, por “serviço mal executado” saltaram de 216 entre março e junho de 2019 para 1.151 em igual período deste ano – um aumento de mais de cinco vezes.
Na avaliação dos Correios, porém, o quadro não é tão dramático. A informação oficial é que há, neste momento, cerca de 1,5 milhão de encomendas em atraso, o que representaria 5% do total a ser entregue. Em meados do mês passado, esse atraso havia chegado a 7%, ou seja, 2,2 milhões de encomendas represadas.
Os maiores problemas estariam localizados nos Estados do Rio, Pará e Amazonas. Em janeiro, antes da chegada da covid-19, “os Correios trabalhavam com o índice de qualidade operacional de 98% de encomendas entregues no prazo”, disse a empresa.