Receita rastreia suspeitos antes do pouso e vistoria 1,2 mil por dia em SP
O chefe da Receita Federal do Aeroporto Internacional de Guarulhos, delegado Mario de Marco Rodrigues Sousa, detalhou como essa rotina funciona
- Data: 12/03/2023 09:03
- Alterado: 12/03/2023 09:03
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Rovena Rosa / Agência Brasil
A decisão dos auditores da Receita Federal de parar um integrante do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro ou qualquer outra pessoa em um desembarque para averiguar o que ela carrega em suas bagagens não é um ato aleatório. Por trás dessa atitude, há um sistema de inteligência e de monitoramento de dados, além do treinamento de toda a equipe de fiscalização.
O chefe da Receita Federal do Aeroporto Internacional de Guarulhos, delegado Mario de Marco Rodrigues Sousa, detalhou como essa rotina funciona. Era ele quem comandava a área da alfândega no dia 26 de outubro de 2021, quando a comitiva do governo Bolsonaro tentou entrar ilegalmente no Brasil com joias avaliadas em R$ 16,5 milhões.
A tarefa dos auditores, explicou De Marco, passa pela utilização de um sistema de inteligência. Na tela, os auditores têm acesso ao perfil de viagem de cada passageiro, o que inclui informações como seus históricos de viagens e volume de bagagens de saída e entrada no País.
Ao todo, mais de 50 variáveis de dados são cruzadas para apresentar uma espécie de ranking daqueles passageiros que devem ser auditados. A alfândega em Guarulhos, incluindo a área administrativa, tem cerca de 200 funcionários, sendo que parte dessa equipe se reveza em quatro turnos de trabalho ininterrupto cobrindo as 24 horas do dia, em todos os dias da semana.
MONITORAMENTO. O trabalho tem início no momento em que o passageiro embarca em outro país com destino ao Brasil. Ou seja: quando um avião aterrissa em Guarulhos, os auditores da Receita Federal já têm uma lista definida dos passageiros que devem ser fiscalizados. “Antes de o voo pousar, a Receita já sabe quem ela vai fiscalizar ou não daquele voo”, disse De Marco.
Diariamente, cerca de 20 mil passageiros de destinos internacionais desembarcam nos terminais do Aeroporto de Guarulhos. Ao recolherem as suas bagagens, os passageiros têm duas opções de saída. Uma é voltada para quem tem bens a declarar que ultrapassem o valor total de US$ 1 mil. Neste caso, é cobrado um imposto equivalente a 50% do valor que será nacionalizado.