re.green Expande Acordo com Microsoft para Reflorestamento no Brasil
A re.green expande acordo com a Microsoft para restaurar 33 mil hectares de florestas no Brasil, reforçando a luta pela sustentabilidade.
- Data: 22/01/2025 20:01
- Alterado: 22/01/2025 20:01
- Autor: redação
- Fonte: Folhapress
Microsoft
Crédito:Reprodução
A re.green, empresa especializada na comercialização de créditos de carbono de alta qualidade, anunciou nesta quarta-feira (22) durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, a ampliação de um acordo previamente firmado com a Microsoft. Este novo entendimento visa restaurar uma área total de 33 mil hectares de florestas na Amazônia e na Mata Atlântica ao longo de um período de 25 anos, superando a meta inicial de 15 mil hectares estabelecida em maio.
Em entrevista à Folha, Thiago Picolo, CEO da re.green, detalhou que o projeto não apenas ampliará as áreas já em operação, mas também incluirá uma nova região no Vale do Paraíba. Esta área, historicamente conhecida por ter sido berço de alguns dos primeiros milionários do Brasil no século XIX, enfrenta atualmente um grave processo de degradação ambiental.
Fundada há três anos e apoiada por investidores renomados como o ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga e o cineasta João Moreira Salles, a re.green se destaca por sua capacidade de atrair grandes multinacionais que buscam adquirir créditos voluntários de carbono no Brasil. Picolo destacou que o primeiro acordo com a Microsoft ajudou a consolidar a reputação da empresa e atrair novos clientes.
Durante o evento em Davos, a presença da re.green na Brazil House chamou atenção e contou com um público expressivo, demonstrando o interesse internacional em projetos sustentáveis no Brasil.
As áreas previstas para reflorestamento sob este acordo incluem locais na Bahia (Mata Atlântica), além das regiões oeste do Maranhão e leste do Pará, ambas na Amazônia. A empresa opera ainda no norte de Mato Grosso, próximo ao Xingu. Apesar de seus principais clientes serem estrangeiros, a re.green mantém parcerias com empresas brasileiras e acredita que seu projeto pode contribuir para o desenvolvimento sustentável nas regiões onde atua.
Picolo observou que as empresas internacionais geralmente possuem maior capacidade financeira e experiência no mercado de créditos de carbono, facilitando ações dessa magnitude. Ele também apontou que países europeus e partes dos Estados Unidos possuem uma cultura mais robusta em relação a iniciativas ambientais, uma tendência que se mantém mesmo em contextos políticos adversos, como a administração Trump.
Embora o mercado global ainda seja considerado pequeno, existe um potencial significativo para expansão. Picolo afirmou que existem cerca de 5.000 grandes empresas que poderiam se tornar clientes potenciais no setor. “O mercado voluntário de carbono começou a ressurgir durante o primeiro mandato de Trump”, comentou ele. “Se as políticas governamentais não se estruturam, as empresas começam a liderar essas iniciativas”.
Picolo expressou esperanças de que uma maior integração entre os mercados de carbono possa posicionar o Brasil como um exportador de ativos ambientais. No entanto, ele reconhece que esse progresso é gradual e ainda requer tempo para ser completamente avaliado; a primeira emissão de crédito está programada para ocorrer no próximo ano.
“Estamos construindo um futuro sustentável, mas é um processo que demanda tempo”, concluiu Picolo. “É essencial avaliar se estamos avançando no ritmo correto”.