Ramadã: Significados e curiosidades deste mês sagrado

Este é um período dedicado a prática do jejum e a renovação da fé, com vistas ao crescimento espiritual e estreitamento da relação que o muçulmano tem com o Senhor

  • Data: 26/04/2022 15:04
  • Alterado: 17/08/2023 05:08
  • Autor: Redação
  • Fonte: Ramadã
Ramadã: Significados e curiosidades deste mês sagrado

Grande Mesquita de Meca

Crédito:Divulgação

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A população muçulmana é a que mais cresce no planeta: são mais de 1,8 bilhão de pessoas, com estimativa de aumentar para 2,8 bilhões em 2050, segundo o relatório State of the Global Islamic Economy. E os muçulmanos de todo o mundo estão celebrando o mês sagrado do Ramadã que começou no dia 2 de abril e termina em 1º de maio. Este é um período dedicado a prática do jejum e a renovação da fé, com vistas ao crescimento espiritual e estreitamento da relação que o muçulmano tem com o Senhor.

O que é o Ramadã?

O Ramadã é o 9º mês do calendário islâmico. Tem a duração de 29 a 30 dias, mas todos os anos acontece em datas diferentes, já que a contagem dos dias no calendário islâmico depende da visualização dos movimentos da Lua. Para os muçulmanos, este é um período sagrado porque pelas crenças da religião islâmica foi nesse mês que o Anjo Gabriel entregou os primeiros versos do Alcorão ao profeta Mohamad que a Paz esteja com ele.

Quais as mudanças na rotina dos muçulmanos?

Durante esse período, a adoração a Allah é intensificada, são realizadas reflexões diárias, leitura das sagradas escrituras e dedicação à caridade. O povo muçulmano do mundo todo se abstém de comer beber ter relações conjugais, práticas consideradas lícitas e naturais no período que vai desde o nascer ao pôr do Sol, como a intenção de elevar a fé e mostrar a capacidade de se abster não apenas de práticas pecaminosas, mas também daquilo que é lícito e natural na nossa vida em prol de sua devoção ao Criador.

Importante esclarecer são cinco os pilares do Islam:

Shahada: Testemunhar que não existe outra divindade (merecedora de nossa devoção) a não ser Allah (Deus) e Mohamad – que a paz e a benção de Deus estejam sobre ele – é seu mensageiro;
Salah: Rezar cinco vezes ao dia e de acordo com os ensinamentos religiosos;
Zakat: É uma caridade a ser paga aos necessitados;
Saum: É o jejum praticado durante o mês de Ramadã;
Hajj: Aquele que tem condições físicas e financeiras deve fazer a peregrinação à Meca pelo menos uma vez na vida.
Esses pilares são praticados obrigatoriamente por todos os que já atingiram a puberdade e estejam em pleno estado de saúde física e mental. Apenas mulheres grávidas, lactantes ou em período menstrual, homens ou mulheres que estiverem em viajem ou doentes já as crianças e idosos estão isentos de cumprir com esses deveres.

Durante o Ramadã, os muçulmanos acordam antes do nascer do Sol para realizar a primeira refeição do dia, o Suhur, e sua primeira oração, juntamente com a leitura do alcorão, o Fajr. Essa refeição irá sustentá-los enquanto o Sol estiver brilhando, já que próxima refeição só poderá ser realizada quando o Sol se pôr. O jejum é quebrado ao final do dia com uma refeição chamada de Iftar. É um grande jantar em família para estreitar os laços e promover a união.

Neste período, os muçulmanos passam a ir mais vezes à mesquita para orar, já que, ao decorrer do dia, mais quatro orações devem ser realizadas.

Ao término do Ramadã, inicia-se o 10º mês do calendário, o Shawwal, com o surgimento da lua nova e a realização do Eid al-Fitr, “festival de quebra de jejum”, a festa do fim do mês sagrado.

É uma celebração realizada na mesquita, que começa com orações comunitárias ao amanhecer. As casas são decoradas, são escolhidas as melhores roupas e crianças ganham presentes. Um grande banquete é realizado entre as famílias para um momento de confraternização, neste dia o jejum não é permitido. 

“No Ramadã, intensificamos também as ações de caridade, além de incentivar as pessoas a promoverem a reflexão, praticarem o perdão e a compaixão. Este é um mês de devoção e ressignificação para o muçulmano”, explica o Sheik do Centro de Divulgação do Islam para América Latina (CDIAL), Yuri Youssef Hassan Ansare

Curiosidades sobre o islamismo

Islam em árabe significa “submissão” ou rendição a Deus

O islam é a segunda maior religião do mundo depois do cristianismo e tem mais de 1.8 bilhão de seguidores. O Islam se originou na Arábia e se espalhou por todo o mundo. Os países com maiores populações muçulmanas incluem Indonésia, Paquistão, Bangladesh, Nigéria, Egito, Turquia e Irã.

Muhammad é, de acordo com os muçulmanos, o profeta final em uma linha de profetas (incluindo Adão, Abraão, Moisés e Jesus) que foram escolhidos por Deus para atuar como mensageiros e ensinar a humanidade o caminho que Deus prescreveu para a salvação. Os muçulmanos acreditam que existe um único Deus e Criador, e as pessoas podem alcançar a salvação seguindo seus mandamentos.

Alguns pratos típicos que são consumidos pelos muçulmanos neste período, no horário permitido pelo Ramadã:

Kinafa: doce feito em bandeja com queijo, farinha de semolina e aletria (cabelinho de anjo), enfeitado de pistache e regado por uma calda doce feita com água de rosas.

Qataif: parecida com uma panqueca, só que mais esponjosa e fofa. Pode ser servido cru, sendo a massa só com o Qatr, que é a calda doce com água de rosas, ou recheado com creme e queijo ou nozes.

Haress: feito com carne de carneiro e trigo, que misturados, cozinham por muitas horas até a carne ficar desfiada e tudo virar uma pastinha. Parece um pirão e é servido com uma manteiga especial por cima.

Lgeimat: doce parecido com o nosso bolinho de chuva brasileiro. São fritos e servidos com o melaço de tâmaras.

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  • Data: 26/04/2022 03:04
  • Alterado:17/08/2023 05:08
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  • Fonte: Ramadã









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