Queda de avião em condomínio em Vinhedo traumatizou moradores, diz líder de associação
Cerca de 150 pessoas moram no condomínio onde a aeronave ATR 72-500 caiu no início da tarde da última sexta (9)
- Data: 12/08/2024 08:08
- Alterado: 12/08/2024 08:08
- Autor: Redação
- Fonte: LUIS EDUARDO DE SOUSA - FOLHAPRESS
Avião caiu em Vinhedo, interior de SP
Crédito:Reprodução -TV Globo
Os moradores do condomínio Recanto Florido, em Vinhedo, no interior de São Paulo, pretendem fazer uma homenagem às 62 vítimas do acidente com a avião da Voepass. O ato deve ocorrer no próximo sábado (17) na portaria do residencial.
O anúncio foi feito na tarde deste domingo (11) por Silvia Bongiovanne, líder da associação dos moradores do local. Cerca de 150 pessoas moram no condomínio onde a aeronave ATR 72-500 caiu no início da tarde da última sexta (9).
“Tirar os corpos daqui era nossa prioridade. Agora que essa etapa já foi concluída, nossos esforços se voltam para atender cada morador, pois todos estavam traumatizados. Estamos falando de mais de 60 pessoas mortas de repente na nossa rua. Todo mundo está traumatizado”, lamentou ela.
Ao todo, 34 corpos masculinos e 28 femininos foram retirados do local da tragédia e encaminhados para a unidade central ao IML (Instituto Médico-Legal) de São Paulo para a identificação e liberação às família. A última vítima foi retirada dos destroços pouco antes das 19h.
Os trabalhos de perícia e remoção das peças do ATR 72-500, da Voepass, continuaram neste domingo no condomínio, localizado no bairro Capela.
Segundo Silvia, moradores estão abrindo suas casas para acolher bombeiros, policiais e integrantes do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção a Acidentes Aeronáuticos).
Mais cedo, uma comissária de bordo deixou flores na portaria do condomínio em homenagem à tripulação vítima do acidente, formada por quatro pessoas.
“Tínhamos uma vida de interior, em uma cidade maravilhosa e de repente fomos arrebatados. Precisamos de tempo para digerir”, afirmou Silvia. “Era um lugar de calma, onde as pessoas se sentiam seguras. No momento [da queda do avião] não acreditamos que aquilo estava acontecendo conosco. Foi muito violento.”
Moradores relataram à reportagem cenas de terror na sexta-feira, ante à impotência de ver a aeronave em queda e não ter reação.
Às 14h46 deste domingo, um caminhão chegou ao residencial para suspender a asa da aeronave da Voepass e permitir o trabalho de perícia no local. Os esforços das autoridades se concentram agora em remover os destroços para liberar a área.
O órgão responsável pela investigação sobre a queda do voo 2238 da Voepass anunciou neste domingo (11) que extraiu 100% dos dados da caixa-preta da aeronave.
“Toda a gravação das duas caixas-pretas, de voz e de dados, foram codificadas com sucesso”, afirmou o brigadeiro Marcelo Moreno, chefe do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), órgão da Força Aérea responsável por investigar acidentes de aviões.