Quatro municípios de SP planejam cinturão protetor no entorno da Serra do Japi
Uma das últimas grandes áreas de floresta contínua nos limites entre a região metropolitana da capital e o interior de São Paulo
- Data: 16/12/2019 15:12
- Alterado: 16/12/2019 15:12
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Reprodução/Internet
A Serra do Japi está em vias de se tornar modelo em gestão sustentável do patrimônio natural.
Os municípios de Jundiaí, Cabreúva, Pirapora do Bom Jesus e Cajamar, que detêm a reserva florestal tombada pelo patrimônio natural paulista, assumiram o compromisso de criar um cinturão protetor em torno da mata.
As prefeituras aderiram à proposta apresentada em dezembro de 2004 pelo então prefeito de Jundiaí, Miguel Haddad, após promulgar lei estabelecendo a chamada zona de amortecimento no âmbito do município. Os outros municípios acabaram aderindo à ideia e já adotam medidas para uniformizar a legislação ambiental e garantir a preservação de toda a serra.
Desde que a lei entrou em vigor, em Jundiaí, os usos da faixa de proteção foram controlados, com vigilância 24 horas, e várias iniciativas de recuperação florestal resultaram na retomada pela vegetação de áreas degradadas. Também foram criadas trilhas para ecoturismo e contemplação da natureza. Jundiaí detém 47,6% do território da Japi, enquanto Cabreúva tem 41,1%, Pirapora do Bom Jesus 10,9% e Cajamar 0,4%.
Com a adesão dos outros municípios, a proteção será estendida a todo o entorno da reserva. “Até o momento, os prefeitos se comprometeram a enviar às Câmaras municipais uma legislação semelhante à de Jundiaí. Isso permitirá ampliar a ação conjunta para a proteção da Serra do Japi, que é o nosso maior patrimônio natural”, disse Haddad.
A Serra do Japi tem 354 km2 de área e se caracteriza por ser o ponto de transição entre a floresta atlântica da Serra do Mar e a mata atlântica do interior. Além do tombamento pelo Condephaat em 1992, a serra foi considerada patrimônio da humanidade e reserva da biosfera pela Organização das Nações Unidas (ONU).
A área protegida vem sendo ameaçada pela intensa expansão urbana dos municípios vizinhos, pressão imobiliária, desmatamentos, incêndios e loteamentos irregulares. A serra foi batizada de “castelo das águas” pelo professor e geógrafo Aziz ab’Saber por seu importante papel na formação de nascentes.
A reserva é considerada um dos mais relevantes santuários ecológicos do Estado por sua localização entre duas regiões metropolitanas – São Paulo e Campinas. A mata se transformou em refúgio de fauna rica, com animais como onça-parda, jaguatirica, gato-mourisco e cachorro-do-mato, e aves raras como jacuaçu, jacupemba e araponga.