Quatro em cada cinco jovens tomam remédios para tratamento psiquiátrico, revela pesquisa
Estudo da Far.me destaca prevalência de medicamentos psiquiátricos entre crianças e adolescentes que tomam remédios de forma contínua; levantamento destaca também que 44% de pessoas até 17 anos utilizam antidepressivos
- Data: 21/10/2024 11:10
- Alterado: 21/10/2024 11:10
- Autor: Redação
- Fonte: Far.me
Remédios - Imagem ilustrativa
Crédito:Marcello Casal Jr - Agência Brasil
Em alusão ao Dia Mundial da Saúde Mental, que ocorre em outubro, pesquisa da Far.me revela que 82% dos jovens de até 17 anos, e que utilizam medicamentos de forma recorrente, fazem uso de remédios para o tratamento psiquiátrico. O levantamento, que analisou dados de crianças e adolescentes entre janeiro e setembro de 2024, chama a atenção para alta utilização de medicamentos psiquiátricos nesta faixa etária.
Entre os dados mais expressivos da pesquisa, organizada pela farmácia on-line por assinatura que usa tecnologia para facilitar a adesão ao tratamento para quem faz uso contínuo de remédios, destaca-se o uso de medicamentos para Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), em que os meninos utilizam duas vezes mais medicamentos que as meninas. O metilfenidato, principal medicamento para o tratamento de TDAH, é consumido por 16% dos meninos e 7% das meninas. O que chama atenção dado a dificuldade de diagnosticar o TDAH em meninas.No total, o TDAH representa 11% de todos os medicamentos utilizados por jovens no estudo.
Além disso, 44% dos jovens que fazem uso recorrente de medicamentos consomem antidepressivos, com destaque para sertralina, escitalopram e fluoxetina, indicados para o tratamento de depressão e ansiedade. Entre os antidepressivos, os percentuais de uso são equilibrados entre meninos e meninas, indicando uma preocupação crescente com a saúde mental de ambos os gêneros.
Outro dado relevante é a alta prevalência de medicamentos para transtornos mais graves, como esquizofrenia e transtorno bipolar. Medicamentos como risperidona, quetiapina e aripiprazol são amplamente utilizados, com 12% dos jovens fazendo uso da risperidona, em especial. Isso demonstra um aumento significativo no diagnóstico e tratamento de transtornos psiquiátricos em idades precoces.
“Os dados revelam um cenário preocupante, em que transtornos como TDAH e depressão estão sendo tratados em crianças cada vez mais jovens. Essa realidade reforça a importância de promovermos uma conscientização mais ampla sobre a saúde mental, principalmente no Dia Mundial da Saúde Mental. Embora o tratamento precoce seja essencial, também precisamos garantir que esses jovens recebam o suporte familiar e psicológico necessários para enfrentar esses desafios de forma saudável”, afirma Rafael Mandelbaum, e CEO da Far.me.
O estudo destaca, ainda, a necessidade de ampliar o debate sobre a saúde mental de crianças e adolescentes e a importância do acompanhamento psicológico e médico contínuo para evitar a automedicação e garantir que o tratamento seja o mais completo possível.