Quase 60 anos depois, marcha relembra movimento de Martin Luther King
Como forma de lutar contra o racismo, milhares de pessoas vão às ruas em Washington
- Data: 28/08/2020 20:08
- Alterado: 28/08/2020 20:08
- Autor: Izabel Rufino
- Fonte: Estadão Conteúdo
Milhares de pessoas vão às ruas em Washington em marcha contra o racismo
Crédito:Reprodução
Nesta sexta-feira (28), milhares de pessoas se reuniram na capital dos Estados Unidos, o motivo foi uma marcha contra o racismo. A ação também teve como objetivo fazer uma releitura de 1963, quando o líder pelos direitos civis americanos, Martin Luther King, fez um célebre discurso.
“Eu tenho um sonho que meus quatro pequenos filhos um dia viverão em uma nação onde não serão julgados pela cor da pele, mas pelo conteúdo do seu caráter”.
Quase 60 anos depois, o sonho de King ainda é o de muitos americanos, que, diariamente, lutam para que negros e brancos sejam tratados iguais nos EUA. Um outro ponto que foi motivador para a marcha, é o fato de que os negros correspondem a 13% da população americana, porém são 30% dos mortos pela polícia.
Nos últimos meses, os casos de cidadãos negros sendo mortos por policiais brancos nos EUA, infelizmente, têm sido muito comuns. Podemos relembrar o caso de George Floyd, Breonna Taylor e Eric Garner. Além dos citados, o mais recente foi o de Jacob Blake, que levou sete tiros nas costas à queima-roupa, praticamente, na frente dos filhos. Jacob ficou paralisado da cintura para baixo.
Sobre a marcha desta sexta, estavam presentes os parentes dos cidadãos mortos, que foram citados anteriormente, além de outros milhares de manifestantes. A previsão, era de que 100 mil pessoas participassem da ação, porém como medida de segurança ao coronavírus, a prefeita de Washington, Muriel Bowser, aplicou medidas que mudaram os planos.
Mesmo com a redução no número de manifestantes, durante a parte da tarde, os presentes caminharam até o memorial de homenagem a Martin Luther King, onde diversas frases do líder estão gravadas. O coro que fez parte de toda a marcha foi “sem justiça, sem paz”, inspirado no que King disse em 1967:
“A verdadeira paz não é meramente a ausência de tensão, é a presença de justiça”.
Importante salientar que as manifestações realizadas nesta tarde também são uma crítica ao presidente Donald Trump. Afinal, o governo tem adotado o discurso da “lei e da ordem”. Trump, inclusive, já chamou os manifestantes antirracismo de radicais, anarquistas, saqueadores ou bandidos.