Putin viaja a Teerã para reuniões com líderes de Irã e Turquia
Presidente russo busca reforçar os laços com Teerã, alvo de severas sanções dos EUA e potencial parceiro militar e comercial
- Data: 19/07/2022 11:07
- Alterado: 19/07/2022 11:07
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Reprodução
A visita do presidente russo, Vladimir Putin, ao Irã, a partir desta terça-feira, 19, pretende aprofundar os laços do país na região, como parte do desafio de Moscou aos Estados Unidos e à Europa em meio à sua campanha na Ucrânia.
Em apenas sua segunda viagem ao exterior desde que tanques russos invadiram o território ucraniano em fevereiro, Putin participará de reuniões com o presidente do Irã, Ebrahim Raisi, e o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, sobre as questões prementes que a região enfrenta, incluindo o conflito na Síria e uma proposta de retomada das exportações de grãos ucranianos para aliviar a crise alimentar global.
À medida que o Ocidente impõe sanções à Rússia e a dispendiosa campanha se arrasta, Putin busca reforçar os laços com Teerã, alvo de severas sanções dos EUA e potencial parceiro militar e comercial.
Mas talvez o mais crucial, a viagem a Teerã oferece a Putin a chance de uma reunião de alto risco com Erdogan, que tenta intermediar as negociações sobre uma solução pacífica do conflito Rússia-Ucrânia, bem como ajudar nas negociações para desbloquear os grãos ucranianos através do Mar Negro.
A Turquia, membro da Otan, se viu do lado oposto à Rússia em conflitos sangrentos no Azerbaijão, Líbia e Síria. Até vendeu drones letais que as forças ucranianas usaram para atacar a Rússia. Mas a Turquia não impôs sanções ao Kremlin, tornando-o um parceiro extremamente necessário para Moscou. Lidando com a inflação descontrolada e uma moeda em rápida depreciação, a Turquia também depende do mercado russo.
A reunião também tem um significado simbólico para o público doméstico de Putin, mostrando a influência internacional da Rússia, mesmo quando o país esteja se tornando cada vez mais isolado. Isso ocorre poucos dias depois que o presidente dos EUA Joe Biden, visitou Israel e a Arábia Saudita – os principais rivais de Teerã na região.