Projeto Guri completa 18 anos
Gratuito, programa que comemora ‘maioridade’ como instituição referência em educação pela música já beneficiou cerca de 500 mil jovens em todo o Estado de São Paulo
- Data: 04/09/2013 14:09
- Alterado: 22/08/2023 21:08
- Autor: Redação
- Fonte: IN PRESS
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Contribuir com o desenvolvimento humano, estimular a criatividade e o trabalho em equipe de jovens por meio da música. Esses são alguns resultados que o Projeto Guri comemora 18 anos de existência. Maior programa sociocultural brasileiro, a ação é mantida pela Secretaria de Cultura do Governo do Estado de São Paulo e oferece, com excelência, cursos de educação musical nas modalidades de coral, instrumentos de cordas dedilhadas e friccionadas, sopro, teclados e percussão para crianças e adolescentes com idade entre 6 e 18 anos incompletos.
O projeto é administrado por duas organizações sociais que fazem a gestão compartilhada com a Secretaria da Cultura: Santa Marcelina Cultural, responsável pela administração do programa na capital paulista, e a Amigos do Guri, que responde pelo interior, litoral e pela Fundação Casa (370 polos distribuídos em 316 municípios). Ao todo, mais de 49 mil crianças e adolescentes aprendem música de graça no Estado de São Paulo.
“O objetivo do projeto é unir educação e lazer por meio da música em uma missão sociocultural que desenvolva comportamentos positivos nos participantes”, afirma Alessandra Costa, diretora executiva da Amigos do Guri.
Para comemorar 18 anos de sucesso, recentemente o Guri lançou um videoclipe da música “O Trenzinho do Caipira”, de Heitor Villa-Lobos, gravado com os Grupos de Referência do projeto, criados em 2010 para estimular e intensificar a formação e a qualificação musical. O grupo é constituído pelos alunos que se destacam dentro do Projeto.
“A canção faz parte da peça Bachianas Brasileiras II, uma série de nove composições de Villa-Lobos. Nessa obra, ele mescla a cultura do folclore brasileiro e da música caipira com a música erudita. A letra apresenta imagens que têm muito a ver com o Projeto Guri, um menino viaja em um trem, e naquele percurso também faz uma viagem subjetiva, poética, de crescimento, desbravando novos territórios, tudo aquilo que a prática musical pode proporcionar. Por isso, ela foi escolhida para representar o projeto e os talentos que fazem parte dele”, explica Alessandra Costa (assista o Vídeo).
TRAJETÓRIA DE SUCESSO
O primeiro polo do Projeto Guri – o Amácio Mazzaropi, em São Paulo – foi criado em 1995 com 180 vagas. No ano seguinte, foi implantado o espaço educacional na Fundação Casa, na Unidade do Complexo do Tatuapé. Em 1997, ano de fundação da Amigos do Guri, surgiu o primeiro polo do interior, em Indaiatuba. Dois anos depois, o projeto gravou seu primeiro CD, intitulado Guri, com o pianista Arthur Moreira Lima, no Theatro São Pedro, em São Paulo.
A partir de 2004, os polos do interior e do litoral do Estado passaram a ser administrados pela Amigos do Guri, desde 2012 afiliada à Jeunesses Musicales International, associação sediada na Bélgica que reúne diversas organizações musicais em cerca de 70 países. Já os polos da capital contam com a gestão da Santa Marcelina Cultural, desde 2008.
Além de já terem se apresentado com grandes nomes da música brasileira – como Milton Nascimento, Arnaldo Antunes, Toquinho, Criolo, Yamandú Costa, Jair Rodrigues, Rappin Hood, Naná Vasconcelos, entre outros – o projeto já realizou performances com nomes internacionais como Roger Waters (2007) e Neil Young (2011), durante o festival SWU. Os alunos também já participaram de concertos fora do país – em Buenos Aires (2011) e em Detroit (2012) –, e em eventos com dimensão internacional, como a apresentação feita para o Papa Bento XVI, no Campo de Marte, em São Paulo (2007) e na Rio+20 (2012).
Entre os materiais produzidos para documentar esse conhecimento dos alunos estão os CDs Guri (1999); o Herdeiros do Futuro (2000), reconhecido como o Melhor Projeto de Fomento à Cultura pelo Prêmio Multicultural Estadão e o Projeto Guri convida (2009), finalista do Prêmio da Música Brasileira na categoria Álbum Infantil. Há também o DVD Calungá – O Mar que separa é o mar que une (2012), o livro Guri 15 anos (2010), os Livros Didáticos para alunos e professores, e o software interativo Mixer Guri www.mixerguri.org.br (2011), lançado com o envolvimento de Naná Vasconcelos e Arnaldo Antunes, no qual interessados podem criar e adquirir suas composições, além de compartilha-las. Os valores arrecadados são doados ao Projeto.
DEPOIMENTOS DE ARTISTAS QUE JÁ TOCARAM OS GURIS NESTA TRAJETÓRIA
“Eu desenvolvo trabalhos com crianças há muito tempo, por isso posso afirmar: os alunos do Projeto Guri têm uma qualidade musical ímpar. Completar 18 anos pra mim significa também assumir mais responsabilidades, sair pro mundo. Espero que o Guri continue desenvolvendo a educação e a cidadania, e se espalhe cada vez mais. O Brasil necessita de projetos como esse.” Naná Vasconcelos, percussionista
“Ao completar 18 anos eu queria muito tirar a carteira de motorista. E consegui na primeira tentativa, enquanto os meus amigos só conseguiram depois. Nesta idade também entrei na faculdade de comunicação… Espero que o Projeto se desdobre ainda mais e que cada envolvido seja um agente do bem através da música. Fiquei realmente feliz quando compus uma canção exclusiva para os guris e depois pude vê-los tocar e cantar com alegria e empenho máximos!” Fernanda Takai, cantora
“18 anos é a idade almejada por todos jovens, pois possibilita a realização de sonhos e vontades. Ao mesmo tempo, a liberdade nos exige responsabilidade. Este equilíbrio é o grande desafio desta nova fase. Desejo sucesso ao Projeto Guri e que o investimento na capacitação e Grupos de Referência tenha sua continuidade assegurada, onde professores e alunos sejam o espelho do conceito da democratização com qualidade das artes em nosso Estado.” Carlos Eduardo Moreno, maestro