Projeto Deficiência-20 (D20) busca fortalecer a participação da pessoa com deficiência nos debates do G20
Iniciativa do Instituto Jô Clemente (IJC) conta com o apoio da Disabilities Rights Foundation (DRF) e integra o grupo de engajamento C20, que discute diversas temáticas pela sociedade civil
- Data: 05/09/2024 10:09
- Alterado: 05/09/2024 10:09
- Autor: Redação
- Fonte: Instituto Jô Clemente
Crédito:Divulgação
O Civil 20 (C20) faz parte do processo do G20 – grupo de países que representam cerca de 85% do Produto Interno Bruto mundial – e foi oficializado como grupo de engajamento do Fórum em 2013. O grupo visa garantir que os líderes mundiais escutem as recomendações e demandas da Sociedade Civil Organizada, promovendo a proteção do meio ambiente, o Desenvolvimento Social, Econômico e dos Direitos Humanos.
Partindo do lema “Nada sobre nós, sem nós”, o Instituto Jô Clemente (IJC), referência nacional na inclusão das pessoas com Deficiência Intelectual, Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Doenças Raras, lançou o projeto Deficiência-20 (D20), uma iniciativa que busca levar a pauta das pessoas com deficiência para o centro dos debates do G20 – principal fórum de cooperação econômica internacional.
O D20 tem como objetivo influenciar os diferentes grupos de trabalho do C20, mobilizando pessoas com deficiência, lideranças e movimentos a fim de avançar a agenda da deficiência no mundo. Ao longo dos 32 encontros previstos até a reunião do G20 – que acontece em novembro deste ano na cidade do Rio de Janeiro -, o projeto pretende criar um documento que reúna suas demandas e prioridades, a ser apresentado formalmente aos chefes de Estado durante o Fórum Internacional, além de outros atores estratégicos.
Idealizada pelo IJC com o apoio da Disabilities Rights Foundation (DRF), a iniciativa tem como objetivo fortalecer a participação das pessoas com deficiência nos espaços de construção política em temas como justiça climática e desenvolvimento sustentável, saúde, educação, cultura, tecnologia, acesso à justiça, entre outros.
“Diferentemente do que aconteceu na Indonésia e na Índia, o Brasil não contemplou um grupo de trabalho temático sobre a deficiência e suas interseccionalidades. Além disso, identificamos pouca representatividade das pessoas com deficiências no decorrer das discussões e algumas barreiras que dificultam a participação plena e efetiva destas pessoas. Por isso, a importância de se estabelecer um espaço de participação social como o D20, que tem como premissa uma metodologia inclusiva e o uso de mecanismos de acessibilidade” destaca Deisiana Paes, coordenadora da área de Defesa e Garantia de Direitos do Instituto Jô Clemente (IJC).
A primeira reunião do projeto contou com a participação de lideranças, autodefensores, movimentos sociais e Organizações de pessoas com deficiência de todo o Brasil, além de Mariana Pedron Macário e Carolina Almeida, ambas facilitadoras dos grupos de trabalho temáticos do C20. “Em linhas gerais, o D20 se propõe a realizar a escuta e fomentar o protagonismo das pessoas com deficiência para a discussão de temas e prioridades globais e a construção de recomendações políticas concretas dirigidas ao G20”, finaliza João Victor Salge, supervisor Operacional da área de Defesa e Garantia de Direitos do IJC.