Projeto de Lei proíbe shows de artistas como Oruam em SP

A vereadora Amanda Vettorazzo propõe proibir shows de artistas que glorificam o crime em eventos públicos. O rapper Oruam é alvo da proposta.

  • Data: 11/02/2025 07:02
  • Alterado: 11/02/2025 07:02
  • Autor: Redação
  • Fonte: G1
Projeto de Lei proíbe shows de artistas como Oruam em SP

Oruam

Crédito:Reprodução - YouTube

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A vereadora Amanda Vettorazzo, do partido União, apresentou um projeto de lei na Câmara Municipal de São Paulo que visa proibir a realização de shows de artistas que façam apologia ao crime organizado ou ao uso de drogas em eventos financiados pelo poder público. Em resposta a esse projeto, o prefeito Ricardo Nunes afirmou que não haverá espaço para tais artistas em eventos que utilizem recursos públicos.

O rapper Oruam, que se destacou recentemente como o artista mais ouvido do Brasil no Spotify com a canção “Oh Garota Eu Quero Você Só Pra Mim”, tornou-se o foco da chamada “Lei Anti-Oruam”. Embora a proposta não mencione o artista diretamente, a vereadora criou um site específico para a iniciativa e tem utilizado suas redes sociais para expressar sua intenção de impedir Oruam de se apresentar na capital paulista.

Durante um evento voltado à cultura, realizado na última segunda-feira (10), o prefeito Ricardo Nunes foi questionado sobre a proposta da vereadora. Ele defendeu a ideia, afirmando não conhecer as músicas de Oruam e ressaltou que a ação não visa atacar qualquer expressão cultural, mas sim impedir que indivíduos que promovem apologia ao crime se apresentem em palcos públicos.

A Prefeitura de São Paulo anunciou um investimento de R$ 319 milhões para a cultura na cidade, parte do pacote denominado São Paulo + Cultura.

Oruam:

Sobre Oruam, ele é um artista de 25 anos, amplamente conhecido nos principais festivais do país e possui uma audiência significativa nas plataformas digitais. Suas letras frequentemente abordam temas relacionados à ostentação e à vida criminal, incluindo referências à sua relação familiar com o tráfico.

No cenário atual, Oruam se firmou como uma das promessas do trap nacional, tendo se apresentado em eventos como o Lollapalooza. Seu pai, Marcinho VP, é associado ao Comando Vermelho e enfrenta diversas acusações criminais. As letras do rapper e sua presença em festivais têm gerado controvérsia devido ao conteúdo de suas músicas.

A vereadora Vettorazzo argumenta que Oruam abre caminho para outros artistas que também fazem apologia ao crime e propõe a criação de um site para esclarecer seu ponto de vista e mobilizar apoio contra a contratação de tais artistas com financiamento público. Ela defende que a medida busca proteger crianças e adolescentes da influência negativa dessas manifestações artísticas.

Nos últimos anos, projetos semelhantes têm sido apresentados na Câmara Municipal, buscando restringir o funk na cidade. A deputada estadual Ediane Maria, do PSOL, critica esses projetos, argumentando que eles são uma tentativa de criminalizar movimentos culturais representativos da população negra e periférica. Para ela, essa ação revela uma agenda conservadora que ataca expressões culturais populares enquanto ignora seu potencial econômico e social.

A situação atual do funk e do rap em São Paulo continua sendo debatida intensamente entre autoridades e representantes da cultura popular, refletindo tensões entre regulamentação cultural e liberdade artística. Até o fechamento desta matéria, tentativas de contato com Amanda Vettorazzo para esclarecimentos adicionais não obtiveram resposta.

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  • Data: 11/02/2025 07:02
  • Alterado:11/02/2025 07:02
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