Projeto busca incluir, por meio da empatia, pessoas com a deficiência na sociedade

Com o apoio do Hospital Paulista, a influenciadora Lak Lobato promove ações que alertam para dificuldades, mas também celebram conquistas da comunidade surda

  • Data: 16/09/2021 13:09
  • Alterado: 16/09/2021 13:09
  • Autor: Redação
  • Fonte: Hospital Paulista
Projeto busca incluir, por meio da empatia, pessoas com a deficiência na sociedade

Crédito:Comunicação Sem Fronteiras

Você está em:

A reflexão sobre o valor da boa comunicação na vida foi um dos motivadores para o projeto “Escute Como um Surdo”, idealizado pela escritora, palestrante e influenciadora Lak Lobato, com o apoio do Hospital Paulista de Otorrinolaringologia. A ação social visa conscientizar a sociedade sobre a importância da saúde auditiva e dos caminhos possíveis de reabilitação.

O projeto, que promoverá várias ações, faz parte das comemorações do Setembro Azul, data criada pela Comunidade Surda Brasileira, a fim de dar visibilidade à causa.

Durante o festival “Escute Como um Surdo” acontecerão palestras, debates, workshops, espetáculos, leituras, dinâmicas e desafios serão promovidos no formato híbrido, ou seja, com eventos virtuais e presenciais.

“Nosso objetivo é desmistificar ideias enraizadas na sociedade e desconstruir o pensamento de capacitismo social, por meio de um novo olhar sobre o tema, incorporando, com empatia, a diversidade surda”, observa a ativista.

De acordo com a Dra. Sheila Tamiso, otorrinolaringologista do Hospital Paulista, é importante que a Instituição dê evidência às ações de conscientização. Com elas, os desafios que a comunidade surda e as pessoas com deficiência auditiva enfrentam podem ser mais conhecidos, assim como as conquistas adquiridas por eles.

“Mais que mostrar as dificuldades, é importante apresentar à população em geral que é possível integrar surdos e deficientes auditivos em serviços e atividades básicas do dia a dia”, explica a médica.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 1 bilhão de pessoas contam com algum grau de deficiência auditiva. A estimativa é que até 2050 este número chegue a 2,5 bilhões de pessoas em todo o mundo.

Além de apoiar o projeto “Escute como um Surdo”, o Hospital Paulista, também está promovendo outras ações, como adesivação da sua fachada em homenagem ao Setembro Azul e irá realizar, no dia 30 de setembro, uma palestra online sobre implante coclear com o tema “Reabilitação Auditiva e o Uso de Tecnologias”, que contará com a participação do Dr. José Ricardo Testa e da fonoaudióloga Sabrina Figueiredo.

O evento irá acontecer no perfil do canal youtube.com/ laklobato , às 20h, e terá a mediação da influenciadora .

Apesar de setembro ser considerado o mês dedicado à visibilidade da comunidade surda, as ações do projeto “Escute Como um Surdo” seguirão até dezembro. A programação completa pode ser acessada por meio das redes sociais do projeto, na página do Facebook: https://www.facebook.com/escutecomoumsurdo ou no perfil do Instagram: @ escutecomoumsurdo .

Lak Lobato: um exemplo de reabilitação auditiva

Ativista pela diversidade na surdez e pelos direitos à saúde auditiva, Lak Lobato perdeu a audição aos nove anos, com um diagnóstico irreversível de surdez profunda bilateral, caso identificado como provável sequela tardia de caxumba.

A escritora passou 22 anos sem ouvir nada, com a sensação de viver em uma “bolha de silêncio”, como ela mesma define.

Durante este período, a forma de comunicação de Lak foi a leitura labial, já que por conhecer as palavras e ter o português como idioma nativo, a linguagem de sinais não lhe atendia.

Sua recuperação auditiva aconteceu em 2009, aos 32 anos, quando foi submetida ao implante coclear no ouvido esquerdo – cirurgia que consiste na inserção de um aparelho capaz de reabilitar a saúde auditiva. Porém, por conta da condição da sua cóclea, o resultado não foi considerado satisfatório do ponto de vista físico, apesar da realização pessoal que ela alcançou na época.

Segundo a escritora, nesta etapa, ouvia os sons ambientes e era capaz de discriminar a maioria deles, mas ainda dependia da leitura labial para se comunicar.

A bem-sucedida cirurgia no ouvido direito aconteceu em 2012. Hoje, ela é capaz de ouvir músicas, entender uma conversa sem ler os lábios das pessoas, fazer ligações ao telefone, entre outras tarefas consideradas usuais.

Lak usa sua experiência de vida como surda oralizada para contar, por meio de muita sensibilidade e poesia, os sons (re)descobertos e assim auxiliar pessoas acometidas por problemas auditivos com informações sobre tecnologias disponíveis. Ela é autora de quatro livros sobre o tema, dentre eles o “Desculpe, não ouvi!”, que dá nome ao seu blog, também sobre inclusão auditiva.

“Quando voltei a ouvir, através do implante coclear, eu tinha uma capacidade incrível de prestar atenção nos sons mais bobos e ignorados pela maioria dos ouvintes no dia a dia. Eles me encantavam, me motivavam. Muitos viraram tema para poesias disponíveis em minhas publicações”, conta a autora.

“Não adianta apenas pessoas surdas falarem desse assunto isoladamente. É preciso que a gente esteja em companhia de pessoas que participam da nossa realidade. Profissionais de saúde e educação, pessoas públicas, pessoas com outras deficiências, de outras minorias, todas fazem parte de um grupo que deve divulgar essa causa.”

Compartilhar:

  • Data: 16/09/2021 01:09
  • Alterado:16/09/2021 13:09
  • Autor: Redação
  • Fonte: Hospital Paulista









Copyright © 2024 - Portal ABC do ABC - Todos os direitos reservados