Proibição do uso de celulares nas escolas pode causar ansiedade e irritabilidade

Pedagogo explica como a lei busca reduzir distrações em sala de aula, mas desafia alunos e professores em um cenário de dependência digital.

  • Data: 14/01/2025 17:01
  • Alterado: 14/01/2025 17:01
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Assessoria
Proibição do uso de celulares nas escolas pode causar ansiedade e irritabilidade

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou nesta segunda-feira (13) a lei que proíbe o uso de celulares em escolas públicas e privadas em todo o Brasil. A norma vale para instituições de educação básica, incluindo pré-escola, ensino fundamental e ensino médio, e determina que os aparelhos não podem ser utilizados durante as aulas, intervalos ou recreios.

A legislação abre exceções apenas para fins educacionais, inclusão, acessibilidade, questões de saúde ou quando necessário para assegurar direitos fundamentais.

Segundo Cleyton Costa, diretor geral da educação adventista das unidades da região ABCDM e Litoral, a proibição representa desafios tanto para estudantes quanto para educadores.

Para uma geração que cresceu cercada por telas e que vê o celular como uma extensão de si mesma, a proibição do uso na escola pode desencadear uma espécie de ‘abstinência digital’ que afeta tanto o bem-estar emocional quanto o físico dos alunos. Muitos jovens hoje nunca conheceram um mundo sem acesso instantâneo à informação, redes sociais e entretenimento na palma de suas mãos, e essa mudança abrupta de cenário pode provocar diferentes tipos de desconforto e desafios”, afirma.

Especialistas alertam que a transição pode provocar efeitos emocionais, como ansiedade e irritabilidade, especialmente entre estudantes habituados a verificar notificações constantemente. A sensação de desconexão de eventos importantes, fenômeno conhecido como FOMO (Fear of Missing Out, ou “medo de ficar de fora”), é outra preocupação.

Cleyton destaca ainda que os impactos podem ser físicos, com sintomas como “dores fantasmas”. “A abstinência do uso do celular pode levar alguns jovens a sentir sintomas como as chamadas ‘dores fantasmas’, quando acreditam que o celular vibrou ou está em suas mãos, mesmo não estando. Essa reação é comparável à de pessoas acostumadas com hábitos repetitivos e que de repente se veem privadas deles“, explica.

Para os educadores, o desafio também é significativo. “O professor também precisa mudar. Ele também vive a dependência e vai lidar com alunos que estão em abstinência e tédio, e que, possivelmente, serão mais questionadores e atentos. O apoio de toda a comunidade escolar é necessário nesse período de adaptação de ambos os lados“, conclui.

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  • Data: 14/01/2025 05:01
  • Alterado:14/01/2025 17:01
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