Programação do Palco Virtual de setembro

Palco Virtual segue com programação ao vivo e fecha setembro com leituras de dramaturgias negras e adaptações teatrais

  • Data: 04/09/2020 10:09
  • Alterado: 04/09/2020 10:09
  • Autor: Redação
  • Fonte: Itaú Cultural
Programação do Palco Virtual de setembro

Adriano Domingos Monteiro

Crédito:Daiana Rocha

Você está em:

O Itaú Cultural segue ao vivo e digital com o Palco Virtual em nova programação nas duas últimas semanas de setembro. Os ciclos de leituras dos dias 21 e 28 (segundas-feiras) são dedicados a textos de jovens dramaturgos e contam com debates conduzidos pela dramaturga anfitriã Dione Carlos e as convidadas Cristiane Sobral e Fernanda Júlia Onisajé. As sessões à noite, nos dias 22 e 29 (terças-feiras), trazem a versão online de Villa, cuja estreia foi em 2018, a partir de texto do chileno Guillermo Calderón sobre a ditadura no Chile. No sábado e domingo, dias 26 e 27, tem entretenimento em tempo real para as crianças, com o espetáculo Cavaco e Sua Pulga, que também adapta para as telas a produção antes realizada entre cenários nos teatros e ao ar livre. 

Toda a programação do Palco Virtual Itaú Cultural é gratuita. As apresentações acontecem via Zoom e as reservas de ingressos online têm início 15 dias antes das atividades, pela plataforma Sympla (confira abaixo as datas das reservas para cada espetáculo). 

Os ciclos de leituras das duas últimas segundas-feiras de setembro dão voz a uma produção teatral fruto das turmas do curso EAD Dramaturgia Negra: A Palavra Viva, realizadas neste ano pela instituição. A cada semana, são apresentadas cinco cenas curtas, criadas durante o curso, conduzido pela dramaturga Dione Carlos, em formatos que vão desde leituras dramáticas clássicas a vídeos conceituais. Ao final de cada noite, Dione media uma conversa ao lado de uma convidada. 

No dia 21, tendo como convidada a escritora, poeta, atriz e professora de teatro Cristiane Sobral, o ciclo começa às 20h, com PROMETEU BR, do carioca Júnio Nascimento. Nela, um homem negro clama pelo fim da política de genocídio que assola o corpo preto. A paulista radicada no Rio Grande do Sul, Grazielle Bessa, apresenta Porque os Tons de Vestidos Sempre Mudam, inspirado no poema Da Menina, a Pipa, de Conceição Evaristo, no qual a personagem tem os tons de sua vida mudados a partir de suas escolhas. Valongo, do gaúcho Marcio Silveiro dos Santos, por sua vez, traz a força de uma protagonista que, ao evocar memórias, elementos e energias do passado e do presente, roga pela permanente resistência afro-diaspórica de luta por justiça e direitos. 

Do Maranhão vem Tradição, texto de Brenna Maria, que parte de Catirina e Chico, personagens negros estereotipados no auto do bumba-meu-boi. Em cena, eles representam o homem e a mulher do campo, cantando a toada dos explorados. A noite fecha com A Greve das Amas, de Jefferson Fernandes, de Minas Gerais. Incorporando personagens do maracatu à comédia A Greve do Sexo – Lisístrata, de Aristófanes, o texto se passa na Bahia de 1883, onde uma mulher escravizada decide não mais amamentar os filhos da realeza e convoca todas para esta tarefa. 

No dia 28, no mesmo horário, o ciclo apresenta mais um bloco de leituras dedicado à dramaturgia negra. A cena ficcional Ticumbi de Conceição da Barra, do capixaba Adriano Domingos Monteiro, tem como base a manifestação cultural quilombola ticumbi, ou baile dos congos, na qual dois reinos batalham simbolicamente pelo direito de cultuar São Benedito. Já o amapaense Emerson de Paula apresenta Coração-tambor. Baseado no mito Medéia e em diálogo com a manifestação cultural do marabaixo, este lamento trata do conflito de sentimentos em relação com o solo brasileiro, uma vez que se foi arrancado de terras africanas. 

Alodê Iara, da mineira Júlia Tizumba, traz um diálogo ancestral de vozes femininas, inspirado em Vozes – Mulheres, de Conceição Evaristo. Uma mãe, mulher negra, grávida, está no centro de uma roda de outras mulheres negras, olhando para seu ventre, acariciando e conversando com a filha, que está para chegar. Em A Tecelã, o catarinense Luan Renato inspira-se na obra Proteção Extrema Contra a Dor e o Sofrimento, da artista visual Rosana Paulina, para perguntar o que têm a dizer os que vieram antes. Na cena, são trançadas as memórias de uma vida inteira, como quem tricota uma manta de lã. A última apresentação fica por conta de Monólogo para a Travessia, de Vita Pereira, de Araraquara, São Paulo. Experimento dramatúrgico sobre a tecnologia de vida transpreta, ele parte de fragmentos de sonho da autora para reconstruir a sua infância e seus desdobramentos. O sonho de ser invisível se torna uma saída para o mundo que se conhece. Invisível, mas não apagada. 

Assim como no dia 21, as leituras são seguidas de bate-papo mediado por Dione Carlos e uma convidada. Nesta noite, a mediadora divide a falar com a baiana Fernanda Júlia Onisajé, diretora-fundadora do Núcleo Afro brasileiro de Teatro de Alagoinhas – NATA. 

Mais palcos

Versões online de espetáculos que foram criados inicialmente para plateias presenciais também marcam a programação do Palco Virtual na última quinzena de setembro, tanto nas sessões para adultos quanto na voltada para as crianças. 

É o caso de Villa, peça apresentada nos dias 22 e 29 (terças-feiras), às 20h, dirigida por Diego Moschkovich. No texto do autor chileno Guillermo Calderón, as atrizes Angela Ribeiro, Flávia Strongolli e Rita Pisano vivem três mulheres que discutem o que fazer com a Villa Grimaldi, centro de tortura e extermínio no regime do ditador Augusto Pinochet (1915-2006), no Chile. A história, na qual elas refletem também sobre suas escolhas e suas trajetórias, é conduzida por uma urna, onde o voto ganha força.

A criançada também é brindada com a programação digital e ao vivo do Palco Virtual, que no último final de semana do mês, dias 26 e 27 (sábado e domingo), apresenta Cavaco e sua Pulga, com a Caravana Tapioca. Com início às 15h, o espetáculo transporta o público para o universo clássico e imaginário do circo de pulgas. Lá, o excêntrico domador Cavaco, personagem do ator Anderson Machado, apresenta Maria, uma a pulga adestrada que chega de paraquedas, canta, faz música com panelas, cospe fogo, doma uma fera, entre outras habilidades nunca antes vistas. A direção é do músico, ator e dançarino Helder Vasconcelos.

SERVIÇO:

Palco Virtual – Cênicas

Ciclo de Leituras, dias 21 e 28 (segundas-feiras), às 20h

Espetáculos para adultos, dias 22 e 29 (terças-feiras), às 20h

Espetáculos para crianças, dias 26 e 27 (sábado e domingo), às 15h 

Reservas de ingressos online:

A partir de 9 de setembro (quarta-feira), às 12h, para as apresentações:

Ciclo de Leituras – Dramaturgia Negra: A Palavra Viva (21 de setembro)

Espetáculo / adultos – Villa (22 de setembro)  

A partir de 16 de setembro (quarta-feira), às 12h, para as apresentações:

Espetáculo / crianças – Cavaco e sua Pulga (26 e 27 de setembro)

Ciclo de Leituras – Dramaturgia Negra: A Palavra Viva (28 de setembro)

Espetáculo / adultos – Villa (29 de setembro)  

Confira no site do Itaú Cultural (www.itaucultural.org.br) o passo a passo para reservar o ingresso e acessar o espetáculo.

Compartilhar:

  • Data: 04/09/2020 10:09
  • Alterado:04/09/2020 10:09
  • Autor: Redação
  • Fonte: Itaú Cultural









Copyright © 2024 - Portal ABC do ABC - Todos os direitos reservados