Programa ReFundação deve desafogar problema antigo de São Caetano: as enchentes
População do primeiro bairro de São Caetano se reúne no evento que marca o início das obras do ReFundação em combate às enchentes
- Data: 23/04/2024 09:04
- Alterado: 23/04/2024 09:04
- Autor: Rodilei Morais
- Fonte: ABCdoABC
Anúncio do início das obras contra enchentes do programa ReFundação
Crédito:Rodilei Morais/ABCdoABC
A prefeitura de São Caetano do Sul realizou na noite desta segunda-feira (22) o lançamento das ações de combate a enchentes do programa ReFundação — o maior investimento já feito município neste setor. O evento, realizado no CISE Sueli Nogueira — no próprio bairro Fundação — marcou o início das obras que somam um valor de R$ 170 milhões.
“É um dia histórico,” declarou o vereador e presidente da Câmara Municipal, o professor Pio Mielo. De fato, as enchentes no bairro Fundação são um dos maiores problemas da cidade — a população do primeiro bairro da cidade é anualmente vítima da preocupação em perder seus bens quando chega a época de chuvas intensas. Lidar com essa questão é uma demanda antiga e necessária.
Inundações são um fenômeno natural — a área várzea de um rio refere-se, justamente, ao local que ele ocupa em períodos de cheia. Em sua fala no evento, o prefeito José Auricchio trouxe um relato feito pelo padre jesuíta José de Anchieta — uma carta escrita antes da fundação do município de São Paulo já mencionava as cheias do rio, na época, devastando plantações.
Solucionar o problema, porém, sempre foi uma grande dificuldade. São Caetano já fez uma série de intervenções na região, mas Auricchio afirma que não há nenhum município em nenhum estado com capacidade financeira própria para solucionar problemas de enchentes. Uma obra de autoria do governo de São Paulo, acabou prejudicando mais do que ajudando a cidade. Em 1976, a elevação do nível da Avenida dos Estados no sentido Santo André-São Paulo, fez com que o bairro Fundação recebesse ainda mais água das chuvas.
Tirando o projeto do papel e a água das ruas
O financiamento de cerca de R$ 173 milhões foi possível graças a cooperação da CAF – Cooperação Andina de Fomento. Esta instituição, composta por 20 países, é um banco de desenvolvimento que fornece crédito a projetos públicos e privados de interesse social. O prefeito Auricchio comenta que é somente com o auxílio de organismos multilaterais como este que é possível resolver um problema da magnitude das enchentes do Fundação.
Para testemunhar o “começo do fim do problema,” como chamou o deputado estadual Thiago Auricchio, a população da região compareceu em peso ao ato, assim como os secretários e vereadores do município. O político ainda lembrou das obras do Piscinão Jaboticabal — projeto do estado de São Paulo em que ele atuou na viabilização. O maior reservatório deste tipo em toda a América Latina, o Jaboticabal está sendo construído entre São Caetano, São Bernardo e a capital paulista, sendo capaz de reter até 900 milhões de litros d’água.
As obras do projeto ReFundação
O montante alocado para o programa está dividido na construção de um piscinão entre a Av. dos Estados, Rua Ceará e Av. Conde Francisco Matarazzo; a ampliação de galerias que recebem água de chuva; implantação de redes de esgoto na região; e alteamento do muro ao longo do Tamanduateí por 4,5 km.
O piscinão tem um prazo de 24 meses para sua conclusão, enquanto as demais obras estão previstas para acabar na metade deste período. Neste meio tempo, o prefeito alerta que as intervenções devem trazer certos transtornos à população do bairro — barulho, trânsito e poeira, por exemplo — mas que eles são um passo necessário para enfim colocar um ponto final nas enchentes.