Processo que pode cassar mandato de Glauber Braga avança na Câmara

Conselho de Ética deu aval a prosseguimento de caso relativo a agressão a membro do MBL; deputado diz que Lira está por trás

  • Data: 11/09/2024 14:09
  • Alterado: 11/09/2024 14:09
  • Autor: Redação
  • Fonte: Ranier Bragon/Folhapress
Processo que pode cassar mandato de Glauber Braga avança na Câmara

Glauber Braga (PSOL-RJ)

Crédito:Marcelo Camargo/Agência Brasil

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O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (11) a chamada “admissibilidade” do processo contra o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), que se desentendeu e agrediu um militante do MBL (Movimento Brasil Livre) na Casa, em abril.

Foram 10 votos a favor e 2 contra o avanço da apuração que, ao final, pode resultar na cassação do mandato do parlamentar.

A partir de agora abre-se prazo para a instrução do processo, o que inclui o depoimentos de testemunhas, e, ao final, o deputado Paulo Magalhães (PSD-BA) apresentará um relatório conclusivo.

Glauber voltou a acusar o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), de estar por trás da tentativa de sua cassação e, inclusive, do relatório de Paulo Magalhães pela admissibilidade.
Em sessão anterior, Glauber chamou Arthur Lira de “bandido” e, nesta quarta-feira, voltou a fazer acusações contra o presidente da Casa, dizendo haver suspeita de que ele tentou calar uma testemunha mediante propina.

Procurado, a presidência da Câmara não se manifestou.

A sessão novamente foi marcada por discussões entre Glauber, o relator, outro integrante do conselho, Alexandre Leite (União-SP), e o deputado Kim Kataguiri (União-SP), um dos fundadores do MBL.
Apesar de dizer que não é seu objetivo cassar colega, o relator afirmou que seu voto será contra o deputado do PSOL.

Leite chegou a dizer inclusive que irá encaminhar à Mesa da Câmara pedido de afastamento cautelar do mandato de Glauber diante do seu comportamento e das acusações que ele tem feito contra outros parlamentares.

Após a aprovação do relatório, há prazo de até 60 dias úteis para instrução processual, apresentação do relatório final e votação.

O conselho é o órgão responsável por analisar atos disciplinares dos parlamentares e emitir um parecer.
No caso de recomendação de cassação, a palavra final é do plenário da Câmara, onde é preciso o voto de ao menos 257 dos 513 parlamentares para que haja a punição.

Glauber Braga sempre disse não ter se arrependido da agressão.

Em abril, o psolista chutou um membro do MBL identificado como Gabriel Costenaro e o expulsou das dependências da Câmara. Os dois seguiram discutindo no estacionamento do anexo 2 da Câmara e, após serem separados, foram levados para prestar depoimento no Departamento de Polícia Legislativa da Casa.

Nesse momento, o parlamentar e o deputado Kim Kataguiri (União Brasil-SP) também discutiram. Braga chamou o colega de “defensor de nazista” e Kataguiri levantou o dedo contra ele. Na sequência, os dois trocaram empurrões.

Nas redes sociais, Gabriel Costenaro tem várias publicações em que provoca políticos de esquerda e jornalistas, enquanto outra pessoa filma.

Braga disse à época que não era a primeira vez que ocorria aquele tipo de provocação por parte de Costenaro -no perfil da rede social do militante do MBL há registros de ao menos um outro encontro entre os dois. “Não vamos aceitar ficar sofrendo perseguição permanente desse sujeito”, disse o parlamentar.

“Não é de hoje que Glauber Braga tem adotado uma postura inaceitável para um parlamentar. Hoje ele extrapolou todos os limites ao agredir Costenaro, um membro do MBL que estava quieto na dele. #GlauberCassado”, publicou Kataguiri na ocasião.

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  • Data: 11/09/2024 02:09
  • Alterado:11/09/2024 14:09
  • Autor: Redação
  • Fonte: Ranier Bragon/Folhapress









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