Prisão de médium por crimes sexuais abala comunidade espiritual na Bahia
Justiça condena a 20 anos e destaca manipulação emocional nos rituais religiosos.
- Data: 11/11/2024 22:11
- Alterado: 11/11/2024 22:11
- Autor: redação
- Fonte: Assessoria
Crédito:Reprodução/TV Bahia
Na última semana, a prisão do médium Kleber Aran Ferreira e Silva, conhecido por suas práticas no templo do Amor Supremo em Salvador, chocou a comunidade espiritual da Bahia. Acusado de crimes sexuais, Kleber Aran foi condenado a 20 anos e cinco meses de prisão por estupro mediante fraude e estupro de vulnerável, além de uma indenização de R$ 50 mil para cada vítima.
As denúncias contra Kleber Aran começaram a surgir em 2020, quando o projeto “Justiceiras” notificou o Conselho Nacional do Ministério Público sobre abusos cometidos pelo médium. As investigações avançaram com provas consistentes em relação a três vítimas, que relataram ter sido manipuladas e abusadas sob o pretexto de rituais espirituais. A sentença foi baseada em depoimentos e evidências como áudios e mensagens de WhatsApp enviadas por Aran.
Uma das vítimas descreveu como os abusos começaram em 2014, após se voluntariar no templo. Aran teria simulado incorporações espirituais para justificar os abusos, exigindo submissão sob a alegação de “energia sexual”. Outras vítimas relataram experiências similares, incluindo ameaças espirituais e manipulação emocional.
O Ministério Público destacou a manipulação psicológica exercida por Aran, que explorava a fé das vítimas para satisfazer seus desejos. Ele criou uma rede de confiança que permitia que suas ações fossem vistas como parte de práticas religiosas legítimas.
Esta condenação levanta questões importantes sobre a vulnerabilidade das pessoas em contextos religiosos e a necessidade de proteção contra abusos. A decisão judicial é um passo significativo na defesa dos direitos das vítimas e serve como alerta para que outros casos semelhantes sejam investigados com rigor. O caso de Kleber Aran ressalta a importância de romper o silêncio e buscar justiça frente aos abusos disfarçados de espiritualidade.