Primeira fase do restauro do Mercadão é concluída
Obras seguem com expectativa de conclusão total até agosto deste ano.
- Data: 19/01/2025 10:01
- Alterado: 19/01/2025 10:01
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: FOLHAPRESS
Mercado Municipal de SP
Crédito:Divulgação
A primeira fase do tão aguardado restauro do Mercado Municipal Paulistano, popularmente conhecido como Mercadão, será oficialmente concluída nesta segunda-feira (20). O projeto, que enfrentou um atraso de um ano e meio, demandou um investimento aproximado de R$ 40 milhões por parte da concessionária Mercado SP.
Entre as principais intervenções realizadas estão a substituição integral do piso interno, que abrange uma área de 6.000 m², reparos nos ornamentos da fachada e pilares de concreto, além da pintura e reforma do telhado. Também foram efetuadas a limpeza dos vitrais e a atualização das instalações elétricas. Esta é a primeira grande reforma no edifício histórico desde 2004, quando foi implementado um mezanino sob a gestão de Marta Suplicy.
No entanto, ainda restam algumas etapas a serem finalizadas. Isso inclui a revitalização das calçadas ao redor do Mercadão, a construção de novos mezaninos que somarão 1.200 m², além da instalação de restaurantes nas cúpulas do edifício e a reforma de um terraço que será aberto ao público. De acordo com o contrato firmado com a prefeitura, a concessionária também tem até agosto para finalizar as obras no centenário mercado de verduras Kinjo Yamato, localizado em frente ao Mercadão.
A expectativa é que todas essas intervenções sejam concluídas até agosto deste ano. O presidente da Mercado SP, Aldo Bonametti, afirmou: “As obras restantes no Mercadão não são tão complexas quanto as realizadas até agora, portanto acreditamos que possam ser executadas mais rapidamente“. Ele enfatizou que a fase recém-concluída foi significativamente mais desafiadora.
Desde 2021, quando a empresa conquistou a licitação para administrar os dois mercados públicos durante a gestão do ex-prefeito Bruno Covas, várias datas de entrega foram postergadas. A entrega inicial estava programada para novembro do ano passado; no entanto, sob a administração de Ricardo Nunes (MDB), o prazo foi estendido até 2025.
Bonametti informou que as obras para os novos mezaninos estão atualmente na fase de planejamento e cálculo estrutural. Ele acredita que as construções podem iniciar em fevereiro. Além disso, foram substituídas cinco das nove claraboias no telhado e toda a tubulação subterrânea de água e esgoto.
As melhorias incluem detalhes menos evidentes, como novas tampas de bueiro no corredor central e o restauro de uma das esculturas na fachada. No ano passado, o Mercadão passou a contar com geradores próprios movidos a diesel, adquiridos por cerca de R$ 4 milhões, o que permitiu que o local permanecesse operacional durante quedas de energia na região.
Os atrasos enfrentados ao longo do processo se devem à pandemia da Covid-19, às condições precárias dos edifícios e à necessidade de aprovações por órgãos responsáveis pela preservação histórica. Um dos principais obstáculos foi a aprovação de modificações na fachada do Kinjo Yamato. Inicialmente reprovada pelo Departamento do Patrimônio Histórico (DPH), a proposta foi posteriormente reavaliada após recurso apresentado pela concessionária.
O DPH concedeu parecer favorável à reforma em uma nova análise realizada recentemente, coincidindo com mudanças nas composições do conselho deliberativo. Em 2023, o Tribunal de Contas do Município alertou sobre possíveis descumprimentos contratuais devido aos atrasos nas obras e ao pagamento de taxas.
Com os projetos agora aprovados pelos órgãos competentes, espera-se um avanço mais acelerado nas entregas restantes. As reformas nas calçadas continuam sendo a única intervenção pendente da autorização municipal.
No total, ao término das obras, estima-se que a concessionária terá investido cerca de R$ 88 milhões nos dois mercados. O fundo de investidores por trás da empresa ofereceu mais de R$ 100 milhões pelo direito de exploração comercial do espaço. Com um contrato vigente até 2046, a Mercado SP estará encarregada da administração do Mercadão durante suas comemorações centenárias em oito anos.