Preta Ferreira é a convidada da série de entrevistas Um Certo Alguém
Em Um Certo Alguém, Preta Ferreira diz desejar um futuro para as crianças crescerem em paz, sem medo de morrer pelo racismo
- Data: 16/09/2020 14:09
- Alterado: 16/09/2020 14:09
- Autor: Redação
- Fonte: Itaú Cultural
A militante
Crédito:Thi Santos
Janice Ferreira da Silva, mais conhecida como Preta Ferreira, é a nova convidada da série de entrevistas Um Certo Alguém. O seu olhar sobre si mesma, o passado, presente e futuro entram no ar a partir das 13h, do dia 17 de setembro (quinta-feira), no site do Itaú Cultural www.itaucultural.org.br. O objetivo da série semanal é entrevistar artistas e pessoas do meio da arte e da cultura para criar um material curto e de rápido consumo, em que o entrevistado responde a quatro perguntas: qual é a história de sua maior saudade? o que mais te emociona? como imagina o amanhã? e quem é? O curador, designer, ilustrador, comunicador e ativista dos direitos indígenas, Denilson Baniwa é o convidado da próxima semana.
A baiana de 36 anos de idade, é graduada em publicidade, cantora, atriz e uma das lideranças da Ocupação 9 de Julho, no centro de São Paulo, onde vivem centenas de famílias, que não tem acesso à moradia, um dos diretos fundamentais do ser humano, previsto na Constituição Federal de 1988. “Minha maior saudade é de ser aquela criança que não pensa em racismo antes e depois de dormir, mesmo já sofrendo as consequências dele,” relata ela, que foi uma das protagonistas do premiado filme de Eliana Caffé, Era o Hotel Cambrige. As suas respostas continuam neste caminho e, quando questionada sobre o que mais a emociona não titubeia: “quando vejo uma pessoa preta entrar na universidade. Eu não faço nada pensando somente em mim, tudo que faço tem de ser em plural, pois a conquista só será válida se for dividida por todos.”
Ela foi presa, em 24 de junho de 2019, junto de outros ativistas por moradia, acusada de extorsão e associação criminosa por supostamente coagir moradores a pagarem taxas nas ocupações do centro da capital paulista, porém. Mesmo após 70 dias na prisão, nenhuma prova contra ela foi apresentada. Hoje Preta responde ao processo em liberdade e prepara, junto a editora Boitempo, o livro MINHA CARNE: diário de uma prisão. O amanhã dela ainda é atrelado ao fato de ter sido encarcerada. “Quero estar em liberdade, a verdadeira liberdade, principalmente a que me foi tirada. Pretendo estar nos palcos levando música e cultura para todos os povos,” diz ela, que se vê como uma mulher preta que luta por igualdade e justiça social.
IC virtual
Com a programação suspensa desde o dia 17 de março em razão da pandemia do novo coronavírus, a organização tem intensificado a produção de materiais e conteúdos pensados para toda a família, ampliando a produção de conteúdo para diversos públicos, como podcasts, cursos de EAD e vídeos, no site e redes sociais da instituição e na Enciclopédia Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. Para acessar: www.itaucultural.org.br.