Presidente Prudente adota tecnologia Wolbachia para combater arboviroses

A nova tecnologia é comprovadamente eficaz e, quando aliada à atuação contínua da população na prevenção, apresenta resultados significativos na redução das arboviroses

  • Data: 23/01/2025 10:01
  • Alterado: 23/01/2025 10:01
  • Autor: Redação
  • Fonte: Ministério da Saúde
Presidente Prudente adota tecnologia Wolbachia para combater arboviroses

Crédito:Reprodução

Você está em:

A implementação de novas tecnologias na saúde pública, especialmente no combate às arboviroses, tem mostrado resultados promissores. A cidade de Presidente Prudente, localizada no estado de São Paulo, destaca-se como uma das pioneiras na adoção do método Wolbachia, uma estratégia inovadora para o controle do mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão de doenças como dengue, zika e chikungunya.

Essa iniciativa é parte integrante do Plano de Ação 2024/2025, que visa mitigar os impactos causados pelas arboviroses. O projeto é desenvolvido em colaboração com o World Mosquito Program (WMP) e a Fiocruz. A tecnologia atua interferindo na capacidade do mosquito de transmitir vírus, tornando-o menos eficaz na disseminação das doenças.

Atualmente, Presidente Prudente está na fase de engajamento da comunidade. Equipes do projeto têm trabalhado junto a parceiros municipais para se conectar com a população local e instituições como unidades de saúde, escolas e organizações não governamentais. O intuito é informar sobre o método Wolbachia, esclarecer as atividades que serão realizadas e detalhar o processo de monitoramento e liberação dos mosquitos infectados pela bactéria.

O Ministério da Saúde estabelece como meta expandir a aplicação da metodologia Wolbachia para mais 40 municípios até 2025. Até agora, cerca de 4 milhões de pessoas foram beneficiadas por essa tecnologia em oito cidades brasileiras: Londrina (PR), Foz do Iguaçu (PR), Joinville (SC), Niterói (RJ), Rio de Janeiro (RJ), Campo Grande (MS), Belo Horizonte (MG) e Petrolina (PE). Com as liberações programadas para Presidente Prudente (SP), Natal (RN) e Uberlândia (MG), esse número deve aumentar para 5 milhões.

A expansão do programa visa aumentar a cobertura em diversas cidades e aprimorar a distribuição dos ovos nas regiões mais vulneráveis. “Nosso objetivo é transformar essa tecnologia em uma política pública, passando de um projeto de pesquisa para uma estratégia permanente de controle do Aedes aegypti em grande escala”, declarou Rivaldo Cunha, secretário-adjunto de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde.

As biofábricas desempenham um papel crucial nesse processo. Atualmente, existem biofábricas no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte, onde ocorre toda a reprodução do ciclo de vida do mosquito e a produção dos ovos. Outras cidades como Foz do Iguaçu, Londrina e Joinville também possuem instalações similares responsáveis pela eclosão dos ovos do Aedes aegypti infectados com Wolbachia. Novas biofábricas estão sendo implantadas em Presidente Prudente, Natal e Uberlândia.

O método Wolbachia utiliza uma bactéria que já está presente em aproximadamente 60% das espécies de insetos, mas que não existe naturalmente no Aedes aegypti. Quando introduzida nesse mosquito, a bactéria impede o desenvolvimento dos vírus da dengue, zika e chikungunya, contribuindo assim para a diminuição da incidência dessas doenças.

A técnica consiste na liberação dos mosquitos Aedes aegypti infectados com Wolbachia. Esses insetos se reproduzem com os mosquitos locais, criando uma nova geração que carrega a bactéria. Com o tempo, a proporção desses mosquitos infectados aumenta até alcançar um equilíbrio estável, tornando desnecessárias novas liberações. Esse processo resulta em um método autossustentável e viável a longo prazo.

Os mosquitos conhecidos como “Wolbitos” são organismos que não foram geneticamente modificados e não transmitem doenças. Além disso, a bactéria Wolbachia não pode ser transmitida aos seres humanos ou outros mamíferos.

Compartilhar:

  • Data: 23/01/2025 10:01
  • Alterado:23/01/2025 10:01
  • Autor: Redação
  • Fonte: Ministério da Saúde









Copyright © 2025 - Portal ABC do ABC - Todos os direitos reservados