Prefeito de SP tira R$ 330 milhões de terminais de ônibus e destina a recapeamento
Esse dinheiro será destinado à Operação Tapa Buraco, vitrine da gestão municipal, que faz recapeamento do asfalto de ruas e avenidas
- Data: 21/07/2023 20:07
- Alterado: 21/07/2023 20:07
- Autor: Redação
- Fonte: FolhaPress
Crédito:Adamo Bazani
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), retirou R$ 329,9 milhões do orçamento que estava previsto para a construção de terminais de ônibus neste ano. Esse dinheiro será destinado à Operação Tapa Buraco, vitrine da gestão municipal, que faz recapeamento do asfalto de ruas e avenidas.
A mudança foi publicada no Diário Oficial do município desta sexta-feira (21). Ao todo, o Tapa Buraco receberá quase R$ 430 milhões a mais. Outros R$ 98 milhões serão retirados do orçamento de reformas na infraestrutura urbana do centro, prevista no PIU Central (Projeto de Intervenção Urbana Setor Central).
Em abril, a gestão Nunes já havia revisto o seu Programa de Metas e desistido de entregar quatro terminais de ônibus na capital. Todos seriam construídos na zona leste, nos bairros de São Mateus, Itaquera, Itaim Paulista e Jardim Miriam -este último em um dos pontos mais extremos da capital. O terminal Itaim, por exemplo, já era planejado há mais de quatro anos.
O prefeito também desistiu de inaugurar dois corredores BRT e, também, de construir 11 piscinões em locais afetados pelas enchentes, entre outras mudanças. Em seguida, o Tribunal de Contas do Município emitiu um alerta para que a prefeitura justificasse as alterações.
Quando foi anunciado, em junho do ano passado, o programa de recapeamento da gestão Nunes já previa investir R$ 1 bilhão para recuperar 20 milhões de metros quadrados de asfalto.
O foco da gestão na ampliação das fontes de recurso para o recapeamento da cidade tem atraído críticas à prefeitura. Há cerca de quatro meses, a gestão Nunes entregou à Câmara Municipal um projeto de lei que propunha usar dinheiro do Fundurb (Fundo de Desenvolvimento Urbano) para reforma de ruas e avenidas.
Esse fundo é destinado a investimento em habitação de interesse social, regularização fundiária, obras de mobilidade urbana, preservação ambiental e prevenção de enchentes. A oposição ao prefeito no Legislativo critica o uso do dinheiro em recapeamento por causa do benefício ao transporte individual em vez do coletivo. O projeto acabou suspenso pela Justiça, mas retornou em um trecho da revisão do Plano Diretor, e foi aprovado.
Além do acréscimo de orçamento na Operação Tapa Buracos, a prefeitura também aumentou em R$ 1 milhão o gasto na promoção de campanhas e eventos. O gasto está vinculado ao gabinete do prefeito, mas é uma verba separada da publicidade oficial.
Procurada, a Prefeitura de São Paulo afirma que as “movimentações orçamentárias não vão prejudicar as iniciativas para implantação de terminais de ônibus, que serão custeadas com recursos vinculados do Fundo de Desenvolvimento Urbano (Fundurb)”. A gestão diz que, até o momento, investiu R$ 124,6 milhões em implantação e construção de terminais