Preços dos imóveis podem estabilizar em 2025

Pesquisa do Índice FipeZap revela aumento de 7,7% nos preços de imóveis em 2024, mas especialistas indicam tendência de estabilização e possível queda nos valores

  • Data: 07/01/2025 11:01
  • Alterado: 07/01/2025 12:01
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Assessoria
Preços dos imóveis podem estabilizar em 2025

Crédito:Divulgação

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De acordo com o Índice FipeZap, que analisa os preços dos imóveis residenciais prontos em 56 cidades brasileiras, houve um aumento médio de 7,7% nos valores dos imóveis em 2024. Este crescimento foi considerado real, pois superou a taxa de inflação do período. No entanto, especialistas apontam que a evolução dos preços deve se tornar mais moderada em 2025, acompanhando de perto os índices inflacionários.

Fatores impulsionaram a alta dos preços

A pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) se baseia nos valores solicitados em anúncios de venda e não nos valores efetivamente negociados. A alta nos preços ao longo do último ano foi impulsionada por uma série de fatores, incluindo uma demanda aquecida resultante da redução do desemprego e do aumento da renda familiar, além dos incentivos oferecidos por programas governamentais voltados para a habitação popular. “A procura por imóveis tem se mantido elevada“, afirmou Coriolano Lacerda, gerente de Pesquisa e Inteligência de Mercado do Grupo OLX.

Lacerda também destacou que no início de 2024 havia uma expectativa de queda nas taxas de juros, o que realmente ocorreu e estimulou tanto a busca por imóveis quanto a liberação de financiamentos bancários. Contudo, essa dinâmica sofreu uma reversão no final do ano, com o aumento das taxas de juros novamente.

Projeções para 2025 e desafios do mercado

“O financiamento foi um fator crucial para manter a demanda aquecida. Atualmente, o crescimento das taxas de juros pode excluir muitas famílias do mercado imobiliário”, ponderou Lacerda. Para 2025, ele projeta que a alta nos preços dos imóveis deverá se alinhar mais com a inflação prevista, estimando um aumento em torno de 5%.

Bancos como Caixa Econômica Federal, Santander e Itaú já começaram a elevar suas taxas para crédito imobiliário, e espera-se que outras instituições sigam esse movimento. Isso implica um aumento no valor das parcelas mensais dos financiamentos, limitando a capacidade financeira da população e reduzindo o número de famílias aptas a adquirir imóveis.

A coordenadora de estudos da construção na Fundação Getulio Vargas (FGV), Ana Maria Castelo, alerta que um acréscimo de 1 ponto percentual na taxa de juros pode afastar aproximadamente 550 mil famílias do mercado imobiliário. “Os segmentos de médio e alto padrão devem enfrentar dificuldades significativas. Sustentar o ritmo recente será um desafio“, afirmou Castelo.

Aumento nos custos de construção impacta preços finais

Renato Correia, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), reforçou que 2025 trará desafios substanciais para as construtoras devido ao aumento dos custos com mão-de-obra e materiais. “Esse cenário resultará em uma elevação nos preços finais dos imóveis, o que não beneficia nem empresários nem consumidores“, destacou Correia.

Nos últimos 12 meses até novembro, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou um crescimento de 6,34%. Nesse período, os custos com mão-de-obra aumentaram 8,22%, enquanto os materiais e equipamentos tiveram um avanço de 5,18%. Esses aumentos superaram a inflação oficial do país.

A expectativa é que as empresas repassem esses custos elevados para os preços finais dos imóveis para preservar suas margens de lucro. No entanto, essa tarefa não será simples. “A relação entre os aumentos dos custos e os preços finais não é linear; muitas vezes a elevação nos custos supera o reajuste dos preços aos consumidores“, concluiu Correia.

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  • Data: 07/01/2025 11:01
  • Alterado:07/01/2025 12:01
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