Precisamos falar do trabalho análogo a escravidão na indústria da moda
Nesse dia do trabalhador precisamos lembrar da condição em que as pessoas que costuram nossas roupas vivem
- Data: 30/04/2023 16:04
- Alterado: 30/04/2023 16:04
- Autor: Redação
- Fonte: Assessoria
Crédito:Divulgação
Dez anos após a tragédia do Rana Plaza – prédio que abrigava confecções de roupas que produziam grandes quantidades para marcas globais – em Bangladesh, o trabalho escravo ou análogo a escravidão, que refere a pessoas expostas a situações insalubres de trabalho, ainda está em pauta. Não precisamos ir muito longe para ver que não ocorreram mudanças no setor, essa semana bolivianos foram resgatados no interior de São Paulo por trabalho análogo a escravidão.
Ainda que no Brasil detenhamos políticas públicas, combate e uma série de compromissos perante entidades internacionais de Direitos Humanos desde 2003, foi apenas em 2010 que o primeiro caso ocorreu oficialmente numa oficina de costura. As leis do que é classificado como trabalho análogo a escravidão são claras, entretando, a terceirização do trabalho das oficinas de costura dificulta o esclarecimento dessas leis ao empregador.
Segundo o CEO da Costurando Sucesso, também conhecido como Embaixador das Confecções, Eduardo Cristian, que terceirizou parte de uma das suas confecções, teve um choque ao saber que devido a uma escada que ligava a oficina aos alojamentos dos funcionários, a oficina de costura e a sua marca estariam ligadas ao trabalho análogo a escravidão. Em casos como esse todos os envolvidos são auditados. A lição aprendida foi de que as oficinas de costura são extensões das confecções na parte prática, mas também na judicial.
No atual momento em suas mentorias Eduardo Cristian sempre faz questão de falar a importância de saber mais sobre a qualidade e rotina das oficinas de costuras, segundo o mesmo, “é dever do empregador saber o que ocorre nas oficinas porque uma vez que ela é auditada, é sua obrigação fornecer toda a assistência (alimentação, moradia, rescisão, etc.) para o resgatado, os auditores acompanham até o final do processo, caso o empregador se recuse a pagar ele irá ser preso”, finaliza.