Povos originários e comunidades vulneráveis ajudaram a construir declaração ministerial apresentada pelo Brasil

De acordo com secretário de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wolff, o grupo busca fomentar ações inclusivas e participativas para reduzir as vulnerabilidades sociais

  • Data: 01/11/2024 20:11
  • Alterado: 01/11/2024 20:11
  • Autor: redação
  • Fonte: Assessoria
Povos originários e comunidades vulneráveis ajudaram a construir declaração ministerial apresentada pelo Brasil

Crédito: Márcio Pinheiro/MIDR)

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Brasília (DF) – Uma mesa redonda sobre o tema Equidade em Ação: Acelerando Abordagens Inclusivas para Reduzir o Risco de Desastres foi parte da programação do encontro do Grupo de Trabalho de Redução do Risco de Desastres (GTRRD) do G20, que ocorreu entre os dias 30 de outubro e 1º de novembro. A reunião foi coordenada pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) em parceria com o Ministério das Cidades, em Belém (PA), e contou com a presença de autoridades de diversos países para debater os desafios climáticos e sociais globais.  

O secretário Nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wolff, presidiu a mesa redonda, que contou com a participação do secretário Nacional de Periferias do Ministério das Cidades, Guilherme Simões. O debate foi fundamental para a reafirmar a declaração ministerial referente ao compromisso global com o tema em questão

De acordo com Wolnei, a ideia é fomentar a discussão sobre ações inclusivas e participativas para reduzir as vulnerabilidades sociais. “Ao colocar o tema da equidade em evidência, o encontro buscou trazer diferentes perspectivas sobre os impactos das mudanças climáticas que desafiam diversas regiões do País. A participação de líderes locais e sociedade civil visa não apenas refletir, mas acelerar soluções de resiliência e proteção que sejam adaptáveis e inclusivas para todas as comunidades, em especial aquelas que enfrentam os maiores riscos”, avaliou o secretário. 

O secretário Nacional de Periferias do Ministério das Cidades, Guilherme Simões, também ressaltou a importância da declaração ministerial. “É a primeira declaração sobre esse tema. É um assunto fundamental, tendo em vista que o mundo inteiro está voltado para a questão das mudanças climáticas. A declaração mostra que estamos de olho no que está acontecendo agora e, também, no futuro”, disse Simões. 

O secretário ainda enfatizou a necessidade de diminuição das desigualdades regionais. “A gente sabe que quem vive em periferias são os que mais sofrem e mais são impactados pelos riscos e desastres. O Governo Federal tem apontado diretrizes para isso, com investimentos mais volumosos em prevenção de desastres e ações de respostas. É fundamental discutirmos a diminuição das desigualdades para a redução de vulnerabilidades”, acrescentou. 

Inclusão e equidade 

Para reforçar a inclusão e equidade que pautou o encontro do GTRRD, esteve presente na mesa de anúncio da declaração ministerial a indígena Christhiana wira Surui, 29 anos, que conversou com a reportagem do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional. 

Pergunta: Conte um pouco mais sobre sua vida e diga como esse novo documento pode te ajudar? 

Resposta: Nasci em Xinguara, aqui mesmo no Pará, cidade que fica a aproximadamente 800 km de Belém. Hoje moro na Aldeia Akamassyron, povo Aikewara Surui, e temos muitas dificuldades. De 2023 para cá, voltamos a ter voz, representatividade e diminuiu o desmatamento. Ainda estamos passando por dificuldade, mas a gente tem que ter fé. E o presidente Lula sempre foi quem batalhou pelos indígenas, então vamos sonhar novamente. Essa declaração ministerial aumenta meu otimismo. Tenho 29 anos, e mesmo nova, não sei se ainda verei um mundo mais igual como desejamos, mas sou mãe solo, tenho três filhos e sonho que eles tenham mais qualidade de vida. 

Pergunta: Com relação aos desastres, como chuva em excesso ou seca severa, você pensa que a declaração dinisterial pode contribuir com sua aldeia, sua comunidade? 

Resposta: Para começar, nossos desastres começam antes mesmo dos ambientais. Muitas vezes, nossos territórios, definidos como indígenas, eram frequentemente invadidos por quem promove o garimpo ilegal e o desmatamento para montar estabelecimentos comerciais. Quando a gente via isso sem poder fazer nada, batia uma tristeza. E por não termos equipamentos nos postos de saúde próximos da gente, água de qualidade e em quantidade, somos mais vulneráveis. 

Pergunta: E estar aqui participando da entrega da declaração renova a sua fé? 

Resposta: O presidente anterior abandonou todas as políticas públicas que envolviam indígenas e povos historicamente deixados de lado. Não sobrou uma ação. Agora, com o presidente Lula, temos o Ministério dos Povos Indígenas, que é uma representatividade enorme. Além disso, a declaração foi feita para o mundo inteiro ouvir e ver. Espero que representantes da sociedade que não seguirem o que for compartilhado sejam punidos, seja no Brasil, no Reino Unido, onde for. 

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  • Data: 01/11/2024 08:11
  • Alterado:01/11/2024 20:11
  • Autor: redação
  • Fonte: Assessoria









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