Porsche estava a 156 km/h quando bateu em carro de motorista de aplicativo, diz perícia
Após pedido na Justiça, PM entrega imagens da câmera corporal de policiais para Polícia Civil
- Data: 23/04/2024 11:04
- Alterado: 23/04/2024 11:04
- Autor: Redação
- Fonte: Isabella Menon/Folhapress
Porsche azul ficou com dianteira destruída após colisão com Sandero na avenida Salim Maluf, em São Paulo Porsche ficou com dianteira destruída após colisão com Sandero na avenida Salim Maluf, em São Paulo, na madrugada de 31 de março; motorista de aplicativo morreu
Crédito:Policia Civil SP/Divulgação
O Porsche conduzido pelo empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, 24, que colidiu com o Renault Sandero causando a morte do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, 52, estava a 156 km/h momentos antes do acidente.
A informação foi divulgada pelo G1 e confirmada pela Folha de S.Paulo. De acordo com o Ministério Público de São Paulo, o documento já foi juntado aos autos. “O MPSP pediu perícia escaner em 3D para elucidar o acidente com detalhes”, diz o órgão em nota.
Nesta quinta, peritos vão ao local do acidente para complementar os laudos. As autoridades vão utilizar drones e farão um escaneamento tridimensional para reproduzir o que pode ter ocorrido no momento do acidente.
O acidente do dia 31 de março aconteceu na avenida Salim Farah Maluf, no Tatuapé, zona leste de São Paulo, via cuja velocidade máxima é de 50km/h. Na capital paulista, a velocidade máxima permitida em vias expressas é 90 km/h.
Na semana passada, a Polícia Civil entrou na Justiça para solicitar que a Polícia Militar entregue as câmeras corporais dos policiais que prestaram socorro na hora do acidente. De acordo com a SSP, as imagens já foram entregues.
Fernando perdeu o controle do Porsche e colidiu na traseira de um Renault Sandero, de acordo com policiais militares que atenderam a ocorrência. Atingido, Ornaldo foi socorrido e encaminhado ao Hospital Municipal do Tatuapé, onde morreu.
Fernando foi indiciado criminalmente por homicídio doloso, lesão corporal e fuga de local de acidente. O dono do Porsche se apresentou na delegacia na tarde de segunda, mais de 30 horas após a colisão.
O Ministério Público afirma que Daniela Cristina de Medeiros Andrade, mãe do empresário que causou o acidente, tentou atrapalhar as investigações.
De acordo com a Polícia Civil, o condutor do Porsche foi levado do local do acidente no carro da mãe sob a alegação de que seria atendido no hospital São Luiz. Com isso, os policiais militares que atenderam a ocorrência não aplicaram o teste do bafômetro.
A conduta da mãe do dono do Porsche também foi levada em consideração para o pedido de prisão, segundo o delegado Ruiz.
O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou a PM que está apurando se houve erro por parte dos policiais militares ao permitir que ele fosse socorrido pela mãe.
Testemunhas do caso foram ouvidas, como a namorada de Fernando, o amigo que estava com ele no carro e a namorada do amigo que estava com ele na noite que antecedeu o acidente. Enquanto a namorada de Fernando nega que ele tenha bebido, os amigos afirmam que todos beberam horas antes do acidente.
A batida aconteceu na madrugada do último dia 31 em uma via da zona leste de São Paulo. O Porsche de Fernando bateu no carro do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, 52, que morreu.
Também foram ouvidas pessoas que estavam próximas ao local e viram o acidente. Elas disseram à polícia que Fernando estava com semblante embriagado, com olhos vermelhos, que cambaleava e que ele vomitou após o acidente.
Agora, a polícia analisa imagens dos estabelecimentos que Fernando esteve antes do acidente para verificar se o jovem ingeriu bebida alcóolica na noite do acidente. A expectativa é que a perícia seja entregue até o fim desta semana.
A Folha de S.Paulo teve acesso ao inquérito com informações sobre onde Fernando e amigos estiveram antes do acidente – eles foram jantar e depois seguiram para uma casa de pôquer.
Em um dos estabelecimentos, eles consumiram oito drinques chamado Jack Pork – feito com uísque, licor, angostura e xarope de limão siciliano -, além de uma capirinha de vodca.
Também foram consumidos água, um torresmo, um bolinho de costela, um hambúrguer e outros dois salgados. O total gasto foi de R$ 620. No inquérito é dito que ainda não é possível confirmar se há imagens de Fernando ingerindo bebida alcoólica, mas que existe essa possibilidade.